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      Brasil realiza emissão de US$ 3,25 bilhões em títulos no mercado externo e prevê recompra de US$ 1,7 bilhão

      Em operação histórica, governo brasileiro obtém taxa de retorno competitiva e reforça confiança de investidores internacionais

      Notas de reais e dólares (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O Tesouro Nacional anunciou nesta quarta-feira (3) que o Brasil conseguiu captar US$ 3,25 bilhões em uma emissão de títulos soberanos, em uma operação que incluiu a emissão de papéis com prazos de cinco e 30 anos. A transação, que aconteceu na terça-feira (2), também possibilitou a recompra de títulos com prazos menores. De acordo com o comunicado, a operação teve como objetivo não apenas captar recursos, mas também dar maior flexibilidade ao governo na gestão da dívida pública externa.

      A captação foi dividida em dois títulos principais. O primeiro, com vencimento em 2030, teve o volume de US$ 750 milhões e foi emitido com uma taxa de retorno anual de 5,2%. Já o segundo título, com vencimento em 2056, arrecadou US$ 2,5 bilhões, oferecendo um retorno de 7,5% ao ano. A operação também envolveu a recompra de títulos com vencimentos entre 2037 e 2054, totalizando aproximadamente US$ 1,746 bilhão. Além disso, os investidores tiveram a opção de trocar seus papéis existentes por títulos com vencimento em 2056.

      Segundo o Tesouro Nacional, a operação de emissão de títulos teve um desempenho excepcional, com uma demanda que superou em 2,6 vezes o valor emitido. Em seu auge, o livro de ordens registrou US$ 4,5 bilhões. A compra foi predominantemente realizada por investidores estrangeiros, com 90% dos participantes provenientes da Europa e América do Norte.

      O governo destacou que a operação representou um marco significativo para o mercado de dívida externa brasileiro. “Os títulos foram emitidos com taxas próximas às de países com grau de investimento e atraíram interesse significativo de investidores”, afirmou o Tesouro. A pasta também ressaltou que os preços obtidos para os títulos de 5 e 30 anos representaram os menores prêmios de risco desde 2014, com a operação reafirmando a confiança dos investidores na política econômica do Brasil. “A demanda expressiva reflete a confiança do mercado no crédito brasileiro e reabre o mercado para emissões corporativas”, declarou o governo.

      Esta foi a terceira operação externa realizada pelo Tesouro Nacional em 2025, somando, até agora, US$ 8,5 bilhões. A primeira emissão ocorreu em fevereiro, seguida por outra em junho, que juntas captaram US$ 5,25 bilhões. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, já havia antecipado que o Brasil realizaria novas emissões ainda em 2025, com base no sucesso das operações anteriores.

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