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      Carlos Carvalho

      Doutor em Linguística Aplicada e professor na Universidade Estadual do Ceará - UECE.

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      A justiça de moto e o Eduardo de camelo

      Neste Brasil surreal, vejo a Justiça acelerar enquanto Dudu, perdido em sua arrogância, tenta fugir montado num camelo imaginário

      Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos (Foto: Embaixada dos EUA/Divulgação)

      Eduardo (nome fictício) deve se achar uma das mentes mais brilhantes do mundo. Abandonar o país com uma pasta de dólares não torna ninguém brilhante, líder, santo ou mito. Mas Eduardo parece acreditar piamente que sim. Como homem branco, rico, bem-nascido e filhinho de papai, imagino quantas vezes Eduardo não humilhou o guardinha da blitz, o garçom ou andou por aí disparando a antológica frase: “você sabe com quem está falando?”. Queiram os deuses que este velho cronista esteja errado, mas não vejo com bons olhos a burguesia predatória da qual Eduardinho faz parte, pois, como diz a canção: “porcos num chiqueiro / são mais dignos que um burguês / Mas também existe o bom burguês...”. E, se realmente existe o “bom burguês”, deve ser tal qual o Caipora ou o Curupira — ou seja, coisa do imaginário, do folclore.

      Eduardinho não é parte do folclore brasileiro, mas membro ativo do circo de horrores em que se transformou a política brasileira a partir do golpe de 2016. Desde então, a escumalha extremista vem tramando, tramando e tramando contra a democracia. O ápice foi a frustrada tentativa de golpe em 2023, que tinha como objetivo a manutenção no poder da organização criminosa que, concretizado o golpe, assassinaria o presidente eleito, o vice e um ministro da Suprema Corte do país. Com ramificações em quase todos os setores da sociedade, a organização criminosa em questão ainda se debate, bufa, baba e ameaça todos aqueles que fazem valer a Constituição Federal e defendem o Estado Democrático de Direito.

      Como o golpe de 2023 não deu certo, a Justiça colocou em ação a operação “Barata Voa” (nome fictício). Com medo de ser preso (quem não deve, não teme), Dudu fugiu para a “terra da liberdade” em busca do aconchego daquele que se considera o imperador do mundo, mas que não passa de um bufão de causar vergonha ao mais bobo dos bobos de Shakespeare. Alexandre (nome fictício) achou melhor não comentar, mas o fascista tinha tinta no cabelo. Quem não conseguiu fugir a tempo ganhou uma tornozeleira eletrônica e foi obrigado a cumprir medidas cautelares — entre elas, parar de fazer ilações e ataques à democracia do país. Em caso de descumprimento: cana!

      Eduardo, cosplay de político, sente uma necessidade premente de falar aos seus vazios seguidores. Mas, como nada tem a dizer, costuma se apoderar da novilíngua (newspeak) criada por George Orwell e desanda a vociferar como se toda a estupidez que derrama em cada um dos seus patéticos discursos fosse a coisa mais real do mundo, com o poder de controlar o pensamento e a liberdade de expressão, tal como ocorre no romance 1984. Eduardo tem mais de 40 anos, mas ainda vive na mesma bolha em que cresceu, como se fosse um reizinho mandão, a quem todos devem prestar reverência. Pobre Dudu!

      Do conforto do seu autoexílio (com que dinheiro ele se mantém lá, hein?), Dudu declarou guerra ao Brasil e tem feito de tudo para atacar a Justiça brasileira, destruir a economia e, consequentemente, derrubar o governo Lula. É claro que a pátria a qual Eduardo serve (essa pátria não é o Brasil) está preocupada com o destino do pai do Dudu (aham!), e não com as reservas de terras raras que existem em abundância no Brasil ou com Lula e sua liderança à frente dos BRICS.

      Ao contribuir ativamente com os ataques desferidos contra a soberania brasileira, Eduardo bateu de frente com o Estado e seu sistema de Justiça, que nem de longe se comparam ao guardinha da blitz ou aos garçons — entre inúmeros outros profissionais — constantemente diminuídos por pessoas como ele. O pai de Eduardo dificilmente conseguirá se livrar da condenação que lhe será imposta. E qualquer que seja ela, será pouca frente à lista de crimes por ele cometidos, como os 700 mil mortos por sua má gestão e descaso durante a pandemia.

      Eduardo saiu atirando, mas não tem bala na agulha para sobreviver ao tiroteio que ele mesmo iniciou. Mais cedo ou mais tarde, quando colocar os pés no Brasil, Dudu será preso por ordem da Suprema Corte e amargará um longo período de cana por traição à pátria (e nem falamos sobre insider trading), sem que lhe venham em socorro um porta-aviões ou os fuzileiros da sua tão amada pátria — uma vez que estarão ocupados exterminando etnias inteiras em outros lugares do planeta. Eduardo andou dizendo por aí que tem estudado história. Se isso fosse verdade, Dudu saberia que certa vez Leonel Brizola disse que “a política ama a traição, mas abomina o traidor”.

      À medida que a Justiça explica para Eduardo coisas sobre leis, códigos, crimes, soberania e cadeia, vou ali ler Alexandre e Outros Heróis (1962), de Graciliano Ramos, enquanto meu visto para Sucupira, com escala em Bruzundanga, não é revogado.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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