Jojo Todynho e PT não chegam a acordo em audiência sobre fake news envolvendo Lula
A influenciadora disse que recebeu oferta milionária para apoiar Lula nas eleições de 2022; versão da defesa fala em “falta de interpretação de texto”
247 - A audiência realizada nesta quinta-feira (19) entre a cantora e influenciadora Jojo Todynho e o Partido dos Trabalhadores (PT) terminou sem acordo. O caso ganhou destaque após a artista afirmar, em entrevista no podcast Brasil Paralelo, que teria recebido uma proposta de R$ 1,5 milhão para apoiar Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. As informações foram publicadas originalmente pelo jornal O Globo.
Durante o encontro no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, os advogados da cantora contestaram a ação movida pelo partido, argumentando que as declarações não apontavam diretamente quem teria feito a suposta oferta. Segundo a defesa, portanto, não haveria fundamento para caracterizar difamação. Após a audiência, Jojo gravou um vídeo ao lado de seus representantes reforçando a versão apresentada.
Defesa rebate ação e fala em “ineptidão”
No vídeo, os advogados classificaram o processo como improcedente. O advogado Sérgio Figueiredo declarou: “A tentativa de criminalizar as declarações de Jojo Todynho revela não apenas a falta de interpretação de texto, mas também o desconhecimento mais elementar sobre os contornos do crime de difamação. A fala em questão não individualiza sujeito determinado, tampouco atribui fato criminoso ou desonroso a pessoa específica, requisitos indispensáveis para a configuração típica”.
A defesa também acusou o PT de não compreender o teor exato da declaração da artista, que não teria citado nomes nem indicado responsáveis pela suposta negociação financeira.
Contexto das declarações
A fala que originou o processo ocorreu em novembro de 2024, durante a participação de Jojo no podcast Brasil Paralelo. Na ocasião, além de mencionar a oferta de R$ 1,5 milhão, ela sugeriu que outros artistas que apoiaram Lula também teriam recebido valores. A então presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu prontamente, negando de forma categórica que o partido tenha feito qualquer pagamento desse tipo.
Primeira audiência sem avanço
O encontro desta quinta-feira foi o primeiro entre as partes desde que a tentativa de acordo inicial, anteriormente marcada, foi adiada. Sem consenso, o caso seguirá tramitando na Justiça.