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      Brasil incorpora todos os estados ao projeto Rotas de Integração Sul-Americana

      Relatório 2025 apresenta a inclusão das 16 unidades federativas não-fronteiriças

      Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em cerimônia no Banco Central, em Brasília - 02/04/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - O governo federal apresentou nesta segunda-feira (28), em Brasília, o Relatório 2025 do projeto Rotas de Integração Sul-Americana, coordenado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. Nesta nova fase, o projeto amplia seu escopo ao incluir as 16 unidades da Federação que não fazem fronteira com países da América do Sul, integrando-as de forma estratégica à logística nacional e às rotas comerciais do continente.

      “O projeto Rotas de Integração Sul-Americana entra em sua terceira fase de construção. Expande a perspectiva das Rotas para além dos onze estados de fronteira, incorporando ao debate da integração as 16 unidades da Federação não fronteiriças. Elas representam 36% do território brasileiro, 73% do PIB e 74% da população do Brasil”, destacou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante a apresentação do relatório.

      Com uma área superior a 3,1 milhões de km² — equivalente a um terço do território brasileiro — as unidades recém-incorporadas somam mais de 150 milhões de habitantes. Juntas, elas movimentaram US$ 24,3 bilhões em exportações e US$ 16 bilhões em importações com países sul-americanos apenas em 2024.

      As novas diretrizes priorizam a articulação das cadeias produtivas dessas regiões às rotas continentais, com especial atenção ao acesso à costa do Pacífico. Segundo o governo, 52% das exportações brasileiras para a América do Sul já ocorrem por rodovias, sendo que os estados não fronteiriços respondem por 66% desse volume. O Sudeste se destaca nesse cenário: São Paulo sozinho representa 62% das exportações e 29% das importações desses estados. Quando somados a Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, os quatro estados respondem por 87% das vendas e 84% das compras regionais.

      Para o secretário de Articulação Institucional do ministério, João Villaverde, a nova fase do projeto é essencial para adequar o Brasil ao novo cenário geoeconômico global. “Em 2025, olhar para a América do Sul e para o Pacífico é uma necessidade concreta. Nos últimos 25 anos, o mundo mudou radicalmente. Por um lado, houve uma fortíssima expansão da dinâmica econômica, produtiva, financeira e comercial da China e seu entorno. Pela primeira vez, os principais sócios comerciais do Brasil estão no Pacífico. Ao mesmo tempo, os portos brasileiros no oceano Atlântico podem servir de pontos de escoamento para a produção de bens dos países vizinhos, destinados à Europa ou à África. Assim como as Rotas Bioceânicas levam o Brasil ao Pacífico, elas também trazem os países sul-americanos ao Atlântico”, explicou.

      A elaboração do relatório resultou de um amplo processo de escuta, envolvendo governos estaduais, órgãos federais, agências de controle e representantes do setor produtivo. A partir desse diálogo, foram mapeadas iniciativas previstas ou em andamento no Novo PAC, em sintonia com as metas das Rotas. Como próximo passo, o governo pretende criar uma Sala de Situação para monitorar a execução dos projetos com maior precisão e agilidade.

      “O objetivo desta terceira etapa foi abrir um canal de diálogo com os entes públicos e privados das unidades da Federação que não fazem fronteira internacional, para identificar oportunidades e promover articulações. A intenção é fortalecer laços comerciais já existentes, ampliar iniciativas voltadas à comercialização de bens e serviços e identificar novas possibilidades de troca com os países da região”, acrescentou Villaverde.

      Cada estado envolvido apresentou propostas específicas, alinhadas às suas vocações econômicas. No Sudeste, o foco está em exportações industriais, insumos de alto valor agregado e setores tecnológicos. No Nordeste, destacam-se ações voltadas à logística, turismo e aproveitamento das cadeias produtivas locais. No Norte e Centro-Oeste, a ênfase está na integração produtiva e na melhoria dos modais ferroviário e rodoviário.

      Simone Tebet reforçou o papel estratégico do projeto para o futuro do país: “A integração regional e a conexão eficiente do Atlântico com o Pacífico poderão ser o meio de gerar os resultados positivos esperados em termos de emprego, renda, inclusão e melhoria das condições sociais e políticas. Portanto, as Rotas de Integração Sul-Americana desempenham função primordial no Brasil e na América do Sul, na construção de pilares democráticos sólidos, de desenvolvimento, com inclusão social, sustentabilidade ambiental, soberania e segurança.”

      Segundo o governo, projetos das etapas anteriores e da atual já contam com financiamento do Orçamento Federal, do BNDES e de parceiros privados. Além disso, foram mapeadas novas fontes de recursos, como os Fundos Constitucionais de Financiamento (FCFs) e os Planos Plurianuais (PPAs) dos estados.

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