Após Colômbia entrar no banco do Brics, deputado defende adesão plena ao grupo
Alejandro Toro também afirmou ser necessária a desdolarização da economia global
247 - O deputado David Alejandro Toro Ramírez, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Câmara dos Representantes colombiana, defendeu que o país avance para a adesão plena ao Brics.
"Temos que estar cegos para não enxergar a oportunidade de nos abrirmos a esse novo bloco. Já demos o primeiro passo. O próximo, embora dependa do presidente da República, deve ser solicitar formalmente o ingresso no Brics", disse.
A Colômbia foi oficializada como tomadora de recursos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), do Brics. A presidente do NDB, Dilma Rousseff, confirmou a novidade durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF), na Rússia.
O Brics responde por cerca de 40% da população mundial e 35% da economia global. Criado em 2014, o NDB tem como objetivo financiar projetos sustentáveis e de infraestrutura em economias emergentes.
A entrada da Colômbia no banco foi resultado direto da visita do presidente colombiano Gustavo Petro à China, em maio, onde manifestou formalmente o interesse do país em ingressar na estrutura.
Durante encontro com o presidente Vladimir Putin às margens do SPIEF, Dilma Rousseff anunciou também anunciou a entrada do Uzbequistão e a consideração de outros dois países: Etiópia e Indonésia.
Desdolarização
Para o parlamentar colombiano, a dependência excessiva da Colômbia em relação aos Estados Unidos limita o desenvolvimento nacional. "A maioria dos países aposta em relações multipolares, mas a Colômbia continua dependente de poucos atores. Não se trata de romper com os EUA, nosso principal parceiro comercial, mas sim de abrir novos espaços de negociação — e blocos como o BRICS representam isso", afirmou.
Toro Ramírez também defendeu abertamente a desdolarização da economia global, criticando o monopólio do dólar nas transações internacionais.
"Essa dependência está custando caro ao mundo. Acabamos endividados por causa de um único país que emite essa moeda. Não faz sentido ainda negociarmos petróleo em dólares, quando muitos países produtores são maiores que os EUA", argumentou.
Segundo o deputado, o dólar está se tornando uma moeda cada vez menos segura para investidores, e há uma tendência global, especialmente na Ásia, de reduzir essa dependência. "As medidas protecionistas de Trump, como tarifas, são reflexo do medo de perder esse monopólio", acrescentou.
Já o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo acontece entre 18 e 21 de junho, com o tema "Valores comuns — base para o crescimento em um mundo multipolar". A Colômbia teve participação de destaque com delegação parlamentar e econômica no evento.
Venezuela
Durante o fórum, a ministra venezuelana do Poder Popular para o Comércio Exterior, Coromoto Godoy Calderón defendeu a entrada de seu país como um membro, pleno ou parceiro, do BRICS.
"Temos grandes esperanças de que em breve poderemos dizer que somos membros plenos ou associados do BRICS", disse a diplomata. Ela também destacou que a Venezuela compartilha os princípios do BRICS e se baseia na multipolaridade nas relações internacionais.
Brasil
A presidência brasileira no bloco tem como lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.
O Planalto informou que, na gestão do Brics, o Brasil prioriza dois eixos principais: Cooperação do Sul Global e Parcerias BRICS para o Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental. Essas duas propostas foram divididas em seis prioridades:
- Cooperação em Saúde Global
- Comércio, Investimentos e Finanças
- Mudança do Clima
- Governança da Inteligência Artificial
- Arquitetura Multilateral de Paz e Segurança
- Desenvolvimento Institucional do BRICS
O bloco é formado por 11 membros plenos:
- África do Sul,
- Brasil
- China
- Egito
- Emirados Árabes Unidos
- Etiópia
- Indonésia
- Índia
- Irã
- Rússia
- Arábia Saudita
O Brics tem, ainda, 9 países parceiros:
- Belarus
- Bolívia
- Cazaquistão
- Cuba
- Malásia
- Nigéria
- Tailândia
- Uganda
- Uzbequistão
* Com Sputnik
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