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A dois meses e um dia da Federação Russa comemorar os 80 anos da Grande Guerra Patriótica que libertou a todas e todos nós do nazifascismo, em 9 de maio de 1945, há 50 anos a Organização das Nações Unidos reconheceu o 8 de março como Dia Internacional da Mulher. O objetivo, lembrar, celebrar, e impulsionar a luta contra a violência, discriminação e desigualdades aplicadas às mulheres, situações consideradas naturais pelas sociedades em que a posse do território material e simbólico passou a falar mais alto. A origem da data remete à Rússia de 1917, ano em que cerca de 100 mil mulheres saíram pelas ruas de São Petersburgo reivindicando condições dignas de vida e trabalho. O evento ficou conhecido como Pão e Paz, e meses depois a mesma São Petersburgo passou a se chamar Leningrado pela também vitoriosa revolução socialista daquele outubro soviético.

2025 tem se mostrado um ano de muito passado e presentes de futuro em aberto. Tempo holístico e macumbístico. O holístico se auto explica pela interação de todos os acontecimentos. O macumbístico requer breve esclarecimento por não ser de domínio global. O sistema que hegemoniza o mundo há mais de 400 anos nunca deu atenção aos modos e sentidos da chamada periferia afro-latino-americana-caribenha. Mas este ano, a vasta audiência internacional pode assistir essa pulsão de vida desfilar no carnaval das grandes escolas de samba do Rio de Janeiro no enredo Águas de Oxalá, rito de lavagem dedicado ao orixá criador do universo e dos seres humanos que passa a limpo a sujeira do passado e abre os caminhos para recomeço de paz, prosperidade, equilíbrio e tranquilidade.

Em meio a tudo isso, Claudia Sheinbaum. A presidenta do México comemorou o dia 8 anunciando a distribuição massiva impressa e em versão digital da Cartilha de Direitos das Mulheres, ferramenta de pedagogia popular que tem por objetivo aprofundar o conhecimento dos direitos básicos na consciência das mulheres e dos homens. Sim, dos homens. Gol de Scheinbaum na compreensão holística do 8 revolucionário das Mulheres, entre a tantas que inscreveram e seguem inscrevendo seus nomes em conquistas eternizadas como Lyudmila Pavlichenko, Marli Pereira Soares_ a Marli Coragem, Nise da Silveira, Rosa Parks, Simone de Beauvoir, Maria da Penha, Louise Michel, e assim se dá um ponto na lista para estender as homenagens a Erasmo Carlos, que nos dedicou a delicadeza de ‘Mulher’ e teve escolhida a canção ‘É preciso dar um jeito meu amigo’ para musicar o caminho de 25 anos percorridos por Eunice Paiva para conseguir a certidão de óbito do marido Rubens Paiva, assassinado e desaparecido pela ditadura.“Eu cheguei de muito longe, e a viagem foi tão longa, e na minha caminhada, obstáculos na estrada, mas enfim aqui estou”. É isso aí, Tremendão, por todas, todos e quem mais chegar, seguimos adiante.