BNDES e Finep destinam R$ 5,4 bilhões para impulsionar a inteligência artificial
Recursos fortalecem a Nova Indústria Brasil e financiam projetos que vão de chips e data centers a terapias digitais e combate a incêndios florestais
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) já aprovaram, entre janeiro de 2023 e setembro de 2025, R$ 5,4 bilhões em crédito e equity voltados ao desenvolvimento de soluções de inteligência artificial (IA) no país. A informação foi divulgada em nota oficial das duas instituições públicas de fomento.
Desse total, R$ 3 bilhões foram aprovados pela Finep e R$ 2,4 bilhões pelo BNDES — sendo R$ 1,46 bilhão em crédito e R$ 947 milhões por meio de fundos de investimento em participação, via BNDESPAR, a subsidiária integral do Banco. Os investimentos integram as ações da Nova Indústria Brasil, política lançada pelo governo federal para modernizar a base produtiva nacional, estimular a inovação e ampliar a competitividade tecnológica do país.
Os recursos já têm destino definido: sistemas integradores e desenvolvedores de IA (empresas que conectam tecnologias aos clientes finais), produção de hardware (chips especializados, supercomputadores e dispositivos embarcados) e infraestrutura tecnológica, como cloud computing e data centers. Entre os projetos apoiados, estão iniciativas para aumentar a produtividade da indústria, aprimorar a gestão de frotas — com foco na redução de custos e acidentes —, monitorar recursos hídricos e detectar incêndios florestais com uso de câmeras inteligentes e módulos de análise de risco. Também há investimentos em tecnologia aplicada à saúde, com destaque para ferramentas de gestão de dados clínicos e terapias digitais voltadas ao tratamento da insônia.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a aposta em inteligência artificial é um passo estratégico para o país. “Investir em inteligência artificial é preparar o Brasil para o futuro. Essa tecnologia tem o poder de aumentar a produtividade em setores de alto valor agregado, impulsionar a inovação e fortalecer a soberania tecnológica do país, garantindo que o desenvolvimento digital esteja a serviço da sociedade e abrindo mercado de trabalho com empregos de qualidade”, afirmou.
Já o presidente da Finep, Luiz Antonio Elias, ressaltou que o momento é decisivo para o avanço tecnológico brasileiro. “O Brasil vive um momento singular para o avanço da inteligência artificial. Com uma política industrial clara – traduzida pela Nova Indústria Brasil – e o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), estamos construindo as bases para uma transformação profunda, que envolve infraestrutura, formação e capacitação, desenvolvimento de soluções e governança, tendo a soberania tecnológica e a inclusão como pilares fundamentais”, disse.
Elias também destacou a importância da aproximação entre o setor produtivo e a academia: “O cenário atual é reforçado pela disponibilidade de recursos e pelo papel estratégico da Finep, que tem promovido a aproximação entre academia e empresas para que os projetos mais relevantes saiam do papel e ganhem escala. O Brasil do conhecimento não pode se limitar a acompanhar revoluções tecnológicas – precisa liderá-las. Temos capacidade, temos talento e temos vontade. Assumiremos esse protagonismo de forma coletiva, com ciência, inovação e inclusão”, afirmou.
Um dos exemplos de estímulo à inovação com base em IA é o programa BNDES Garagem, que pretende apoiar 400 startups até 2028. Entre as 100 primeiras empresas selecionadas nesta edição, 49 utilizam inteligência artificial em seus modelos de negócio, sendo 25 de forma intensiva, incluindo deeptechs que desenvolvem soluções avançadas e de alto impacto tecnológico.
Com o volume de investimentos já aprovados e novas iniciativas em andamento, BNDES e Finep reforçam o papel do Estado como indutor do desenvolvimento tecnológico e da inovação, consolidando as bases de uma indústria brasileira mais moderna, digital e sustentável.