Dosimetria é continuação do golpe de 8 de janeiro - Paulinho, Temer e Aécio: absurdo e escárnio
A condenação de Bolsonaro é importante exemplo que o Brasil dá ao mundo e uma lição para todos os países que golpes de Estado não serão tolerados
É de chamar a atenção e soa como escárnio ou um soco no estômago contra a sociedade brasileira ter ciência e nenhuma paciência com o golpista-mor Aécio Neves, o usurpador e golpista-mor Michel Temer, além do “sindicalista” de direita pró-patronato, que insultou a presidente Dilma Rousseff de tudo e mais um pouco se tornarem os paladinos da “pacificação” do Brasil. É muita pretensão desses golpistas, que conspiraram contra o Brasil e levaram à deposição de uma mandatária que jamais incorreu em quaisquer crimes comuns e de responsabilidade.
O metalúrgico e deputado federal Paulinho da Força é o relator do PL da Anistia. Surreal. Paulinho é um sujeito que se aliou desde cedo ao grande capital industrial e depois, junto com partidários de direita na Câmara, quase sempre votou contra os interesses dos trabalhadores, a apoiar também o capital financeiro, inclusive no que concerne às questões do Governo versus Banco Central, uma autarquia que foi praticamente entregue aos interesses dos bancos privados, a estrangular o crescimento da economia e a impor contra o País os juros mais altos do mundo.
Paulinho da Força, o “metalúrgico”, sempre foi aliado dos patrões, principalmente em termos macro, tanto ideológico quanto econômico, e por isso ele é o cavalo de Troia que atua no campo dos trabalhadores, mas espertamente dissimula ser um agente político que atua em prol desses mesmos trabalhadores, quando, na verdade, nunca foi, não é, assim como jamais será um verdadeiro defensor dos interesses dos trabalhadores, que serão, no futuro, os aposentados.
O sindicalista Paulinho sempre caminhou por veredas tortuosas e desde sempre se aliou ao patronato, ressalto novamente, para principalmente combater a CUT e depois o PT, a fazer um contraponto patronal divergente da maioria dos trabalhadores, o que é um fato vergonhoso, porque suas ações sempre foram dignas de um traidor, como sempre fez na hora de escolher o lado político-partidário para apoiar. Portanto, Paulinho da Força jamais titubeou quanto às suas escolhas e por isso sempre apoiou os interesses do patronato dono do grande capital, no papel de sindicalista e ao mesmo tempo de parlamentar.
Por sua vez, de repente, não mais que de repente, os golpistas e cadáveres políticos Aécio Neves e Michel Temer saem de suas tumbas e se apresentam como “interlocutores” do PL da Anistia, que certamente será derrotado no Senado nesses termos escandalosos e posteriormente rejeitado e arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que, inclusive, já avisou ao Congresso sobre sua inconstitucionalidade.
Entretanto, além desse PL que afronta a sociedade civil e escancara o golpismo latente desses grupos políticos de direita e de extrema direita a darem continuidade ao golpismo do 8 de janeiro, o que realmente chama a atenção dos brasileiros é a atuação da dupla de golpistas diretamente responsáveis pela deposição de Dilma Rousseff, sendo que Aécio Neves, um playboy e filhinho de papai não aceitou a derrota para Dilma Rousseff em 2014, bem como foi encolerizado à tribuna do Senado afirmar que o governo da primeira mulher presidente da história do Brasil seria sabotado, boicotado, assim como asseverou, inescrupulosamente e sem provas, que a eleição presidencial vencida por Dilma foi fraudada. Aécio escancarou definitivamente para quem ele está a serviço: o grande empresariado nacional e seus associados dos Estados Unidos.
Aécio é irremediavelmente irresponsável e inconsequente, além de ser o precursor do golpe de estado de 2016, que até os dias atuais obriga o País a se virar nos 30 para combater o golpismo do bolsonarismo de extrema direita, que mesmo com a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de cadeia, a sociedade civil organizada continua a enfrentar os golpistas do Congresso Nacional, os governadores de direita e também os setores direitistas da sociedade, a exemplo dos banqueiros, do agronegócio, dos muitos empresários do comércio e da indústria, além de ainda estão a atuar contra a democracia e o estado de direito segmentos antidemocráticos das polícias, dos ministérios públicos e da Justiça em todos suas instâncias. Trata-se do real establishment nacional, que tem canais abertos com a extrema direita mundial. Basta lembrar das ações malévolas da escória da Lava Jato.
Quanto ao golpista e usurpador Michel Temer, que deveria estar preso por liderar um golpe de estado em 2016, mais do que comprova-se que tal bandoleiro metido a grã-fino jeca de São Paulo utilizou-se do cargo público de vice-presidente da República para cometer crimes e trair Dilma Rousseff, a se aliar à tigrada corrupta que ocupava o Congresso na época e assim propiciar a tomada de poder, a impor ao Brasil o neoliberalismo, que fomentou um choque econômico de caráter ortodoxo, que transformou em pária grande contingente da população brasileira.
O choque neoliberal concentrou brutalmente renda e riqueza, elevou exponencialmente os preços dos alimentos e aluguéis, entregou o Pré-Sal às multinacionais, vendeu estatais estratégicas, e liquidou ou sabotou inúmeros programas sociais, de maneira também a atender os interesses estadunidenses, da burguesia e da pequena burguesia, pois cansados e furiosos de verem pobres e pretos em shoppings, aviões, universidades, restaurantes e supermercados, além da garantia dos direitos trabalhistas e previdenciários, que sempre causou úlceras nos estômagos dos “donos” do dinheiro e de mentalidade escravagista.
O golpe de estado de 2016 foi, sobretudo, um golpe que explicitou sem máscaras a luta de classe no Brasil, além do racismo latente e outros preconceitos que envergonham até satanás, além de outras questões preocupantes, obviamente, como sequestrar o estado nacional para atender apenas à casa grande brasileira e seus aliados ou sócios do exterior. Para isso, contaram com a cooperação da Justiça e do MPF, ao ponto de serem vazadas gravações do ex-senador Romero Jucá, que tratavam simplesmente de um golpe de estado, sendo que até hoje tal político golpista e reacionário está livre, leve e solto, a se deleitar com os prazeres da vida.
Romero Jucá foi líder de inúmeros governos em âmbito federal, quando disse a um interlocutor e cúmplice do golpe que eles deveriam fazer um grande acordo nacional para levar à deposição a presidente Dilma Rousseff, com traidor-mor Michel Temer à frente e o “Supremo com tudo”, que na época envergonhou a Justiça e 54.501.118 milhões de brasileiros, que votaram pela reeleição de Dilma Rousseff e foram desrespeitados pela cumplicidade do STF com os golpistas e usurpadores da direita brasileira.
Dito e feito, Dilma caiu, o traidor Temer assumiu a Presidência da República e o choque ultraneoliberal na economia foi feito, com desdobramentos que, posteriormente, causaram a ascensão de um político fascista do naipe de Jair Bolsonaro, que ora se encontra preso por sonhar com uma ditadura, sendo ele o ditador do Brasil, se possível para sempre. O fascista Bolsonaro na Presidência da República significou literalmente a participação e cooperação do Supremo Com Tudo na trama golpista, que durou de 2014 a 2016, o ano em que Dilma foi deposta injustamente, porque jamais cometeu crimes.
A partir daí a tigrada se deleitou com o poder conquistado criminosamente e deitou e rolou, porque até malas em aviões passaram a imediatamente cobrar, como diminuíram, e muito, as embalagens, o peso e o tamanho dos produtos alimentícios, o que, seguramente, fatos reais que nos levam a pensar sobre o quanto não ganharam com terras, minérios e comércio em alta escala em todos os setores e segmentos da economia, além do liberou geral para os empresários do campo e da cidade, que já ricos nunca ganharam (roubaram) tanto e deram tão pouco de retorno à população brasileira, que foi para a fila do osso e o Brasil de volta ao mapa da fome. Está aí o neoliberalismo com todas suas garras e dentes. E os bolsominions de classe média a pagar pau ou mico nas ruas com camisas da CBF, ódio nos corações e burrice nas mentes eivadas de ignorâncias, egoísmos e preconceitos.
Deu no que deu, meu camarada! Logo após a queda de Dilma, Lula foi cruelmente perseguido pela quadrilha da Lava Jato até ser preso e afastado da corrida presidencial de 2018. Bolsonaro assumiu a Presidência e o Brasil entrou em um período de trevas quando até a vacinação para salvar as pessoas foi desqualificada e combatida. Em todos os segmentos da sociedade civil e do Governo Federal aconteceram graves retrocessos, tanto na saúde quanto na educação, no meio ambiente e na cultura, na indústria e no comércio, sendo que os trabalhadores não tiveram qualquer reposição salarial nem que fosse relativo à inflação, porque aumento nos salários nem pensar.
Trata-se dos tempos do terraplanismo aplicado diretamente nas veias dos bolsonaristas e a imbecilidade como meta total a ser alcançada pelos bolsominions, que desejavam a volta dos tempos da ditadura militar, sendo que muitos alegavam ter Jesus em seus corações. É mole ou quer mais, cara-pálida? Direitos foram sabotados quando não extintos, como também aconteceu a predação do Estado nacional, inclusive no que concerne à invasão de terras públicas, indígenas e quilombolas por parte de fazendeiros, além de mortes no campo, a terem como vítimas as lideranças de movimentos sociais como as do MST.
Todas essas covardias e barbaridades tiveram a conivência dos governos golpistas e ultraneoliberais de Temer e Bolsonaro, que sequestraram o estado brasileiro e o colocaram a serviço dos interesses da grande burguesia nacional associada à internacional, como, por exemplo, tomar de assalto a Petrobrás e suas subsidiárias importantes para a economia nacional, o Pré-sal e a Eletrobras, dentre outras estatais. A lógica perversa era o Estado com os ricos, dos ricos e para os ricos, sendo que o golpe de estado aconteceu exatamente para manter totalmente intactos os interesses dos ricos e a total rejeição aos programas sociais que dignificam os pobres, porque passam a ter acesso ao desenvolvimento social e econômico e assim há a possibilidade de não serem escravizados quanto aos seus empregos e salários.
Contudo e apesar de tudo o que foi dito acima, a oposição bolsonarista de extrema direita de caráter golpista e autoritário insiste, mesmo após a condenação de Jair Bolsonaro et caterva, em dar continuidade ao golpe de estado tentado de forma violenta em 8 de janeiro de 2023 para impedir a posse do presidente constitucional, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi eleito pelo voto soberano do povo brasileiro, bem como derrotou Jair Bolsonaro e todos aqueles que se movimentaram para levá-lo à prisão em 2018.
Por sua vez, Bolsonaro é aquele extremista que afirmou, sem dó e nem piedade, que Lula iria apodrecer na cadeia, sendo que o golpista de extrema direita foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses de cadeia, inicialmente em regime fechado. Nada é mais real do que um dia após outro dia. Nada como pensar sobre a vida e verificar que aqui se faz, aqui se paga, ainda mais quando se trata de um perverso com evidente psicopatia e sem qualquer compromisso com os interesses do Brasil e muito menos com as demandas do povo brasileiro.
Insano que é tal sujeito, ele quis se transformar no ditador do Brasil, com a cumplicidade dos “seus” generais, que, irresponsáveis e golpistas, mancharam mais uma vez a história das Forças Armadas, em especial o Exército, de triste memória, porque a corporação liderou o sanguinário golpe civil-militar de 1964, que se tornou o regime mais violento e cruel da história republicana deste País até os dias de hoje.
O projeto de lei da chamada “Dosimetria” e não mais “Anistia” prevê a redução de penas para condenados por tentativa de golpe no País, além de outros crimes, já preocupa os líderes da Câmara dos Deputados, que temem que o sórdido projeto tenha o mesmo destino da PEC da Blindagem, rejeitada por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Em suma, a “proposta” da Dosimetria elaborada por uma escória de deputados e deputadas bolsonaristas ainda não chegou ao plenário da Câmara Alta para votação, porque a CCJ certamente vai analisar e talvez arquivar tal insanidade e, obviamente, malandragem dos patifes golpistas que se travestem de deputados e deputadas.
O Centrão, que é de direita, resolveu não repetir o recente desgaste político perpetrado pela PEC da Bandidagem (Blindagem), que teve como forte reação à insensatez e à má-fé dos parlamentares bolsonaristas as recentes manifestações do campo da esquerda contra a PEC da Blindagem, uma cafajestada contra a sociedade brasileira sem limite e tamanho, porque os deputados resolveram se transformar em uma casta imune às decisões da Justiça, razão pela qual a CCJ arquivou o projeto da bandidagem e deixou um monte de picaretas a ver navios.
Contudo, o atual Congresso, principalmente a Câmara dos Deputados, é o pior do que há de pior na era pós-redemocratização do Brasil, que já se vão 40 anos, quando a ditadura caiu de podre e Tancredo Neves se elegeu indiretamente com grande maioria no Congresso e o apoio majoritário da população brasileira que foi às ruas, tanto nas Diretas Já, de 1984, quanto na eleição presidencial de 1985, quando Tancredo se tornou presidente para logo depois falecer.
Porém, torna-se inaceitável, porque soa como escárnio ou um soco no estômago contra a sociedade brasileira a tal da PEC da Anistia. Se você, meu camarada, reivindica ser anistiado é porque reconhece que cometeu crime. Como alguém pede anistia sem ter sido julgado? Foi exatamente o que aconteceu com o Bolsonaro e seu bando de cúmplices e de apoiadores que apostaram na anistia antes de o ex-presidente de caráter fascista ser condenado pelo Supremo no dia 11 de setembro de 2025.
A condenação de Bolsonaro é importante exemplo que o Brasil dá ao mundo e uma lição para todos os países que golpes de Estado não serão tolerados e sim punidos, uma atitude que os Estados Unidos não tomaram em relação ao golpista e multiprocessado na Justiça, o presidente Donald Trump. E deu no que deu... O PL da Dosimetria, ex-Anistia, é a continuação do golpe de 8 de janeiro. Além disso, Paulinho, Temer e Aécio são o trio de golpistas sem a menor condição moral e política para tentar “apaziguar” o País. Trata-se de absurdo e escárnio! A verdade é uma só: golpe de estado no Brasil nunca mais. É isso aí.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.