MST defende reforma agrária e agroecologia como respostas à crise climática
O evento autônomo organizado por movimentos populares de 62 países começa nesta quarta-feira (12) e vai até o próximo domingo (16)
Adele Robichez, Aline Macedo e Lucas Krupacz, Brasil de Fato - Durante a Cúpula dos Povos, que ocorre paralelamente à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em Belém (PA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) irá apresentar as suas propostas para enfrentar a crise climática e o modelo capitalista que a sustenta. O evento autônomo organizado por movimentos populares de 62 países começa nesta quarta-feira (12) e vai até o próximo domingo (16).
Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, a dirigente nacional do MST Ayala Ferreira destacou que o movimento aposta na reforma agrária popular e na agroecologia como caminhos concretos de transformação. “A reforma agrária popular é uma necessidade e uma das soluções que temos de colocar em movimento quando falamos em enfrentar a crise ambiental, a crise do sistema capitalista e o aquecimento global”, afirmou.
A dirigente ressaltou que o campo tem práticas e experiências de resistência que passam tanto pela democratização do acesso à terra quanto por métodos agrícolas em sintonia com os limites da natureza. Segundo ela, o MST levará à COP “as vozes dos companheiros e companheiras camponeses e camponesas” e exemplos de assentamentos que se tornaram referência em recuperação ambiental e produção de alimentos saudáveis.
Entre as ações previstas, o movimento participa de feiras, seminários e vivências em assentamentos, além de integrar a “barquiata”, ato de abertura da participação popular no evento, e a Marcha pelo Clima e pela Solidariedade entre os Povos, marcada para o próximo sábado (15). São esperados 1.300 militantes do MST na cúpula.
“Vamos apresentar o nosso plano nacional de plantar árvores, produzir alimentos saudáveis e fortalecer práticas de educação e cultura do campo. Queremos mostrar que o campo é um território em sintonia com a vida, e não com a lógica destrutiva do capitalismo”, disse Ferreira.
A dirigente também destacou que o MST montará uma “trincheira da resistência” na Universidade Federal do Pará (UFPA), com exposição de produtos da reforma agrária e debates sobre soberania alimentar, e convidou o público para participar dos “caminhos da agroecologia”, vivências em assentamentos no entorno de Belém.
“Belém vai estar um caldeirão de boas práticas, boas experiências e bons encontros. Vamos marcar a história da COP30 com a maior participação popular que não se viu em outras edições”, projetou.


