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      Brasil e México avançam em cooperação econômica e sanitária com novos acordos

      Alckmin e Sheinbaum reforçam parceria estratégica entre as maiores economias da América Latina e abrem caminho para expansão do comércio bilateral

      Geraldo Alckmin e Claudia Sheinbaum (Foto: Jessica Ramírez/Presidência)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O governo brasileiro anunciou, na quinta-feira (28), a assinatura de uma série de acordos estratégicos com o México em áreas como saúde, agroindústria, tecnologia e transição energética. O encontro ocorreu na Cidade do México e reuniu o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum.

      O objetivo central das negociações é atualizar e ampliar os acordos de comércio exterior e investimentos entre os dois países. O cronograma de trabalho prevê avanços até julho de 2026. “Foi um trabalho bastante amplo e proveitoso. Vou levar ao presidente Lula a boa notícia de que Brasil e México estão mais próximos, em benefício das nossas populações e como motor do desenvolvimento da América Latina”, declarou Alckmin.

      Reforço da parceria bilateral

      Durante o encontro, Alckmin recebeu simbolicamente as chaves da Cidade do México e, ao lado de Sheinbaum, apresentou a Declaração Conjunta que marca o início da revisão dos atuais tratados comerciais. Hoje, Brasil e México mantêm dois Acordos de Complementação Econômica (ACE): o ACE-55, focado no setor automotivo, e o ACE-53, que cobre cerca de 800 linhas tarifárias de produtos não automotivos.

      Segundo o vice-presidente, os instrumentos estão defasados: “Estamos trabalhando com o México para atualizar e ampliar os acordos de comércio exterior e investimento. Eles têm mais de 20 anos. No caso do ACE-53, cobre praticamente 12% do fluxo bilateral. Uma cobertura pequena. Foi feito um entendimento para discutir a ampliação”.

      O comércio entre os dois países alcançou US$ 13,6 bilhões em 2024, consolidando Brasil e México como as duas maiores economias e democracias da América Latina.

      Cooperação em saúde e inovação tecnológica

      Um dos pontos mais relevantes da missão brasileira foi a assinatura de um acordo entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o governo mexicano para cooperação no desenvolvimento de vacinas baseadas em RNA mensageiro (mRNA). O documento contou com a participação do secretário de Saúde mexicano, David Stalnikowitz, e da vice-presidente da Fiocruz, Priscila Ferraz Soares.

      “Esta parceria é um marco para a soberania sanitária dos dois países”, ressaltou Alckmin, ao destacar que a cooperação integra a Nova Indústria Brasil e fortalece o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O projeto prevê intercâmbio científico, realização de seminários técnicos e iniciativas conjuntas de treinamento e financiamento.

      Além disso, foi firmado um memorando entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Cofepris, autoridade regulatória mexicana. O acordo moderniza processos regulatórios e abrange setores estratégicos, como medicamentos, dispositivos médicos, cosméticos, alimentos e bebidas. “Vamos ganhar tempo para ter respostas mais rápidas e reduzir custos com uma boa sinergia, uma boa parceria”, afirmou o vice-presidente.

      Outras áreas de cooperação

      A agenda incluiu ainda compromissos voltados à agropecuária, biocombustíveis, investimentos em tecnologia e fortalecimento do comércio bilateral. Empresários brasileiros e mexicanos participaram de rodadas de diálogo para ampliar a industrialização e criar novas oportunidades de negócios.

      Claudia Sheinbaum destacou nas redes sociais o avanço das relações entre os dois países e parabenizou o Brasil pela saída do Mapa da Fome pela segunda vez durante o governo Lula. “Nesses dias, houve reuniões muito produtivas entre autoridades e empresários brasileiros e mexicanos para fortalecer a cooperação em desenvolvimento científico, econômico e ambiental”, afirmou a presidenta.

      Delegação brasileira

      A missão oficial contou com a presença dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além da secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha. Também participaram o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, o presidente da Conab, Edegar Pretto, representantes da Fiocruz, do Instituto Butantan, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e mais de 100 empresários.

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