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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Vencemos! Mas a condenação do inominável vem com quase dez anos de atraso

O cavernícola deveria ter sido enjaulado no dia da infame sessão do golpe contra Dilma, em que exaltou um torturador

Dilma Rousseff e Leonardo Attuch, com vista para a torre de Pudong, em Xangai (Foto: Brasil 247)

O Brasil está em festa. Nesta semana, o inominável – que ocupou a presidência da República entre 2019 e 2022 – foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.

O mundo aplaude a resiliência da democracia brasileira diante do fascismo. Mas é fundamental lembrar o passado para que ele jamais se repita.

O cavernícola deveria ter sido algemado e colocado num camburão já no dia 17 de abril de 2016, quando, na Câmara dos Deputados, votou a favor do golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff e, em seu voto infame, exaltou o torturador Brilhante Ustra. Aquele foi um marco da degradação política e moral que o país atravessava.

Pouco depois, em 12 de maio de 2016 – justamente no dia em que completei 45 anos – a presidenta Dilma Rousseff, a pessoa MAIS HONESTA que já exerceu o cargo máximo do Brasil, foi afastada por um bando de desclassificados. Entre eles, ninguém se comparava em vilania ao inominável. Ali, todos os alertas deveriam ter sido acionados.

Mas não. O cavernícola foi alçado à presidência da República, escrevendo uma das páginas mais sombrias da nossa história. Antes dele, o ilegítimo Michel Temer havia usurpado o cargo para aplicar um choque neoliberal, ampliar a concentração de renda e entregar riquezas nacionais, como o petróleo do pré-sal.

Naquele 12 de maio, o ódio disseminado pela máquina golpista liderada pelos grandes meios de comunicação já se espalhava pelo País, instaurando incerteza e medo. Mas uma mensagem que recebi naquele dia, do meu amigo e colega Laurez Cerqueira, foi profética: “Fique tranquilo, estamos apenas começando a maratona da reconquista democrática”. Ele tinha razão.

A maratona foi dura. Após o golpe contra Dilma, Lula foi preso pelo enclave imperialista da chamada República de Curitiba, e a elite brasileira chancelou a ascensão do inominável, embalando a farsa da “escolha muito difícil”, formulada pelo famoso editorial do Estado de S. Paulo, que igualava uma figura monstruosa ao professor de fino trato Fernando Haddad.

A luta também foi intensa. Lula saiu da prisão, voltou à presidência e Dilma, símbolo da resistência democrática no Brasil, assumiu a liderança do Novo Banco de Desenvolvimento, em Xangai – uma das instituições-chave do novo mundo multipolar.

O capítulo Dilma Rousseff

A trajetória de Dilma merece um capítulo à parte. Na juventude, aos 20 e poucos anos de idade, foi presa por combater a ditadura imposta pelo imperialismo – um regime exaltado pelo inominável e por seus generais agora também condenados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.

Primeira mulher a presidir o Brasil, Dilma foi golpeada por uma coalizão entre o imperialismo, nossas elites mesquinhas, grupos midiáticos que atuam sistematicamente contra o interesse nacional e o ódio fabricado pelo antipetismo. Esse ódio foi a base do que se pode chamar de NAZISMO brasileiro, que culminou com a ascensão do inominável e sua trupe golpista.

Mas, como já dizia minha vovó lá nas Minas Gerais, “Deus escreve certo por linhas tortas”. O Brasil precisou atravessar o inferno por ter traído uma verdadeira HEROÍNA da democracia brasileira. O inominável viverá seus últimos dias como um condenado, talvez na prisão em regime fechado. Dilma, por sua vez, seguirá erguendo pontes no mundo multipolar, a partir do comando do NDB.

O destino e a democracia

Nada na vida acontece por acaso. Quis o destino que, neste dia histórico, eu estivesse em Xangai para um jantar com a presidenta do NDB, com vista para a torre de Pudong e a belíssima vista da cidade que é o principal dínamo da economia chinesa. A foto viralizou, alcançou milhões de pessoas, e eu agradeço sinceramente a todos que compartilharam e se sentiram recompensados e também parte deste encontro. Como escreveu o perfil Dilma Bolada, “sextou em Xangai”.

Mas não estávamos ali para celebrar a condenação do cavernícola. Nosso foco era – e continua sendo – a construção de um futuro melhor. Para que perder tempo com a mediocridade dos desclassificados? O que importa é que o amanhã seja melhor do que o presente.

Viva a democracia brasileira! Viva Dilma Rousseff!

Um presente do China Publishing Group a Dilma, entregue por Leonardo Attuch
Um presente do China Publishing Group a Dilma, entregue por Leonardo Attuch(Photo: Brasil 247)

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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