Uma história familiar de ódio à democracia
Mesmo fora do poder, Bolsonaro e seus filhos seguem atuando para sabotar a democracia brasileira com apoio da extrema direita e aliados internacionais
Jair Bolsonaro foi um deputado medíocre em termos de proposições legislativas. Consagrou-se como exaltador de próceres da ditadura civil-militar que oprimiu o Brasil por 21 anos, admirador confesso do covarde torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. O sanguinário general Médici tinha um retrato na parede do seu gabinete e, de Bolsonaro, mereceu tantos elogios quanto o monstro chileno Augusto Pinochet.
Suas ligações, e as de seus filhos, com as milícias cariocas são umbilicais. Esse é um capítulo a ser escrito em detalhes e que ainda não chegou, como deveria, às esferas judiciais. Quem sabe, quando a família toda estiver presa pelos ataques reiterados à ordem democrática, invista-se em desnudar por completo sua relação com os milicianos do Rio de Janeiro.
O exercício da Presidência da República por Jair Bolsonaro não foi nada, absolutamente nada além de um movimento de destruição da democracia, levado a cabo pelo desmonte ou aparelhamento dos órgãos públicos, pela militarização da administração, por tentativas de implantação de um sistema educacional moralista e também militarizado, pelo extermínio da cultura, pelo desrespeito às minorias, pela afronta ao Judiciário, pelo conluio com um Legislativo fisiológico, pelo isolamento internacional, pela genuflexão aos Estados Unidos, pelo forjamento e disseminação de fake news e pela corrupção — muita corrupção — no próprio Executivo e nas atividades paralelas dos filhos do presidente (rachadinhas, superfaturamento de vacinas Covaxin, tratores superfaturados, joias sauditas, caso Milton Ribeiro na Educação, favorecimento ao garimpo ilegal etc.).
O comportamento de Jair Bolsonaro durante a pandemia serve de exemplo ao mundo de quanto um governante pode ser incompetente e cruel. As chacotas que dirigiu às pessoas que morriam asfixiadas, o estímulo a aglomerações e ao não uso de máscaras, e o empenho diuturno por desacreditar as vacinas alçam-no à condição de genocida.
Por seus atos e palavras, Jair, Flávio, Eduardo e Carlos foram, desde sempre, inimigos da democracia enquanto estiveram no altar do poder. O trabalho persistente da família pelo armamento da população atesta seu apreço por uma sociedade em conflito e pelo justiçamento. Talvez o Velho Oeste americano seja-lhes o modelo.
O governo Bolsonaro destroçou a economia brasileira. Deixou R$ 255 bilhões a serem pagos pelo sucessor e desonerações que pressionaram a arrecadação futura. Deu calote nos precatórios, os quais tiveram de ser quitados pelo governo Lula. Paulo Guedes estourou o tal “teto de gastos” inúmeras vezes, sem ser cobrado por maiores explicações. A postura negacionista quanto às urgências climáticas derrubou os investimentos estrangeiros.
Hoje, fora do poder e prestes a ser condenado por articular golpe de Estado, Jair Bolsonaro continua a atuar para minar a democracia brasileira, com a ajuda dos filhos — Eduardo, de modo mais proeminente. Buscam — e, em certa medida, conseguem — uma aliança estapafúrdia com o presidente americano, que acredita ter meios de interferir na condução de processos pelo Judiciário brasileiro.
A família Bolsonaro, portanto, segue trabalhando para destruir a democracia brasileira. E conta com apreciadores aqui, por incrível que pareça. Não passarão.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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