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Energia limpa pode impulsionar PIB do Brasil em até R$465 bilhões até 2035

Estudo do Itaú Unibanco e FGV aponta que a expansão de fontes renováveis pode gerar quase 2 milhões de empregos e fortalecer a economia verde

Usinas eólicas e torre de transmissão de energia (Foto: REUTERS/David Moir)

247 - A ampliação das fontes renováveis de energia no Brasil não é apenas uma aposta ambiental, mas também um motor de crescimento econômico. Um estudo elaborado pelo Itaú Unibanco, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), estima que a descarbonização da economia brasileira pode adicionar entre R$337 bilhões e R$465 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) até 2035. As informações foram divulgadas pela agência Reuters.

Segundo o levantamento, o avanço da economia verde tem potencial para mobilizar cerca de R$295 bilhões em investimentos e gerar até 1,9 milhão de empregos ao longo da próxima década. De acordo com o Itaú, “cada R$1 investido em energia renovável pode gerar até R$1,57 de retorno na economia, com destaque para a geração de empregos qualificados e o fortalecimento de fornecedores nacionais”.

Expansão sustentável e ganhos ambientais

O estudo destaca os benefícios concretos da mitigação das emissões de gases de efeito estufa e da adaptação de empresas e cidadãos a um novo cenário climático. A expansão de usinas eólicas e solares no Nordeste aparece como um exemplo do potencial brasileiro para produzir energia limpa a custos competitivos. Também são citadas as práticas integradas na agropecuária, que combinam lavoura, pecuária e florestas, aumentando a produtividade e capturando carbono da atmosfera.

A transição para uma economia de baixo carbono será um dos temas centrais da COP30, que acontece em Belém até o dia 21 de novembro. De acordo com o relatório, o Brasil reúne as condições necessárias para liderar esse movimento global, especialmente em setores como energia, transporte, siderurgia, construção civil e agropecuária.

Agronegócio e finanças verdes ganham destaque

Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco, afirmou à Reuters que “observamos um interesse crescente dos diferentes setores da economia em avançar na transição energética, impulsionado tanto por exigências regulatórias quanto por demandas de mercado e investidores”.

Nicola destacou ainda o papel estratégico do agronegócio: “Dentro desse cenário, o agronegócio se destaca por reunir oportunidades significativas para avançar na agenda de descarbonização, sendo o único capaz de atingir emissões líquidas zero dentro de seu próprio sistema produtivo. Ainda há desafios, mas vemos um entendimento crescente no agronegócio de que a transição é necessária”.

Nos últimos anos, o Itaú Unibanco registrou um aumento expressivo na busca por soluções financeiras que apoiem empresas comprometidas com práticas sustentáveis. O banco já mobilizou cerca de R$5 bilhões em produtos e serviços voltados a projetos alinhados a critérios ESG (Ambiental, Social e Governança).

Empregos e prosperidade na economia verde

A pesquisa indica que os investimentos em energia limpa têm impacto direto na geração de empregos. Cada US$1 milhão aplicado em energia solar cria entre 12 e 25 postos de trabalho; na eólica, entre 7 e 29; em biomassa, 82; e em biocombustíveis, 7 empregos.

Para Daniel da Mata, coordenador do estudo e professor da FGV, “o estudo demonstra que a agenda climática de mitigação e adaptação deve ser encarada como um caminho estratégico para impulsionar a prosperidade do Brasil, gerando benefícios concretos para a sociedade e para o desenvolvimento sustentável do país”.

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