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      Rachel Vargas

      Jornalista há 20 anos, atuou nas principais redações do país, como Correio Braziliense, Jornal de Brasília, TV Band, TV Justiça, Record TV e CNN. Há dois anos, começou a atuar em consultorias políticas e se especializou como consultora de relações institucionais e governamentais, função que também exerce na Ágora Advocacy.

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      Moraes morde a isca que Bolsonaro preparou e crise se escala

      Se o clima já estava tenso, hoje ele é ainda pior

      Bolsonaro e Moraes (Foto: Antonio Augusto/STF)

      Ao determinar a prisão de Jair Bolsonaro, Alexandre de Moraes colaborou, mesmo que involuntariamente, para o tensionamento de uma crise que não para de escalar. A prisão domiciliar do ex-presidente foi vista com receio por lideranças políticas. Isso porque é iminente a prisão de Bolsonaro ao final do processo a que responde pela trama golpista. Ou seja, bastaria o ministro relator aguardar o trânsito em julgado da ação para proferir a sentença final, o que é esperado para acontecer no próximo mês. Mas, a ordem de prisão diz respeito ao processo de obstrução de justiça a que Bolsonaro responde e se Moraes não adotasse essa postura sairia desmoralizado. Sabendo disso, Bolsonaro esticou a corda, criou fatos e fez o ministro do STF morder a isca, ao proferir uma decisão que gerou críticas de todos os lados - da política aos grandes veículos de imprensa. Era o que Bolsonaro queria e precisava para incendiar a política do governo Lula, se tornar “vítima” de um sistema e virar o protagonista da vez. 

      Agora, a prisão domiciliar - que muito se assemelha às medidas já impostas anteriormente - serviu de combustível para inflamar ainda mais o ambiente político. Se o clima já estava tenso, hoje ele é ainda pior. Mas, como muitos sabem, é no caos que parte da política aposta para sobreviver, e isso inclui Jair Bolsonaro. Para quem acompanhou de perto os quatro anos de governo do capitão reformado sabe que é no tensionamento que ele mantém sua base viva e ativa. E, agora, não é diferente. 

      Hoje, o que assistimos no Congresso Nacional foi o retrato de uma política oportunista que defende não interesses gerais, mas uma causa própria em torno do ex-presidente. A defesa de uma anistia ampla e irrestrita ignora os fatos registrados e televisionados no dia 8 de janeiro. Ignora depoimentos contundentes, provas materiais de que houve uma tentativa de golpe de estado, orquestrada pelo ex-presidente. Ignora que o Brasil anseia e necessita de projetos e soluções para a economia, segurança, saúde. Ao invadir e tomar as Mesas da Câmara e do Senado, parlamentares esquecem e ignoram para que foram eleitos e parecem acreditar que seja a anistia o tema de interesse do país. Impedir o funcionamento do Congresso Nacional e ameaçar a paralisação dos trabalhos em prol de um cidadão é, no mínimo, irresponsável e levará o Brasil ao abismo.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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