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      João Renato Paulon

      Advogado, mestrando em estudos estratégicos pelo PPGEST/UFF e especialista em geopolítica e defesa

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      Eduardo Bolsonaro, candidato autoproclamável?

      Talvez o exemplo do autoproclamado presidente venezuelano Juan Guaidó tenha inspirado Eduardo Bolsonaro

      (Foto: Agência Brasil)

      Um dos principais fatores de derrocada política dos últimos tempos que pode ser observado, é quando um político, age escalonando sem recuar, acreditando que age moralmente e corretamente. Do ponto de vista de seus seguidores, seus atos, cada vez mais radicais, inflam a sua base que por sua vez validam seu comportamento encorajando o político a se radicalizar cada vez mais e por vezes empurram para o buraco.

      Todavia, atuam como agentes de anti-produção de alto calibre — incapazes de contribuir para um Brasil mais independente, soberano e menos desigual. A força gravitacional de seus movimentos políticos tende a gerar danos significativos: para si mesmos, para suas famílias e, em certos casos, para o próprio país. O erro reside no cálculo estratégico — o radicalismo cega.

      Foi assim com Eduardo Cunha em 2016 cassado por 450 votos contra 10 após destituir a Presidenta Dilma. A perseguição de Lira contra Glauber só serviu para a sociedade reagir mais firmemente contra o orçamento secreto. Deltan Dellagnol também não previu sua dissociação com o ordenamento jurídico e viu o derretimento de sua carreira no Ministério Público Federal após sua epopeia jurídica contra Lula. 

      Os atuais e impopulares Presidentes do Senado e Câmara correm o risco de seguir para o mesmo caminho (da rejeição popular), mas quem já está trilhando-o literalmente é Eduardo Bolsonaro. Enquanto Bolsonaro (pai) se aproxima da prisão por motivos já sabidos, pelo menos continua, de pé, no Brasil para não sofrer execração pública se fugir.

      Não é o caso do Eduardo Bolsonaro, mais acovardado, pegou sua experiência de chapeiro do Maine, — ao invés de importar o SUS para os Estados Unidos — de lá, com seu assecla Paulo Figueiredo, tentam fomentar uma espécie de tele-agitação, que pouco contribui para o debate nacional, e apenas aprofunda o desgaste da sua própria imagem perante a população brasileira, do Oiapoque ao Chuí.

      Os States têm feito de tudo um pouco, contra países que elegem seus opositores políticos, e talvez o exemplo do autoproclamado presidente venezuelano Juan Guaidó tenha inspirado Eduardo Bolsonaro. Guaidó se apoderou de quase 1 bilhão de recursos venezuelanos, bloqueados pelos EUA, para sua “presidência interina”.

      Por sua vez, Eduardo Bolsonaro, também é dependente de recursos para sobreviver e deverá solicitar bloqueios de ativos brasileiros nos Estados Unidos para se manter e continuar com a sua tele-agitação. 

      Esse tipo de intervenção, como demonstram os recentes congelamentos de ativos russos por parte da OTAN, revela o uso cada vez mais aberto do sistema financeiro internacional como arma de política geoestratégica. Esta prática usual americana, graças ao padrão-dólar caminha para o fim, por iniciativa dos BRICS . Em 2024 a Rússia teve seus ativos congelados pela OTAN e a Representação Permanente da Rússia na União Europeia afirmou que “o roubo foi oficialmente elevado ao status de ferramenta da política externa de Bruxelas (OTAN)”  por sua utilização como ‘arma’ pelo governo americano, segundo o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. 

      A América Latina, ao aceitar historicamente o papel de “quintal” geopolítico dos EUA, torna-se terreno fértil para o surgimento de figuras autoproclamadas e dependentes de tutelas externas, para manter projetos pessoais e justificar sua evasão da Justiça.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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