Presente ensina que não haverá futuro sem luta
Reflexão sobre o cenário atual denuncia a permanência de forças reacionárias e afirma: sem mobilização popular, não haverá transformação possível
No país dos conchavos supostamente geniais e acordões, onde grandes mudanças exigidas pela História costumam se transformar numa confraternização entre fantasmas sem rosto, cabe refletir sobre o momento atual, quando o país ensaia reconstruir um futuro a ser erguido sobre os escombros da tragédia bolsonarista e tudo o que ela representa.
Ainda que o universo maligno de Jair Bolsonaro e seus protetores tenha sofrido um ataque decisivo, abrindo caminho para a eleição e terceira posse de Lula num evento de significado gigantesco, é preciso reconhecer que, mesmo ferido, o dinossauro criminoso da extrema direita não sofreu uma derrota final.
Seu poder paralisante no Congresso e em várias instâncias decisivas do poder de Estado está aí, à vista de todos.
Graças a uma máquina de comunicação social poderosa como só se vê em ditaduras escancaradas, o empresariado mais reacionário reforça laços abertos de subordinação com o Império do Norte, num processo de recolonização em todas as esferas – na economia e na cultura, nos serviços de bem-estar social e no universo político.
Num continente que já assistiu, em passado nada longínquo, às lutas heroicas da juventude, dos trabalhadores e dos agricultores por um destino capaz de unir progresso econômico, dignidade social e liberdade política, vive-se um momento dramático no qual uma decisão que parece corriqueira pode ter impacto de muitas décadas.
Basta olhar para as nações vizinhas para reconhecer um futuro que só interessa à camada neo-escravagista que procura acomodar-se no topo da pirâmide, condenando massas deserdadas a uma existência sem direitos e sem futuro, num ambiente de selvageria e barbárie que merecia estar extinto pela História.
Séculos depois das caravelas de Colombo e Cabral, das lutas pela independência e pelos direitos do povo – a começar pelo fim da escravidão – um período de grandes lutas e conflitos decisivos se encontra a caminho da América Latina – e do Brasil, obviamente.
É preciso encarar a situação e enfrentá-la, pois não há alternativa além de uma resistência dura e persistente, cuja base, como sempre, se encontra na mobilização popular, responsável por conquistas memoráveis do passado que um presente de sombras ameaça desfazer, num cenário de pobreza e falta de horizontes. Mais uma vez, será preciso recordar que não haverá futuro sem muita luta.
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