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      Emir Sader

      Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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      Declínio ou decadência do imperialismo

      Com avanço do BRICS e ascensão da China, hegemonia dos EUA enfraquece e ameaça transformar declínio em decadência definitiva do imperialismo norte-americano

      Agentes do Serviço Secreto dos EUA na Casa Branca (Foto: Reuters/Tasos Katopodis)

      Declínio ou decadência do imperialismo

      A primeira metade do século XXI é um período histórico especial, já pela quebra da onipotência que o imperialismo norte-americano exibia na segunda metade do século passado.

      Era, inquestionavelmente, a maior potência política, econômica e militar do mundo. Um poderio que só foi quebrado em circunstâncias determinadas, como na Guerra do Vietnã e em Cuba.

      A Guerra Fria permitia um equilíbrio entre o campo imperialista e o campo soviético, por razões militares. Desde que a URSS teve acesso à bomba atômica, as duas superpotências poderiam aniquilar-se mutuamente. Daí a Guerra Fria e o equilíbrio entre as duas maiores potências do mundo.

      Neste século, iniciou-se o declínio econômico dos Estados Unidos, que já não possuem o poderio econômico do século passado. Apesar da ilusão de que, com o fim da URSS, poderiam reinar como a única superpotência no mundo, essa ilusão se desvaneceu rapidamente, quando se deram conta da existência do BRICS – uma aliança, pela primeira vez, entre a China, a Rússia, o Brasil, entre outros tantos países.

      O mundo voltava a ser dividido entre dois blocos. Mas, desta vez, a relação entre eles passou a ser diferente. Se, na Guerra Fria, a superioridade econômica dos Estados Unidos era evidente, agora a força econômica da China se impõe. Se, na Guerra Fria, o único equilíbrio entre os dois blocos era militar, agora, diante do BRICS, ele é também político e econômico.

      Os aliados tradicionais dos Estados Unidos também se enfraquecem relativamente: a Europa, penetrada por correntes de ultradireita, que rompem a unidade política de seus países.

      Enquanto isso, a lista de países que solicitam ingresso no BRICS só aumenta, incluindo, inclusive, antigos aliados históricos dos Estados Unidos, como a Arábia Saudita e outros países petroleiros.

      O novo equilíbrio mundial é diferente daquele existente na Guerra Fria anterior. Desta vez, o poderio norte-americano é declinante; sua tendência não é de fortalecimento, mas de enfraquecimento, tanto econômico quanto político. Ainda permanece como o maior mercado consumidor do mundo, a maior potência bélica também. Daí que, provavelmente, é mais correto falar de declínio do que de decadência.

      Embora a tendência seja a de passar de declínio a decadência, se as tendências atuais se confirmarem e se consolidarem. Porque a tendência econômica é a de que a China se torne a maior potência econômica do mundo. Que o Brasil se fortaleça como potência intermediária emergente. Assim como o BRICS se expanda, com a adesão de um número cada vez maior de países.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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