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Brasil bate recorde de produção de grãos e fortalece sua soberania alimentar

Crescimento histórico na safra 2024-25 reforça o papel do Brasil na segurança alimentar e no controle sustentável de seus recursos agrícolas

Brasil bate recorde de produção de grãos e fortalece sua soberania alimentar (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

247 - O Brasil atingiu um marco histórico na safra 2024-25, produzindo 350,2 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 16,3% em relação às 324,36 milhões de toneladas da safra 2023-24. O recorde, divulgado nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no 12º Levantamento da Safra de Grãos, reforça a capacidade do país de atender à demanda interna e internacional, ao mesmo tempo em que fortalece sua soberania alimentar, conceito que vem ganhando destaque no debate sobre segurança e desenvolvimento rural no Brasil.

O que é soberania alimentar

A soberania alimentar é o direito dos povos de definir suas próprias políticas de produção, distribuição e consumo de alimentos, priorizando a alimentação saudável, justa e sustentável. Diferente da mera segurança alimentar, que foca no acesso a alimentos, a soberania alimentar engloba também o controle local sobre os sistemas agrícolas, valorizando práticas como a agricultura familiar, a agroecologia e a preservação de culturas e saberes tradicionais. Em outras palavras, é a capacidade de um país produzir alimentos suficientes para sua população de maneira independente e sustentável, respeitando o meio ambiente e a diversidade local.

O crescimento da produção de grãos no Brasil foi impulsionado pelo aumento de 1,9 milhão de hectares na área cultivada, que passou de 79,9 milhões para 81,7 milhões de hectares, aliado a condições climáticas favoráveis, especialmente no Centro-Oeste. A produtividade média nacional cresceu 13,7%, alcançando 4.284 kg/ha, ante 3.769 kg/ha na safra anterior.

A soja liderou a produção, com 171,5 milhões de toneladas, aumento de 20,2 milhões de toneladas em relação à safra passada, e produtividade média de 3.621 kg/ha. Goiás obteve a maior produtividade (4.183 kg/ha) e o Rio Grande do Sul, a menor (2.342 kg/ha) devido a altas temperaturas e irregularidade nas chuvas.

O milho também apresentou recorde, com produção prevista de 139,7 milhões de toneladas, crescimento de 20,9%. A primeira safra somou 24,9 milhões de toneladas (+8,6%), a segunda 112 milhões (+24,4%) e a terceira está estimada em 2,7 milhões de toneladas. O algodão deve chegar a 4,1 milhões de toneladas (+9,7%), enquanto o arroz totalizou 12,8 milhões de toneladas (+20,6%). As três safras de feijão estão estimadas em 3,1 milhões de toneladas, garantindo o abastecimento interno.

Entre as culturas de inverno, o trigo teve redução de área de 19,9%, totalizando 2,4 milhões de hectares, mas a produtividade deve se recuperar para 3.077 kg/ha, com produção estimada em 7,5 milhões de toneladas, queda de 4,5% em relação ao ciclo anterior.

O aumento da produção brasileira de grãos reforça o papel estratégico do país na soberania alimentar, mas especialistas destacam que é essencial implementar políticas que incentivem a agricultura familiar, a agroecologia e a distribuição justa de alimentos, garantindo que o crescimento da produção contribua para a alimentação saudável e o desenvolvimento sustentável das comunidades locais.