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Diretor da PF reage a ameaças de Eduardo Bolsonaro: “Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”

Declaração de Andrei Rodrigues foi resposta a fala agressiva do deputado em live contra o delegado que investiga Jair Bolsonaro no STF

Eduardo Bolsonaro em live que ameaçou ministros do STF e a Polícia Federal - 20/07/2025 (Foto: Reprodução/X)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, repudiou neste domingo (20) declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), feitas durante uma live transmitida em suas redes sociais. 

Segundo Rodrigues, trata-se de “mais essa covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais”, e a corporação já prepara as medidas legais cabíveis. As informações foram publicadas inicialmente pelo blog da jornalista Andréia Sadi, do portal g1.

Durante a transmissão, Eduardo Bolsonaro — atualmente licenciado do mandato e nos Estados Unidos desde fevereiro — voltou a atacar o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em tom de ameaça, o deputado afirmou:

 “Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você... ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente…”

A fala foi feita no mesmo momento em que o parlamentar reafirmava sua intenção de trabalhar pela saída do ministro Alexandre de Moraes do STF, alimentando sua retórica de confronto contra a Corte Suprema.

PF reforça que ameaças não ficarão impunes

Ao comentar o episódio, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, declarou com veemência:

 “Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal.”

A corporação enfatizou ainda que qualquer ameaça a agentes públicos no exercício de suas funções é considerada grave e pode resultar na abertura de novas investigações criminais.

Fábio Shor é o delegado responsável por conduzir investigações sensíveis no âmbito do STF que envolvem Jair Bolsonaro, incluindo a apuração sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e o caso de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19.

Acusações e retorno à Câmara

Eduardo Bolsonaro é alvo de inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apura crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, coação no curso do processo e obstrução de Justiça. O deputado teria atuado, mesmo fora do país, para influenciar investigações contra o pai e outras figuras do entorno bolsonarista, por meio de declarações e articulações públicas nos EUA.

Apesar das investigações e do afastamento prolongado do Brasil, o deputado declarou, também durante a live, que não pretende renunciar ao cargo. A licença que havia solicitado à Câmara se encerrou neste domingo (20), e ele poderá ter faltas contabilizadas caso não apresente justificativa oficial pelas ausências.

Não é a primeira vez que Eduardo Bolsonaro ataca o delegado Fábio Shor. No início do ano, a própria Polícia Federal abriu um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o deputado, que é escrivão licenciado da corporação, por declarações ofensivas ao mesmo agente.

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