Lindbergh rejeita acordo com a oposição e denuncia “chantagem bolsonarista” na Câmara
Deputado do PT critica articulação envolvendo PEC do foro privilegiado e afirma que qualquer pacto feito fora do Colégio de Líderes não será reconhecido
247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) fez duras críticas à condução das pautas legislativas na Câmara dos Deputados e denunciou um possível acordo “clandestino” entre aliados do ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e o atual presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) para pautar mudanças no foro privilegiado e avançar com a anistia aos golpistas de 8 de janeiro;.
Segundo Lindbergh, não houve qualquer deliberação legítima sobre as pautas nas reuniões formais com os líderes partidários e com o presidente Hugo Motta. “Participei de todas as reuniões com líderes e Hugo Motta e não teve nenhum acordo sobre pauta. Ficou muito claro na fala de vários líderes que não se deveria negociar sob ameaça e chantagem. Antes de qualquer coisa, nosso objetivo era recuperar a cadeira da presidência da Câmara”, afirmou.
O parlamentar ainda afirmou que qualquer acerto feito à margem do Colégio de Líderes será considerado ilegítimo. “Se houve qualquer acordo clandestino nós não reconhecemos nem aceitaremos. É um desrespeito ao Colégio de Líderes, que tem o dever e legitimidade de decidir a pauta do Plenário junto com o presidente da Câmara.” “Depois das ameaças de Trump, pautar anistia é inadmissível. Nós não somos colônia”, disparou.
Além disso, o deputado criticou abertamente a PEC do Foro: “Também somos contra essa PEC do Foro, porque ela nasce da pior forma possível, numa negociação espúria, às escondidas, fruto da pressão de quem fez chantagem, para garantir a impunidade. Trata-se de uma aliança entre bolsonaristas desesperados e um trem da alegria para proteger deputados.”
A proposta, articulada por Lira e setores do Centrão, visa alterar as regras do foro privilegiado, hoje de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal (STF), transferindo parte dos processos para instâncias inferiores. Apesar de aliados de Motta afirmarem que a ideia já vinha sendo discutida antes da ocupação da Mesa Diretora por deputados bolsonaristas, Lindbergh vê com preocupação o avanço da medida, especialmente diante do contexto recente.
Lindbergh defendeu que a pauta da Câmara seja voltada para demandas concretas da população, citando propostas como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e a PEC da Segurança Pública. “A pauta da Câmara da próxima semana deve ser a pauta de interesse do povo brasileiro, isenção de IR até R$ 5 mil e a PEC da Segurança. Essa chantagem da família Bolsonaro contra o país não vai prosperar.”
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