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Arnóbio Rocha

Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".

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Correios 4.0: Tecnologia e soberania digital

O presidente Fabiano Silva dos Santos lidera os Correios em sintonia com o presidente Lula pela soberania e por uma empresa forte

Brasília (DF), 28/08/2024 - O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A relação do povo brasileiro com os Correios é de confiança e de memórias afetivas que passam de geração em geração. A presença em cada ponto do Brasil, em cada cidade, grande ou pequena, em rincões distantes onde ninguém chega, sempre chegará um carteiro ou uma carteira, com o inconfundível uniforme amarelo e azul, simbolizando a presença do Estado e da nação em todos os lugares, numa missão de integração nacional e de garantia da unidade do país.

Se no passado as cartas, as contas, os telegramas e as notícias entre as pessoas, assim como a emoção de quem enviava e de quem recebia correspondências, simbolizavam os Correios, representados pelo carteiro amigo, conhecido por todos pelo nome, agora a extraordinária mudança tecnológica se estabeleceu no mundo. Nenhum tipo de serviço pode ficar de fora — muito menos a empresa-símbolo. Hoje, mesmo sem o fluxo do que era tradicional (especialmente cartas), há uma revolução no comércio eletrônico, em que a entrega, a chamada última milha, é fundamental.

As mudanças globais no comércio eletrônico, dominado por grandes players, pressionaram empresas como os Correios, que antes detinham monopólio, mas passaram a ser alvo de tentativas de quebra desse monopólio e de privatização. Essa realidade se materializou em dois governos que atuaram para sucatear a maior empresa pública do Brasil, em anos de abandono e preparação para entregá-la, a preço de banana, apesar de sua capilaridade e conhecimento logístico únicos no país.

A primeira ação do governo Lula foi retirar os Correios da lista de privatização. Mais do que isso: profissionalizou sua diretoria para os novos tempos de concorrência desigual, buscou superar o atraso tecnológico e quitar pesadas dívidas, inclusive precatórios, salvar o fundo de pensão à beira da falência, atender às demandas de seu qualificado quadro de trabalhadores e trabalhadoras. Tudo isso leva tempo e paciência, mas a empresa precisa ser reerguida por sua enorme importância. Prova disso foi o socorro às vítimas das cheias no Rio Grande do Sul, em que os Correios tiveram papel decisivo no transporte de esperança e ajuda.

Recentemente, os Correios abriram sua loja virtual (Marketplace), o “Mais Correios” (https://www.maiscorreios.com.br/), para abrigar o comércio eletrônico de grandes marcas e também atrair pequenos e médios produtores nacionais, utilizando sua infraestrutura de coleta e entrega em todo o território. Aliás, até os concorrentes se limitam a entregar apenas nos grandes centros; para os pontos mais distantes, recorrem aos Correios.

Há duas semanas, os Correios colocaram em operação a mais moderna máquina da América Latina: uma esteira de identificação e separação de objetos. Hoje, anunciaram o ousado plano tecnológico chamado Correios 4.0, como descreveu reportagem da Folha de S. Paulo:

“Os Correios lançam, nesta segunda (25), o Projeto DNA, que pretende implantar somente embalagens invioláveis e múltiplos níveis de verificação, permitindo reduzir fraudes, falsificações ou desvios.Com o projeto, a estatal também quer reduzir sua dependência de soluções estrangeiras de validação e certificação documental. A chamada era 4.0, termo que, no mundo das postagens, significa que um pacote foi enviado em embalagem inviolável pelo remetente e entregue ao destinatário, sem chance de desvio e com rastreamento em todas as etapas.A primeira dessas inovações será apresentada na COP30, em um showroom que reunirá protótipos de selos inteligentes, e-Cartas certificadas e embalagens seguras — tudo parte do projeto.Também está prevista a criação de uma nova geração de produtos seguros, como selos 4.0 (por meio de códigos QR), embalagens inteligentes, moléculas exclusivas e tintas de segurança, além de correspondências digitais certificadas. Para a estatal, só isso já reduzirá em até 80% as fraudes e melhorará em 50% o desempenho operacional.”

A iniciativa é vista como uma revolução nos Correios, uma virada no modo de se comunicar, inclusive pela e-Carta. Evidentemente, isso terá grande impacto no e-commerce, tanto para o Mais Correios quanto para o trabalho em parceria com concorrentes. Mas também representará uma nova realidade para a estimada marca-símbolo do Brasil, que agora contribuirá para a busca pela soberania digital, sob a liderança do presidente Fabiano Silva.

Alvíssaras novidades para os Correios: fortes, presentes, por um Brasil soberano e livre!

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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