Pesquisa explica maior força política das direitas
Como é possível que um eleitor de esquerda ataque o STF vendo o tribunal triturar a extrema-direita?
O instituto entrevistou 2.004 pessoas, em 136 municípios, entre 10 e 11 de junho. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Essa pesquisa Datafolha foi divulgada na sexta-feira (27) e a mesma questão foi feita sobre os Três Poderes, que registraram índices semelhantes:
- 56% declaram vergonha em relação ao presidente Lula (PT);
- 58% sentem vergonha pelos deputados atuais;
- 59% têm vergonha dos senadores.
Só que a percepção (vergonha ou orgulho) dos magistrados do STF é fortemente alinhada à preferência político-partidária dos entrevistados.
Entre apoiadores declarados de Bolsonaro, a vergonha em relação ao tribunal atinge 82%; apenas 12% se declaram orgulhosos dos ministros.
Entre os que declaram preferência pelo PL, a taxa de vergonha chega a 91%; apenas 5% sentem orgulho.
Entre eleitores do presidente Lula, os ministros são motivo de orgulho para a maioria: 52%; 36% dizem ter vergonha; 12% não sabem.
Entre os que preferem o PT, o orgulho supera a vergonha: 53% contra 36%.
Se você não notou o que quero dizer expondo essa pesquisa, a situação é pior do que eu imaginava, porque está muito clara a falta de foco e de sagacidade (ingrediente vital na política) entre os eleitores de esquerda.
Desenhando: como é possível um eleitor de esquerda atacar o STF vendo o tribunal triturar a extrema-direita e manter relação de colaboração com o governo Lula para combater o golpe 2.0 (o sequestro do Parlamento pelo bolsonarismo)?!
É óbvio que a extrema-direita está muito mais focada nos seus objetivos que a esquerda, até porque também há muito esquerdista que avalia mal o presidente de esquerda por não entender que ele está sitiado pela extrema-direita no Congresso.
Não será com propaganda contra a extrema-direita que se vai virar esse jogo, será fazendo a esquerda usar o cérebro. Simples assim.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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