BNDES rejeitou pedidos de R$ 780 milhões de distribuidora investigada na Operação Carbono Oculto
Banco negou os financiamentos da Stock após análise de compliance apontar restrições cadastrais e riscos reputacionais ligados aos controladores da empresa
247 - Uma das distribuidoras de combustíveis investigadas na Operação Carbono Oculto, a Stock, de Guarulhos (SP), tentou captar R$ 780 milhões em financiamentos junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no segundo semestre de 2024. A informação foi divulgada pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Os pedidos — um no valor de R$ 400 milhões e outro de R$ 380 milhões — foram rejeitados pela área de compliance do banco.
Segundo o BNDES, a negativa foi motivada pela análise interna que identificou restrições no cadastro da companhia e também problemas reputacionais relacionados aos seus controladores. O banco de fomento destacou que nenhuma das empresas investigadas pela operação policial obteve acesso a recursos públicos.
A decisão judicial que autorizou a investigação cita que a Stock estaria ligada às atividades de Mohamad Mourad, apontado como um dos principais articuladores de um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). No despacho, a Justiça afirma que “esta distribuidora [Stock] está indiretamente conectada à Petro World, que por sua vez tem potenciais conexões com o grupo Mohamad”.
Deflagrada pela Polícia Federal, a Operação Carbono Oculto tem como objetivo desarticular um esquema bilionário de movimentação ilícita de recursos por meio do setor de combustíveis. De acordo com os investigadores, parte das empresas envolvidas atuava como fachada para operações financeiras do crime organizado paulista.