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      Oliveiros Marques

      Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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      O que importa, de fato, no último Datafolha?

      'Na rejeição dos candidatos estão as informações mais importantes e onde possa residir o maior sinal de alerta desta pesquisa para a esquerda e para a direita'

      Jair Bolsonaro, urnas e Lula (Foto: Divulgação)

      Lula vence em todos os cenários. Essa deveria ter sido a manchete de todas as publicações no último final de semana. Isso porque do ponto de vista eleitoral para o leitor, essa é a principal verdade revelada pela mais recente pesquisa Datafolha, divulgada no sábado, 2 de agosto: Lula se distancia dos candidatos bolsonaristas e daqueles que buscam representar a extrema-direita.

      No entanto, esse talvez não seja o dado mais relevante para os estrategistas das campanhas petistas e para os que sonham com uma candidatura "familiar" do clã Bolsonaro. Sim, eles ainda sonham em lançar alguém com o sobrenome Bolsonaro na cabeça de chapa. É no quadro de rejeição dos candidatos que estão as informações mais importantes e onde possa residir o maior sinal de alerta desta pesquisa para esses dois campos.

      Os números mostram que os demais nomes testados nos diversos cenários apresentam níveis de rejeição ainda bastante baixos. Isso se deve, em parte, ao pouco conhecimento que eles têm dos eleitores brasileiros e ao fato de até hoje estarem mais focados nas disputas locais, longe do centro do debate político-ideológico dos últimos anos no cenário nacional. Baixa rejeição que se constitui em um trunfo, podendo se tornar uma ameaça real tanto para Lula quanto para o candidato familiar dos Bolsonaro.

      É plausível supor que, nas duas trincheiras, já esteja em curso ou em planejamento alguma estratégia para aumentar o desgaste desses adversários potenciais. Talvez os ataques de Eduardo Bolsonaro a alguns desses personagens, pode ser parte desse movimento. O sonho para Caiado, Ratinho, Ciro, Zema e até mesmo para Tarcísio, sem dúvidas, é que eles sejam esquecidos pelos dois polos e façam a caminhada nos próximos 12 meses sem que dedos lhes sejam apontados. Para eles, o estado da arte, é que sigam falando apenas de flores.

      Se um cenário assim se confirmar - e não vingar uma nova candidatura com o sobrenome Bolsonaro, esses nomes poderão se apresentar como a alternativa viável da direita e da extrema-direita contra a candidatura de Lula. Com baixa rejeição e maior visibilidade, ganham musculatura eleitoral.

      É por isso que, nos próximos meses, é possível imaginar uma artilharia sendo direcionada a esses nomes. Tanto à esquerda quanto à direita, é possível surgir ataques - inicialmente indiretos - com o objetivo de desgastar suas imagens antes que possam se consolidar como opções reais. A conferir.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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