Polarizar sem perder a razão
A baixa qualidade cognitiva e moral da maioria dos deputados e senadores é determinante para que os polos se oponham cada vez mais
No calor da polarização política, quando tudo é tudo e nada é nada – na filosofia Tim Maia – a sociedade vai se distanciando de alguns princípios que norteiam o bom senso e a nossa capacidade de distinguir uma coisa da outra.
Apontar exatamente quando e onde a polarização despertou o ódio, não se pode afirmar com certeza, porém não há dúvida de que essa erva daninha nasceu dentro da estufa de algum movimento incômodo para a classe dominante.
A baixa qualidade cognitiva e moral da maioria dos deputados e senadores é determinante para que os polos se oponham cada vez mais de forma agressiva e intolerante.
Percebe-se isso quando nos deparamos, por exemplo, com um homem agredindo uma mulher, ou um bandido dando golpe em um idoso.
A polarização anda tão acirrada que o interesse em identificar o campo político do criminoso supera a preocupação com o estado e a identidade da vítima. A mulher agredida ou o idoso roubado, têm menos importância do que as postagens políticas nas redes sociais do agressor e do golpista.
Analisando os dois casos sobre a percepção doente dos estigmas: os crimes se justificam caso as vítimas sejam do mesmo campo ideológico de seus algozes?
No dia sete de agosto deste ano, a Lei Maria da Penha completou dezenove anos, na semana em que se celebra a 30ª Semana da Justiça Pela Paz em Casa. Cenas de violência contra a mulher explodem nas redes sociais, denunciando a urgência de meios mais eficazes de proteção e punição.
As cenas escatológicas que assistimos durante a ocupação da Mesas da Presidência da Câmara e do Senado, em nada acrescenta, pedagogicamente, na formação dos indivíduos a quem representam.
Nesse caso, sem contrariar o conteúdo deste artigo, eram todos frutos podres da mesma árvore.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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