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      Leonardo Attuch

      Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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      Tornozeleira em Bolsonaro é a melhor resposta que o Brasil poderia dar a Trump

      STF mostrou que o Brasil não se intimida e que lugar de golpistas é a cadeia

      Donald Trump e Jair Bolsonaro foram alvos dos manifestantes (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)

      A decisão tomada nesta sexta-feira 18 pelo Supremo Tribunal Federal de impor o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro representa um marco histórico na defesa da soberania nacional e do Estado Democrático de Direito. Além da tornozeleira, Bolsonaro está proibido de usar redes sociais, foi obrigado a respeitar toque de recolher noturno e também impedido de manter contato com diplomatas estrangeiros e outros réus investigados.

      Tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, a decisão é a melhor resposta que o Brasil poderia dar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em um ato de profunda ingerência nos assuntos internos do Brasil, Trump enviou uma carta a Bolsonaro, classificando o processo judicial como “injusto” e, mais grave ainda, anunciou em sua rede social, a Truth Social, que o “julgamento deve acabar imediatamente”. Não satisfeito, Trump ameaçou o Brasil com uma tarifa de 50% sobre exportações a partir de 1º de agosto e orientou o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos a abrir uma investigação comercial contra o nosso país.

      A manobra do presidente norte-americano é tão escandalosa quanto inócua. Primeiro, porque tenta transformar um golpista em mártir político. Bolsonaro não está sendo julgado por divergências ideológicas, mas por crimes gravíssimos: organização criminosa, tentativa de golpe, depredação do patrimônio público e outros crimes graves que somam mais de 30 anos de pena máxima. Segundo, porque a reação brasileira, materializada na manhã desta sexta-feira, com a tornozeleira eletrônica, foi exemplar.

      No dia de ontem, o presidente Lula, durante visita a Juazeiro, na Bahia, também foi firme. “Quem vai condenar Bolsonaro não é o presidente da República, não é o governador da Bahia, mas a Suprema Corte brasileira. Então Bolsonaro será julgado e, se for condenado, o lugar dele é no xilindró”. E foi além: denunciou a intromissão estrangeira, a chantagem tarifária e mostrou que o governo brasileiro respeita a separação dos Poderes. “O presidente dos EUA tem que entender que não é o imperador do mundo”, cravou Lula.

      A tornozeleira eletrônica em Bolsonaro é muito mais do que uma medida cautelar; é um símbolo de que o Brasil não se submete a pressões indevidas. Ela escancara para o mundo que o Brasil não é um quintal de Washington, que não aceita tutela estrangeira e que a Justiça vale para todos, inclusive para aqueles que tentaram destruir a democracia.

      Com essa decisão do STF, o Brasil dá uma lição ao mundo: lugar de bandido não é nos salões da política, nem nos corredores da diplomacia – é na cadeia, cumprindo pena, monitorado pelo Estado. E que fique claro para Trump: o Brasil é soberano. A melhor resposta que o Brasil poderia dar a Trump veio nesta sexta-feira: tornozeleira em Bolsonaro, cadeia para golpistas e defesa da soberania.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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