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Governo da Colômbia vende US$ 1,7 bi para sustentar peso

Venda de US$ 1,7 bi no mercado cambial reforça moeda em meio a preocupações fiscais

Vista geral do Capitólio Nacional, que abriga o Congresso Colombiano, visto da Praça Bolívar em Bogotá, Colômbia, 19 de julho de 2022 (Foto: REUTERS/Luis Jaime Acosta)

247 - O governo da Colômbia decidiu vender parte de suas reservas em dólares no mercado de câmbio para evitar uma queda forte do peso colombiano. A informação foi divulgada pela Bloomberg nesta quarta-feira (24). Segundo a agência, já foram injetados US$ 1,7 bilhão nos últimos dias, dentro de uma operação inédita de gestão da dívida do país.

A estratégia faz parte de um acordo de US$ 9,3 bilhões fechado com grandes bancos internacionais. Na prática, o governo do presidente Gustavo Petro está transformando parte desses recursos em moeda local para aliviar a pressão sobre as contas públicas e dar mais fôlego à economia.

Por que o governo está vendendo dólares

O chefe de crédito público, Javier Cuellar, explicou que a ação faz parte da política para reduzir o peso da dívida. “De fato, o governo está no processo de monetizar a dívida como parte de sua estratégia de endividamento”, disse. Segundo ele, detalhes sobre valores e prazos da operação ainda não podem ser divulgados.

Especialistas estimam que o governo ainda tem cerca de US$ 2 bilhões para colocar no mercado. Essa oferta extra de dólares ajuda a aumentar a confiança no peso colombiano, que se valorizou 3% no último mês, liderando o desempenho entre moedas emergentes acompanhadas pela Bloomberg.

O que pode acontecer com o peso

Apesar do alívio, a moeda segue instável. Nesta semana, o peso chegou a bater a maior cotação em 15 meses, mas voltou a cair em seguida, pressionado pela força do dólar em todo o mundo. “O que poderia ter sido positivo para o peso foi neutralizado por movimentos especulativos de empresas locais e investidores estrangeiros”, explicou Gilberto Hernandez-Gomez, do banco BBVA.

Ainda assim, analistas acreditam que a medida do governo deve manter a moeda relativamente estável até o fim do ano. O Banco de Bogotá aponta que a volatilidade deve aumentar em 2026, com a proximidade das eleições presidenciais.

O BTG Pactual revisou sua projeção e agora espera que a taxa de câmbio feche o ano em 3.950 pesos por dólar, contra a previsão anterior de 4.050. Para José Prieto Jaramillo, executivo do banco, o cenário melhorou graças a três fatores: “a mudança na política de juros do Federal Reserve, a resiliência da inflação colombiana e o impacto das vendas de dólares feitas pelo governo”.

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