Mario Fernandes - o boi de piranha
Há uma movimentação óbvia para tentar livrar Bolsonaro de uma condenação líquida e certa
O general Mario Fernandes era uma espécie de "faz-tudo" de Bolsonaro, até consolar sua tristeza, zelar para não cair em depressão. Para além dessas "funções", ele foi ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência (SGP) e era o secretário executivo desse ministério, tendo sido assessor do general Pazuello no desastroso Ministério da Saúde.
Hoje, 24 de julho, durante depoimento dele do núcleo 2 do comando do golpe, ele saca uma "confissão" muito conveniente de que seria o único autor do plano de matar o presidente Lula, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, no chamado Plano Punhal Verde e Amarelo.
Segundo ele:
"Arquivo retrata um pensamento meu que foi digitalizado", disse o general, que está preso. "Uma análise de riscos. Por um costume próprio, decidi, inadvertidamente, digitalizar. Não foi mostrado a ninguém. Não foi compartilhado com ninguém", alegou. (Portal UOL)
Ora, essa "confissão", do general Mario Fernandes, que está preso há meses, é uma espécie de golpe dentro do golpe, para tentar livrar Bolsonaro, em primeiro lugar, assumindo que apenas ele, e tão somente ele, era o autor intelectual e executor do golpe.
Obviamente que os prints de suas conversas com Mauro Cid desmentem a tese de que ele agiu sozinho, de que o ex-presidente Jair Bolsonaro não conhecesse nada da operação que mataria as autoridades.
Isso faz crer que há uma movimentação óbvia para tentar livrar Bolsonaro de uma condenação líquida e certa. Assumindo toda a culpa, ele seria condenado e, se Bolsonaro se voltar à Presidência, daria indulto ao condenado; o processo de anistia teria menos disputa.
Essa tentativa torpe deve ser olhada com cuidado. A mídia corporativa compra a narrativa e, nos bastidores, Temer e outros trabalham para livrar Bolsonaro, usando a ameaça dos EUA como pano de fundo.
O Brasil não pode cair nesse "golpe dentro do golpe".
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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