“Força simbólica muito profunda”, diz Lula sobre decreto da cultura gospel
Assinatura reforça reconhecimento institucional da cultura gospel e amplia políticas voltadas às manifestações artísticas ligadas ao segmento evangélico
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta terça-feira (23), um decreto que reconhece oficialmente a cultura gospel como manifestação cultural brasileira. A solenidade ocorreu no Palácio do Planalto e reuniu autoridades do governo federal, representantes religiosos e artistas ligados ao segmento evangélico, marcando um gesto simbólico de valorização da diversidade cultural no país.
Durante o ato, Lula ressaltou o significado político e cultural da iniciativa, destacando seu alcance para além do campo religioso.
“A assinatura desse decreto representa mais um passo importante de acolhimento e respeito à comunidade e ao povo evangélico do Brasil”, afirmou o presidente. Em seguida, Lula reforçou o caráter simbólico da medida: “É um ato simples, mas com força simbólica muito profunda. Com esse decreto, o Estado brasileiro confirma que a fé também se expressa como cultura, como identidade, como história viva do nosso povo. Abre portas para a valorização, promoção e proteção, não só da música, mas de todas as manifestações da cultura gospel no âmbito das nossas políticas públicas”.
O presidente destacou ainda que o reconhecimento institucional da cultura gospel não se limita às expressões artísticas mais conhecidas, mas envolve toda a cadeia cultural ligada ao segmento. “É uma celebração da cultura brasileira em toda a sua diversidade artística, humana e espiritual. Sabemos que a cultura gospel tem crescido e conquistado mais e mais corações e mentes em todo o país”, declarou.
O evento contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além de ministros de diversas pastas. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também enfatizou o papel constitucional do Estado na promoção da diversidade cultural. “Estamos cumprindo um dever constitucional que determina que o Estado deve garantir a todos e a todas o pleno exercício dos direitos culturais. Estamos garantindo o acesso às fontes da cultura nacional, apoiando e incentivando a valorização, a difusão e as suas múltiplas manifestações”, afirmou.
Segundo a ministra, o decreto reconhece a pluralidade das expressões culturais ligadas ao universo gospel no Brasil. “A cultura gospel é tão diversa entre o povo brasileiro. Se traduz em música, dança, literatura, em teatro, em artesanato, em hip hop, em economia criativa, em artes visuais, em teatro e em formas do convívio comunitário”, disse.
Margareth Menezes acrescentou que o texto estabelece diretrizes para ampliar a formação de profissionais e agentes culturais, além de fortalecer a articulação federativa. “Estamos aproximando o cotidiano das comunidades de fé e a institucionalidade cultural, garantindo que conselhos, conferências, planos de cultura considerem, escutem e integrem essa presença viva e capilarizada nos nossos territórios. Ao mesmo tempo, reforça a compreensão, uma compreensão mais ampla dos direitos culturais como direitos fundamentais”, declarou.
A cerimônia também contou com a participação do cantor, compositor, músico e pastor evangélico Kleber Lucas, que celebrou a iniciativa e relembrou sua trajetória na música gospel. “Eu já estou na cultura, vendo a cultura gospel florescer no Brasil, há pelo menos 38 anos. E eu vi a diferença que os seus governos têm feito no Brasil”, afirmou, ao se referir a Lula.
Kleber Lucas também destacou o impacto das políticas públicas no acesso à cultura. “Cada pastor aqui, cada pastor do Brasil, tem uma história com a música gospel, com a cultura, e com os acessos que foram dados pelo seu governo. Eu chego aqui com muita alegria, com muita honra”, concluiu.



