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Deputado bolsonarista Lucas Bove pede prisão da ex-mulher por post sobre violência doméstica

Justiça já rejeitou pedido semelhante de Bove, que responde por agressões negadas por ele e é alvo de processo de cassação na Alesp

Deputado Lucas Bove durante entrevista - 3/5/2023 (Foto: Reprodução/X)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - O deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) solicitou à Justiça, na última segunda-feira (9), que sua ex-mulher, a influenciadora Cíntia Chagas, seja proibida de publicar conteúdos sobre violência doméstica nas redes sociais. 

O parlamentar também pediu sua prisão preventiva, sob a alegação de que ela teria violado decisão anterior que impunha sigilo ao caso. A informação foi publicada pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

A comunicadora registrou boletim de ocorrência em setembro de 2024, acusando o deputado de agressões físicas e psicológicas. A investigação está sob sigilo judicial e Bove nega as acusações. Paralelamente ao inquérito, ele responde a um processo de cassação no conselho de ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), mas a expectativa de deputados aliados e opositores é de que o caso seja arquivado.

Na nova petição, a defesa do deputado afirma que Cíntia teria descumprido decisão da Justiça de 26 de novembro de 2024 ao publicar um vídeo no dia 6 de junho. No material, ela descreve, em terceira pessoa, situações de abuso contra “mulheres independentes”, o que, segundo os advogados, configuraria violação do sigilo.

As advogadas da influenciadora responderam à Justiça na terça-feira (10), afirmando que o pedido de prisão por causa de uma "mera publicação genérica em rede social" causa "espanto e indignação". Elas também listam ocasiões em que o próprio deputado teria descumprido medidas protetivas e falado publicamente sobre o caso.

A Justiça já havia rejeitado um pedido semelhante feito por Bove. Em 26 de maio, a juíza Carla Santos Balestreri, do Fórum Criminal da Barra Funda, indeferiu o pedido de prisão sob o argumento de que não havia “comprovação inequívoca de descumprimento da medida cautelar”. O Ministério Público também se posicionou contra.

Antes disso, em 5 de maio, o parlamentar havia acusado a ex-mulher de quebrar o sigilo ao leiloar seu vestido de noiva e publicar um texto incentivando mulheres a denunciarem violência doméstica. Bove alegou que ela tentava manipular seus seguidores e lucrar com a situação.

A própria influenciadora já havia solicitado a prisão preventiva de Bove no fim de outubro de 2024, mas o pedido foi negado. À época, a Justiça reconheceu que o deputado havia descumprido medidas cautelares ao tratar do caso em suas redes sociais e durante pronunciamento na tribuna da Alesp.

Em nota enviada por seus advogados, Daniel Leon Bialski e Mauricio Felberg, Bove sustenta que “a Defesa requereu única e exclusivamente a instauração de inquérito policial para apurar o delito de desobediência, bem como que fosse formulada ressalva de expressa proibição de novas publicações, e não a decretação de prisão preventiva”.

A defesa do parlamentar também declarou que a divulgação pública da petição judicial viola o segredo de Justiça. “A informação acerca da petição desta defesa não poderia e nem deveria ter sido divulgada publicamente”, diz a nota, que promete novo requerimento à Justiça para apurar o suposto “vazamento criminoso”.

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