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Leopoldo Vieira

Jornalista profissional, pós-graduado em Administração Pública e Ciência Política. Trabalhou como analista sênior de política na Faria Lima (TradersClub) e nos ministérios do Planejamento, Secretaria de Governo e Relações Institucionais nos governos Dilma Rousseff e Lula

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Motta se alinha com Lula em segurança pública

'O projeto anti-facção precisará incluir o debate sobre soberania nacional, e neutralizar a tentativa da oposição em chamar a atenção dos EUA'

Brasília (DF) - 21/05/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (d), durante reunião com ministros no Palácio do Planalto (Foto: RICARDO STUCKERT/PR)

Sinalizando alinhamento com o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou à GloboNews, nesta sexta-feira, que pretende aprovar em dezembro a “PEC da Segurança”, que vai priorizar o projeto anti-facção e que a proposta que classifica organizações criminosas como terroristas, principal bandeira da direita, precisará incluir o debate sobre soberania nacional — enquanto especialistas não descartam que o assunto possa ser tratado, em algum momento, entre Brasília e Washington, neutralizando a tentativa da oposição em chamar a atenção da Casa Branca. 

Até o momento, não foram divulgadas pesquisas relevantes sobre a repercussão da operação letal do governo do Rio de Janeiro, mas as declarações de Motta indicam que o cenário não é tão favorável à direita quanto se esperava, favorecendo — por ora — o discurso e a agenda do Palácio do Planalto para a segurança pública. 

Na próxima semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado deve iniciar os trabalhos na terça-feira, conforme o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O colegiado investigará a estrutura, expansão e funcionamento das organizações criminosas, com ênfase nas milícias e facções, o que está em linha com operações como a Carbono Oculto, mas reforça a importância do Senado na governabilidade do Executivo. Na Casa, vista como mais alinhada ao Planalto do que a Câmara, a proposta que enquadra organizações criminosas como terroristas tende a enfrentar maior resistência.  

Na semana que vem, o Senado também pode concluir a votação da reforma do Imposto de Renda (IR), pauta que faz o Planalto voltar a "jogar em casa". Na quinta (6) e sexta-feira (7) , com a presença do presidente Lula, líderes mundiais darão a largada para a COP30, o que pode deslocar a atenção da opinião pública para discussões ambientais.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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