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Cândido Vaccarezza

Dr. Cândido Vaccarezza é um médico e político formado pela Universidade Federal da Bahia e atualmente mora em São Paulo. Ele tem especializações em ginecologia e obstetrícia, saúde pública e saúde coletiva. Durante a pandemia, foi diretor do Hospital Ignácio P Gouveia, referência para o tratamento de Covid na Zona Leste de São Paulo. Como político, ele participou da luta pela democracia no Brasil na década de 1970 e foi deputado estadual e federal pelo PT. Além disso, ele também foi líder na Câmara do Governo Lula e Dilma e secretário de esporte e cultura em Mauá. Reg

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Eleição presidencial já começou

'É ilusão pensar um segundo turno sem a presença de Lula em 2026', analisa Cândido Vaccarezza

Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, declarou, o já declarado anteriormente, o apoio a Tarcísio de Freitas para governador de São Paulo. Já para presidente… o MDB esperará 2026; afirmou que “até há pouco tempo a centro-direita levava vantagem, mas que hoje a esquerda está com a mão na taça”. Tudo indica que o MDB decidirá em 26 se apoiará Lula, Tarcísio, se terá ou não um candidato. Certamente, como soe acontecer, o MDB terá todas as posições no seu interior, mesmo que venha a indicar o vice de Lula.

Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara e ex-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, talvez interpretando o sentimento de boa parte da “Faria Lima”, disse que “o governador Tarcísio se transformou de candidato da centro-direita favorito em candidato a perder as eleições, por ter se contaminado pela agenda maluca do bolsonarismo”, afirmou ainda que este espectro político não ganhará a eleição. Isso expressa uma mudança significativa na posição do setor financeiro do Brasil.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que se Tarcísio for candidato a presidente contará com o apoio do seu partido e que Ratinho Junior e Eduardo Leite não seriam candidatos, ao menos pelo PSD. Por outro lado, numa escorregada, mas expressando o pensamento do bloco petistas, o presidente Lula manifestou a segurança de que a eleição estava ganha.

A um ano do pleito presidencial não existe eleição ganha ou eleição perdida. Só tem um discurso pior do que o “já ganhou”, é o “já perdeu”. Um leva o contendor a baixar a guarda, cometer erros e menosprezar pequenos apoiadores, o outro conviverá com uma força centrífuga que ninguém deseja passar por perto. Todos vimos eleições ditas perdidas ou ditas ganhas, em que estas previsões cabalísticas foram contrariadas, já vimos, inclusive, eleições decididas em menos de 24 horas.

É muito cedo para vaticinar resultados, talvez, nem todos os candidatos tenham aparecido ainda, apesar de a disputa eleitoral estar, na prática, em pleno curso. O que é possível afirmar, com base em todas as eleições que houve durante a “Nova República”, é a força do presidente Lula, que independentemente do quadro posto, ocupou o primeiro ou o segundo lugar em todas as eleições desde 1989. Portanto, é ilusão pensar um segundo turno sem a presença de Lula.

O Brasil tem se dividido em três blocos, o PT, um centro pouco definido e uma direita dividida, que, até há pouco tempo, era hegemonizada por Bolsonaro e pelo bolsonarismo. À exceção de 1989, quando houve uma pequena diferença no primeiro turno entre Lula e Brizola, as eleições no Brasil sempre foram polarizadas, com uma movimentação do chamado voto útil já no primeiro turno, o que dificultou a construção de uma “terceira via” e, mesmo, de debates programáticos mais aprofundados. Sempre prevaleceu o nós contra eles, como se alguém que divergisse de Lula, fosse de direita ou se alguém que divergisse do principal candidato da direita fosse de esquerda. Outro problema da polarização despolitizada foi a criação de temas “canonizados” ao longo do tempo, como bolsa família, proUni, entre outros, enquanto a discussão substancial de projetos para o desenvolvimento econômico, distribuição de renda, educação, entre outros, ficou quase à margem, além do crescimento, quase fanatizado, do ambientalismo fundamentalista, que tem levado à taxação de negacionista climático a qualquer um que defenda a exploração das riquezas do subsolo amazônico. Falta ao debate eleitoral a discussão aprofundada sobre o Brasil. Quero registrar que o MDB, através da Fundação Ulysses Guimarães, construiu um processo nacional e apresentará os seus resultados no próximo dia 22/10, ainda não temos acesso ao texto produzido.

Sobre as candidaturas, até agora, temos à esquerda e centro-esquerda o nome do presidente Lula, com Geraldo Alckmin de vice, apesar dos rumores sobre esta posição ser ocupada pelo MDB. À direita, o governador Zema é pré-candidato pelo partido Novo e tudo indica que não retirará a candidatura, o Novo é o partido mais liberal entre todos e tem tradição de manter as suas candidaturas; o Governador Caiado já lançou a sua candidatura pelo União Brasil, e, mesmo o seu presidente, Rueda, dando sinais que poderá participar de uma frente maior, Caiado, homem de direita histórica, fundador da UDR, candidato em 89 pela coligação Campo Cidade, governador bem aprovado e acostumado a grandes batalhas, não deixa dúvida, não arredará o pé da sua candidatura; O PP e o PL vêm trabalhando pela candidatura de Tarcísio de Freitas, ao que parece, até agora, com duas hipóteses de vice, um ou uma vice de sobrenome Bolsonaro, independentemente das diatribes do filho 03, o deputado Eduardo Bolsonaro, ou um nome de larga experiência e capacidade política, como o do Senador Ciro Nogueira. A situação está complicada com o enfraquecimento da candidatura Tarcísio e do bolsonarismo, que vem perdendo substância, o que poderá postergar por uns meses essa decisão. Ao centro, que chamarei de centro expandido por parte da centro-esquerda e parte da centro direita, temos um conjunto de manifestações, umas já apresentadas e outras por apresentar: o Governador Ratinho, bem avaliado no Paraná, em ascensão no Brasil e candidato a presidente, não parece que poderá ceder o seu lugar para Tarcísio, aguardemos; Ciro Gomes, até agora tem dito que será candidato a governador do Ceará, deixou o PDT e filiou-se no PSDB, seus principais quadros consideram um erro o fato de o PSDB não ter tido candidato em 2022, deixam claro também que terão candidato a presidente em 26, portanto, ainda é cedo para afirmar que Ciro Gomes não será candidato a presidente pelo PSDB. Os Republicanos ainda não se apresentaram para a disputa nacional, mesmo porque a candidatura Tarcísio é cogitada pelo PL e pelo PP. Recentemente, o ex-deputado João Caldas, de Alagoas, Estado do primeiro e do segundo presidente do Brasil, e do primeiro eleito depois da Constituinte de 88, ao assumir a presidência do partido Democracia Cristã, informou que o partido terá candidato a presidente e que convidará o Alagoano Aldo Rebelo, radicado em São Paulo, para disputar a presidência da República.

Apesar do quadro conjuntural parecer estável, tudo está em movimento, a eleição de 26 está em aberto, muitos desdobramentos influenciados pela conturbada conjuntura internacional, com as guerras em curso, a imprevisibilidade de Trump e os possíveis abalos na Venezuela, como os trancos e barrancos da igualmente conturbada conjuntura nacional podem influenciar nos resultados eleitorais de 2026. Tenho dito que o Brasil tem jeito, necessitamos que seja apresentado um projeto de país para a Nação brasileira nestas eleições.

A passagem de fronteira de Rafah, em Gaza, com o território egípcio será reaberta na segunda-feira, disse a embaixada palestina no Egito em um comunicado neste sábado (18). A travessia está praticamente fechada desde maio de 2024.

Apesar do acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (16) que os combates na Faixa de Gaza ainda não terminaram, apesar do acordo de cessar-fogo no território que ele assinou.Netanyhahu ameaçou o Hamas caso o grupo terrorista não devolva todos os corpos de reféns mortos em cativeiro que se comprometeu a entregar também pelo acordo de cessar-fogo.

"O combate ainda não terminou, mas há uma coisa muito clara: quem levantar a mão contra nós sabe que pagará um preço elevado", declarou o premiê israelense durante o evento oficial que marca o segundo aniversário do ataque de 7 de outubro de 2023 do Hamas, no cemitério do Monte Herzl, em Jerusalém.

Ele disse ainda que está "determinado a conseguir o retorno de todos os reféns".

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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