Agência Brasil - A vassoura, como o corpo do violoncelo. O lápis, como o arco que desliza sobre as cordas. Na imaginação da pernambucana Callyandra Santos, a música na cabeça obstruía até os sons dos tiros nas ruas do bairro do Coque, uma das regiões mais violentas - e estigmatizadas - do Recife (PE). Na época, aos 9 anos, ela havia ingressado na Orquestra Criança Cidadã, um projeto sem fins lucrativos pelo qual já passaram mais de mil crianças e adolescentes como ela. Novos acordes entraram pela janela da comunidade que, em 2006, tinha o menor IDH da capital pernambucana.&nbsp;
Hoje, aos 17 ano, Callyandra foi uma das 11 selecionadas da orquestra de jovens do Recife para tocar fora do país em uma turnê pela Ásia e Europa. Eles estarão acompanhados de músicos de países em guerra, como palestinos e israelenses, ucranianos e russos, além de coreanos do Sul e do Norte.
A turnê do que está sendo chamado de “Concerto pela Paz” prevê apresentações em Seul (na Coreia do Sul, na terça, dia 30), em Hiroshima e Osaka (Japão, nos dia 4 e 5 de outubro), em Roma (Itália, no dia 7) e no Vaticano para o Papa (no dia 8).
<h2>"Nada foi em vão"</h2>
Na história de Callyandra, como na de seus colegas, nada foi simples. A mãe, Sara Coutinho, de 47 anos, trabalha todas as madrugadas em uma fábrica de refrigerante situada a mais de uma hora de casa. Ela tem direito a apenas uma folga por semana e só consegue ouvir a filha ensaiar na hora do almoço - enquanto a menina treina com o violoncelo, a mãe consegue descansar com esse novo som. “É uma oportunidade única na vida. Fico muito orgulhosa”, diz a mãe.&nbsp;
Sara é mãe solo e soube da orquestra pelo sobrinho, Davi Andrade, que começou no projeto aos 7 anos de idade. Ele formou-se em música na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e hoje, aos 26, é professor. Davi também fará a turnê. Os vizinhos dele já se acostumaram com a trilha sonora na porta de casa.&nbsp;
“Na música, o meu primo Davi foi quem mais me inspirou. Ele virou também meu professor”, garante Callyandra.
Ao testemunhar a trajetória do rapaz, a menina também pretende seguir as linhas de suas partituras: ir para a faculdade no ano que vem cursar música.&nbsp;
Na vida, a luta diária da mãe e a lembrança da avó, que morreu durante a pandemia de Covid, em 2020, inspiram a garota e fazem com que ela respire fundo na hora de tocar.
“Eu quero mostrar para elas que nada foi em vão”, diz Callyandra.
<h2>Bach de encher os olhos</h2>
Entre tantas músicas que já passaram por suas jovens cordas, a “Suíte para violoncelo Nº 1”, de Johann Sebastian Bach, faz a menina do Coque encher os olhos de lágrimas, enquanto faz o arco se mover entre o presente, o passado e o que quer para o futuro.&nbsp;
Davi, o primo e inspiração da Callyandra, recorda que aprendeu o violoncelo com o instrumento apoiado, mesmo ainda sem conseguir pisar no chão de tão pequeno que era em comparação com o equipamento.
“Com 13 anos de idade, eu vi que seria a minha profissão porque mudou a minha história e da minha família”.&nbsp;
Era na sede da orquestra que ele fazia as três refeições do dia, em um quartel do Exército (7º Depósito de Suprimento), instituição com o qual o projeto de música tem parceria. Na adolescência, o rapaz tocou diante do Papa Francisco.&nbsp;
Com apenas 19 anos de idade, virou professor no núcleo da orquestra em uma área rural da cidade de Igarassu (PE). Lá, ele ensina música para adolescentes que, durante o dia, trabalham na roça com os pais.&nbsp;
“Eu me identifico com eles. Me vejo neles”. Além de Igarassu e Recife, jovens em vulnerabilidade na cidade de Ipojuca, no litoral sul, também têm chances de aprender. Ao todo, são 400 alunos nas três unidades do projeto. Para ele, tão importante quanto as notas musicais é a solidariedade que chega em sons e gestos, entre os mestres, os jovens e os músicos. Um impulsiona o outro a não desistir.
<h2>Música de paz</h2>
Enquanto toca o concerto para violoncelo do tcheco Antonín Dvorák (1841 - 1904) na porta de casa no Coque, Davi lamenta que perdeu amigos para a violência do bairro, antes tomado por facções.
“A gente tinha na orquestra filhos de pais de facções diferentes. A música ajudou a estabelecer a paz muitas vezes”, afirma o músico.
Ele entende que a orquestra ensina mais do que música. “A orquestra literalmente tem um aspecto social no Coque muito importante que não cabe nos números. Ensina cidadania”.&nbsp;
O projeto da orquestra foi criado há 19 anos pelo juiz de direito João Targino, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Depois de integrar o Programa Criança Cidadã, que atuava em prol de pessoas em situação de rua, o magistrado optou por criar um coral. Das vozes aos instrumentos, foi uma nova ousadia.
“Nós escolhemos a comunidade do Coque porque tinha os piores índices de desenvolvimento humano e o maior índice de violência”, recorda.&nbsp;
O maestro José Renato Accioly, de 59 anos, diz que reunir jovens de culturas tão diferentes é desafiador, mas mostra como a música tem linguagem universal. Ele explica que o repertório vai contemplar músicas das diferentes nacionalidades. E, claro, inclui o frevo e medley de músicas brasileiras.
“São músicos de altíssimo nível. Independentemente se vão querer seguir na música, eles nunca esquecerão dessa oportunidade que tiveram de estar nessa orquestra”.&nbsp;
<h2>Sotaque alemão</h2>
Um dos músicos experientes que tocará na turnê é o contrabaixista Antonino Tertuliano, de 32 anos. Ele também nasceu no Coque e ingressou na orquestra quando tinha apenas 14 anos. Hoje, mora na Alemanha e é integrante da Niederbayerische Philharmonie Orchester (a orquestra filarmônica da Baixa Baviera). Ele é um entusiasta do projeto e faz parte da organização dos eventos internacionais. “O significado que o Criança Cidadã tem para mim é enorme. Eu tenho imensa gratidão”, disse, em entrevista à Agência Brasil.&nbsp;
Sempre que está no Brasil , visita os antigos mestres e os novos alunos. “Apresento aos jovens a minha realidade atual e digo que é possível conquistar o mundo”.
Emocionado, recordou que, quando ingressou no projeto, não tinha conhecimento de música. Aluno de uma escola pública local, se encantou depois que fez um teste de aptidão musical.
“O projeto remoldou o bairro e a comunidade. Esse projeto social apresentou não só uma profissão, &nbsp;mas outra perspectiva de futuro”.
<h2>“Era difícil criar filho no Coque”</h2>
Um dos jovens que chegou para o projeto e depois virou violoncelista foi Cleybson da Silva, de 21 anos. Chegou ao projeto com 13 anos e, em 2020, perdeu a mãe para a Covid. “A música mudou totalmente o rumo da minha vida”, afirma Clebson, que hoje cursa licenciatura em música na UFPE. O pai, Clayton Oliveira, de 44, trabalha com instalação de câmeras de segurança.
“Antigamente, era bem difícil criar um filho no Coque. Era muito perigoso mesmo. A gente ouvia tiroteio sempre”, lembra Clayton.
Os barulhos mudaram. Para ele a transformação do local tem direta relação com a orquestra. O pai está orgulhoso porque o filho mais novo, Bernardo, de 7 anos, também já começou na orquestra.&nbsp;
Já Ana Clara Gomes, de 17 anos, se apaixonou pela viola quando estava na igreja evangélica que frequenta. Foi amor ao primeiro som. Tanto que passou a desenhar até na parede as notas musicais desde criança. O cenário de sua vida tem a paisagem do subúrbio, dos telhados com falhas e fios embolados nos postes de luz.&nbsp;
Quando soube que teria a primeira oportunidade de viajar para fora do Brasil, teve cinco dias para ensaiar música do compositor Camargo Guarnieri (1907 - 1993). &nbsp;“Eu fiquei estudando sem parar”. A primeira musicista da família foi criada pela mãe, que é técnica de enfermagem, e viu na música uma chance de felicidade depois que o pai morreu, há oito anos.&nbsp;
Há um ano, Ana conseguiu comprar, em prestações, o próprio instrumento. E pensar que no começo, o que fazia o papel da viola era a caixa de sabão em pó, a fim de sentir o peso do novo instrumento.&nbsp;
<h2>Sabão em pó</h2>
O violinista Pedro Martins, de 21 anos, também utilizou a caixa de sabão em pó, como se fosse o instrumento, e o lápis, como se fosse o arco. “Se não segurar o violino direito, a música sai diferente”. Ele teve gosto pela música ouvindo o pai, que é motorista de aplicativo, tocando violão na sala.
Para imaginar a música, levava CD para casa para tocar no antigo aparelho de som. Quando começou, não tinha computador em casa, nem celular.
“Transformava a pequena sala de casa no meu palco. Meus pais tinham que me ouvir”, lembra Pedro. &nbsp;
O pai, George Silva, de 41 anos, orgulhoso, recorda que mudava os horários do trabalho para aplaudir o filhão, que cursa música na UFPE. “Ele não se envolveu com coisa errada. Ele não mexia no violão da igreja. Quem diria que agora vai viajar o mundo por aí. Eu nunca passei nem perto de um avião ou de faculdade”.
O pai lamenta que perdeu um irmão, cunhado e amigos para “coisas erradas”, particularmente o envolvimento com drogas. O filho toca violino e ele vê o bairro de antes ficar cada vez mais distante. O Coque, as dificuldades de todos os dias, a esperança que bateu à porta dos vizinhos.&nbsp;
O mundo virou outro e nem precisou de avião. Começou com uma caixa de sabão em pó.
“Cada vez que eu toco, eu penso nos meus pais e o quanto eles insistiram. Hoje nossa família se sente nas nuvens”, disse o violinista antes do embarque.

Bianca Penteado

Jovens de comunidade periférica do Recife tocarão para o Papa Leão

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Nordeste

247 - A Orquestra Criança Cidadã (OCC), iniciativa social criada no Recife para promover cidadania por meio da música, lidera uma turnê internacional que une jovens de diferentes nações marcadas por guerras e rivalidades históricas. O grupo brasileiro se apresenta ao lado de músicos da Rússia, Ucrânia, Irã, Palestina, Israel, Coreia do Sul e Coreia do Norte em concertos pela paz realizados na Ásia e no Vaticano. O ponto alto da excursão será no dia 8 de outubro, em Roma, diante do papa Leão 14.
Segundo a OCC, a iniciativa dá continuidade a ações já realizadas em 2023, quando a orquestra participou de uma missão humanitária no Vaticano, na época com presença do papa Francisco, que morreu em abril deste ano. Agora, a comitiva é mais ampla e reúne jovens de países atingidos por conflitos armados e tensões diplomáticas, reforçando o apelo global por reconciliação.
<h3>Concertos em locais históricos e simbólicos</h3>
A turnê de 2025 inclui apresentações no Youngsan Art Hall, em Seul; no Parque Memorial da Paz, em Hiroshima — primeira cidade devastada por uma bomba nuclear —; na Expo 2025, em Osaka; e na Cidade do Vaticano. A proposta é que cada palco represente um chamado simbólico contra a violência e pela fraternidade entre povos.
“Ver jovens de países historicamente em conflito dividindo o mesmo palco, tocando lado a lado, é algo que emociona profundamente”, afirmou José Targino, fundador da OCC e idealizador dos concertos. Para ele, a escolha dos músicos é um gesto de esperança: “São vozes que desafiam o barulho da guerra com o som da convivência fraternal e da harmonia”.
<h3>Seleção dos brasileiros e repertório</h3>
A orquestra selecionou 11 jovens, com idades entre 16 e 22 anos, por meio de audições às cegas, um método que impede favorecimentos. Todos são moradores de comunidades da Região Metropolitana do Recife e integram o projeto há mais de uma década.
O repertório reúne clássicos brasileiros, como Aquarela do Brasil e Bachianas Brasileiras nº 4, e músicas tradicionais dos países dos participantes, incluindo Arirang (Coreia), Kalinka (Rússia), Hava Nagila (Israel), além de composições de Myroslav Skoryk (Ucrânia) e Fairuz (Líbano). O programa se divide em duas partes: “Comunidade de Pessoas” e “Música Latino-americana”, encerrando com um medley de samba e choro.
<h3>União de jovens de países rivais</h3>
A formação da orquestra internacional conta com representantes de cada país convidado. Entre os destaques estão as israelenses Ori Shauel Wissner Levy e Simon Lemberski, os ucranianos Petro Kuzma e Oleksandr Puzankov, os russos Nikita Shkuratov e Zlata Synkova, além de jovens norte-coreanas que tocam o tradicional haegeum.
“A nossa intenção é mais do que tocar instrumentos – é tocar as pessoas”, disse João Targino, que acompanha a delegação. Ele acrescentou: “Se uma criança assistir a um desses concertos e sair acreditando que pode ser um agente de mudança, já teremos cumprido nosso papel”.
<h3>Transformação pela música</h3>
Criada há quase duas décadas, a Orquestra Criança Cidadã já formou mais de 700 alunos oriundos de áreas de vulnerabilidade social no Recife. O projeto oferece aulas de música, reforço educacional, alimentação e cuidados médicos. Reconhecida internacionalmente, a OCC já se apresentou em países como Alemanha, Portugal, Itália, China, Israel, Estados Unidos e Argentina.
A nova turnê reafirma a proposta de transformar realidades pela arte e, ao mesmo tempo, lançar uma mensagem global de paz em meio a um cenário internacional de conflitos e divisões.

Luis Mauro Filho

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Cultura

Jovens brasileiros da periferia lideram orquestra internacional pela paz em turnê na Ásia e no Vaticano

247 - O Papa Leão XIV fez um apelo contundente nesta quarta-feira (27) contra as práticas de "punição coletiva" e o deslocamento forçado de palestinos em Gaza, intensificando suas declarações sobre a crescente violência no território. Durante um pronunciamento oficial, o pontífice exigiu que Israel cesse imediatamente essas ações, que têm causado grandes sofrimentos à população civil.
Em sua fala, o Papa também reiterou sua posição em favor de um cessar-fogo imediato e permanente, como uma forma de pôr fim à tragédia humanitária que se desenrola na região. O pontífice destacou a necessidade de proteção dos direitos dos palestinos e da preservação da dignidade humana, em um momento crítico, enquanto as forças israelenses se preparam para uma nova ofensiva militar em Gaza.
A situação em Gaza tem se agravado nos últimos meses, com intensas ações genocidas de Israel contra os palestinos e uma situação de bloqueio que afeta diretamente a população civil. O Papa Leão XIV lembrou que o direito à vida e à segurança é universal e inalienável, sem distinção de nacionalidade ou religião.&nbsp;

Mundo

Papa clama por cessar-fogo imediato em Gaza, enquanto Israel se prepara para nova ofensiva militar

247 - Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé destacou neste domingo (17) que o papa Leão XIV renovou seu apelo pela paz durante a tradicional oração do Angelus, realizada ao meio-dia em Castel Gandolfo. A informação foi divulgada pela agência Prensa Latina.
Diante de fiéis e peregrinos reunidos na Praça da Liberdade, em frente ao Palácio Apostólico das Vilas Pontifícias, o pontífice pediu orações para que “os esforços para acabar com as guerras e promover a paz sejam bem-sucedidos”.
<h3>O bem comum acima de tudo</h3>
Em sua fala, Leão XIV enfatizou que “o bem comum das pessoas sempre deve vir em primeiro lugar” nas negociações que buscam encerrar conflitos armados. Segundo reportagem do Vatican News, as declarações do Santo Padre tiveram como referência direta os processos de mediação em curso tanto na Ucrânia quanto no Oriente Médio.
No caso do Oriente Médio, a preocupação do Vaticano é com a escalada da violência após o anúncio de Tel Aviv sobre a intenção de ocupar militarmente a Faixa de Gaza, o que pode agravar ainda mais a crise humanitária na região.
<h3>Relações internacionais e tentativas de cessar-fogo</h3>
De acordo com o veículo, o papa também se referiu às negociações que tentam estabelecer um cessar-fogo duradouro entre Kiev e Moscou. Esses esforços ganharam novo fôlego depois da cúpula realizada em 15 de agosto entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
O encontro entre os dois líderes foi interpretado como um sinal de abertura para possíveis avanços diplomáticos, embora especialistas mantenham cautela quanto aos resultados concretos.

José Reinaldo

Papa Leão XIV pede avanços nas negociações de paz em meio a conflitos globais

247 - A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa nesta terça-feira (29) por autoridades italianas, foi encontrada em um apartamento no bairro de Aurelio, em Roma. A informação partiu de Angelo Bonelli, deputado italiano responsável por informar a localização da ex-parlamentar à polícia do país europeu. Com várias igrejas e construções históricas, Aurelio fica a oeste do Centro da capital italiana. Está localizado ao sul da Cidade do Vaticano.&nbsp;
A bolsonarista morava em um apartamento na via Borghetto di Vara, número 13, rua afastada do Centro, em um local cercado por áreas verdes, apontaram informações divulgadas pela GloboNews e publicadas no <a href="https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/07/29/carla-zambelli-presa-conheca-o-bairro-de-roma-onde-deputada-foragida-teria-sido-encontrada.ghtml">Portal G1</a>.&nbsp;
O nome do lugar onde Zambelli foi presa vem da Via Aurelia, antiga estrada do Império Romano construída no século 3 a.C., ligando Roma ao atual território da França.
Do bairro, é possível observar de perto a cúpula da Basílica de San Pedro, &nbsp;sede universal da Igreja Católica. Também é onde fica a residência do Papa. Outra curiosidade é que Aurelio está localizado na margem oeste do rio Tibre, que corta Roma, e tem fácil acesso ao Trastevere, bairro boêmio e famoso entre turistas.
Pelo menos três estações de metrô dão acesso a Aurelio, Valle Aurelia, Baldo Degli Ubaldi e Cornelia. Um dos lugares mais visitados do bairro é a Villa Carpegna, antiga residência da nobreza convertida em parque, onde existe uma arquitetura e o paisagismo do século 18 na capital italiana. Outro local turístico é a Porta San Pancrazio, uma das antigas entradas das muralhas da Cidade Eterna.
O Supremo Tribunal Federal condenou Zambelli em junho por invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela precisa cumprir dez anos de prisão, mas fugiu para a Itália. A ex-parlamentar atacou o ministro do STF Alexandre de Moraes após ser detida.&nbsp;
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Veja a foto aérea do local onde Carla Zambelli foi presa nesta terça-feira (29), em Roma, na Itália. O local é um condomínio de prédios no bairro Aurelio, com o endereço Via Borghetto di Vara, número 13. ➡ Assista ao <a href="https://twitter.com/hashtag/Edi%C3%A7%C3%A3o18?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#Edição18</a> na <a href="https://twitter.com/hashtag/GloboNews?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#GloboNews</a>: <a href="https://t.co/yAMjf4cw3V">https://t.co/yAMjf4cw3V</a> <a href="https://t.co/OVXSY68N2X">pic.twitter.com/OVXSY68N2X</a>&mdash; GloboNews (@GloboNews) <a href="https://twitter.com/GloboNews/status/1950316947377201202?ref_src=twsrc%5Etfw">July 29, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Leonardo Lucena

Conheça o bairro italiano onde Carla Zambelli foi presa em Roma

247 - A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi localizada pela polícia italiana em Roma, nesta segunda-feira (29), vivendo no sexto andar de um prédio nos arredores do Vaticano, conforme revelou a Revista Piauí.&nbsp;
Agentes da Digos, divisão italiana especializada em investigações e operações especiais, conduziram a parlamentar até uma delegacia para coleta de informações ao anoitecer, na capital do país europeu. Segundo o Ministério da Justiça do Brasil, Zambelli foi presa.
As autoridades italianas investigavam pistas sobre a localização da deputada em outras cidades, como Siena, e na região da Campânia, mas só agora conseguiram confirmar sua presença em Roma, na residência de uma brasileira.
<h3>Condenação e fuga</h3>
Em maio deste ano, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Carla Zambelli a dez anos de prisão, além da perda de mandato, por ter contratado um hacker para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Já no início de junho, o ministro Alexandre de Moraes determinou sua prisão preventiva. Porém, antes que a ordem fosse cumprida, Zambelli deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos e, na sequência, partiu para a Itália, utilizando documentos que atestam sua cidadania italiana. Desde então, passou a integrar a lista de procurados da Interpol.
Mesmo após a ordem judicial que mandou bloquear suas redes sociais, Zambelli continuou se manifestando pela internet. Com uma nova conta no Instagram, ela publicou conteúdos nos quais chamava sua estadia na Itália de “exílio” e fazia ataques ao Supremo Tribunal Federal.
<h3>Defesa e cassação</h3>
Em entrevista à GloboNews, na véspera da localização da deputada, o advogado Fábio Pagnozzi alegou que sua cliente estava “aguardando apenas um pedido formal das autoridades italianas para se apresentar”. No entanto, a prisão ocorreu de forma direta, por ação da polícia italiana em cooperação com autoridades brasileiras.
Apesar da condenação à perda de mandato, a cassação de Zambelli ainda está em curso na Câmara dos Deputados. Em junho, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou o processo à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que ainda não concluiu a análise. Se o relatório for aprovado, o caso seguirá para votação no plenário.
<h3>Ascensão e queda</h3>
Zambelli se tornou figura conhecida nacionalmente ao participar dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, em 2015 e 2016. Ligada ao bolsonarismo desde a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, filiou-se ao PSL e se elegeu deputada federal por São Paulo. Em 2022, foi reeleita com cerca de 950 mil votos — a segunda maior votação do estado.
Entretanto, sua trajetória política sofreu forte abalo na reta final daquele pleito. Dias antes do segundo turno, Zambelli foi filmada empunhando uma arma de fogo durante uma discussão nas ruas do bairro dos Jardins, em São Paulo. A cena, que viralizou, expôs a parlamentar perseguindo um homem com a pistola em punho, tornando-se um episódio incômodo para a campanha de Bolsonaro.
Desde então, o ex-presidente e aliados a responsabilizam pela derrota nas urnas. “A Carla Zambelli tirou o mandato da gente”, declarou Bolsonaro recentemente a um podcast.
Por conta do episódio da arma, Zambelli responde ainda a um processo no STF por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. A Corte já formou maioria para sua condenação nesse caso, embora a votação ainda não tenha sido finalizada.

Brasil

Zambelli se escondia em apartamento de brasileira perto do Vaticano

247 - &nbsp;O Exército de Israel bombardeou nesta quinta-feira (17) a Igreja da Sagrada Família, localizada na Cidade de Gaza, enclave palestino assolado por meses de conflito. A informação foi confirmada pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, órgão da Igreja Católica responsável pela paróquia.Segudno a agência <a href="https://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/vaticano/2025/07/17/israel-ataca-unica-igreja-catolica-de-gaza-e-fere-padre-e-mais-7_1facbd2b-21d1-46ba-b020-ea4eb72d5fbc.html">Ansa</a>, o ataque deixou pelo menos duas pessoas mortas e 11 feridas, entre elas o padre argentino Gabriel Romanelli, interlocutor próximo do falecido papa Francisco.
“Com profunda tristeza, podemos confirmar que duas pessoas foram mortas em um aparente ataque do Exército de Israel nesta manhã”, afirmou o patriarcado em comunicado oficial. “Oramos pelo descanso de suas almas e pelo fim dessa guerra bárbara. Nada pode justificar ataques contra civis inocentes”, completa a nota da entidade católica que representa a Terra Santa.
Entre os feridos, uma mulher está em estado gravíssimo e duas outras em condição grave. Cinco pessoas se encontram estáveis e outras três sofreram ferimentos leves — entre elas, o padre Romanelli, que teve a perna machucada. O sacerdote era conhecido por manter contato frequente com o papa Francisco, inclusive durante os últimos dias de vida do pontífice.
Em nota publicada na rede X (antigo Twitter), o Ministério das Relações Exteriores de Israel lamentou “os danos à Igreja da Sagrada Família e qualquer fatalidade entre civis”, e informou que “as circunstâncias ainda são incertas” e que os resultados da investigação serão divulgados de “forma transparente”. O comunicado acrescenta: “Israel nunca mira igrejas ou locais religiosos”.
A agressão militar teve repercussão internacional imediata. Em comunicado enviado por telegrama e assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o papa Leão XIV afirmou estar “profundamente triste” pelas mortes e ferimentos na paróquia, e expressou “solidariedade espiritual” ao padre Romanelli e à comunidade cristã local.&nbsp;
“Estou profundamente triste ao saber da perda de vidas e dos feridos causados pelo ataque militar à Igreja Católica da Sagrada Família em Gaza . Asseguro à comunidade paroquial minha proximidade espiritual. Confio as almas dos falecidos à amorosa misericórdia de Deus Todo-Poderoso e rezo por suas famílias e pelos feridos. Renovo meu apelo por um cessar-fogo imediato. Somente o diálogo e a reconciliação podem garantir uma paz duradoura!, diz a nota, que também foi publicada nas redes sociais.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, também condenou a ação: “As investidas israelenses contra a população civil são inaceitáveis. Nenhuma ação militar pode justificar essa postura”. O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, fez coro: “Os ataques contra civis em Gaza não são mais admissíveis”. Ele classificou o ataque à igreja como “um ato grave contra um lugar de culto cristão” e afirmou: “É hora de parar e encontrar a paz”.
Tajani telefonou para o chanceler israelense Gideon Sa’ar exigindo esclarecimentos sobre o bombardeio e, em outro contato, expressou solidariedade diretamente ao padre Romanelli.
A Igreja da Sagrada Família está localizada na Cidade de Gaza, principal município do território palestino. Nos últimos 21 meses, o templo havia se tornado um importante refúgio para civis em fuga, especialmente crianças com deficiência cuidadas por freiras católicas.&nbsp;
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">I am deeply saddened to learn of the loss of life and injury caused by the military attack on the Holy Family Catholic Church in <a href="https://twitter.com/hashtag/Gaza?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#Gaza</a>. I assure the parish community of my spiritual closeness. I commend the souls of the deceased to the loving mercy of Almighty God, and pray for…&mdash; Pope Leo XIV (@Pontifex) <a href="https://twitter.com/Pontifex/status/1945830848604917912?ref_src=twsrc%5Etfw">July 17, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Paulo Emilio

Israel ataca única igreja católica em Gaza, fere padre e mata duas pessoas, incluindo fiéis refugiados

(Reuters) - O papa Leão XIV disse ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em reunião nesta quarta-feira (9), que o Vaticano está disposto a sediar conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, informou o Vaticano em comunicado.
O papa também discutiu com Zelensky "a necessidade urgente de uma paz justa e duradoura".
Zelenskiy e Leão se encontraram em Castel Gandolfo, uma pequena cidade italiana nas colinas, não muito longe de Roma, onde o papa está passando férias de duas semanas.
O líder ucraniano está na Itália para participar de uma conferência nos dias 10 e 11 de julho, dedicada à recuperação da Ucrânia e à reconstrução de longo prazo após a invasão da Rússia.
<h3> </h3>

Papa diz a Zelensky que Vaticano pode sediar conversações de paz

247 - Em visita oficial à Cidade do Vaticano na última sexta-feira (23), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araqchi, afirmou que o apartheid e a ocupação israelense da Palestina são os fatores centrais da instabilidade no Oriente Médio. A declaração foi feita durante um encontro com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano. As informações são da rede iraniana HispanTV.
Durante a reunião, Araqchi condenou com veemência a ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, iniciada em outubro de 2023, que já causou milhares de mortes civis e resultou em uma grave crise humanitária. Segundo ele, o cerco completo imposto por Israel ao enclave palestino configura um “ato genocida” e exige uma resposta imediata da comunidade internacional.
“Todos os países e povos devem condenar os crimes em Gaza e tomar medidas imediatas para impedir essas atrocidades”, declarou o chanceler iraniano. Ele também defendeu a entrega urgente de ajuda humanitária à população sitiada e responsabilizou as grandes potências e organismos multilaterais pela omissão diante da catástrofe.
No encontro com o alto representante do Vaticano, Araqchi classificou como “inaceitável” a chamada solução de dois Estados, apoiada por grande parte da comunidade internacional, incluindo Estados Unidos e União Europeia. Segundo ele, essa proposta é uma “promessa inatingível” que, em vez de aliviar o sofrimento palestino, tem contribuído para o aprofundamento das injustiças.
“A chamada solução de dois Estados só resultou em uma crescente violação dos direitos do povo palestino”, afirmou. Para o Irã, a única saída justa e viável para o conflito seria a criação de um único Estado democrático, por meio de um referendo com participação de todos os habitantes da Palestina — muçulmanos, judeus e cristãos.
Araqchi também expressou condolências pelo falecimento recente do Papa Francisco XVI e parabenizou a Igreja Católica pela eleição de seu sucessor. Aproveitou ainda para reiterar a posição da República Islâmica em relação ao programa nuclear iraniano, afirmando que ele é estritamente pacífico e em conformidade com o direito internacional. O chanceler está em Roma participando da quinta rodada de negociações nucleares indiretas com os Estados Unidos.
Por fim, a reunião tratou do aprofundamento das relações bilaterais entre o Irã e o Vaticano, bem como da importância do diálogo inter-religioso. Araqchi enfatizou que “o entendimento mútuo entre diferentes tradições de fé é essencial para a paz global” e disse esperar que o novo papado contribua para soluções diplomáticas nas principais crises do mundo contemporâneo, especialmente no Oriente Médio.

Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi - 18/04/2025

Chanceler iraniano diz no Vaticano que ocupação israelense é a raiz da crise no Oriente Médio

<a href="https://www.infomoney.com.br/mundo/lideres-dariam-boas-vindas-a-conversas-entre-russia-e-ucrania-no-vaticano-diz-meloni/">Por Camille Bocanegra, do InfoMoney -</a> Líderes europeus e dos Estados Unidos conversaram nesta segunda-feira e saudaram a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o papa Leão 14 estaria interessado em sediar conversações entre a Rússia e a Ucrânia no Vaticano, disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, embora o Vaticano não tenha confirmado tal oferta do papa.
O Vaticano não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Trump disse em publicações em redes sociais que “o Vaticano, representado pelo papa, declarou que estaria muito interessado em sediar as negociações”.
O gabinete de Meloni disse que líderes europeus, incluindo o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Friedrich Merz, conversaram com Trump após o telefonema com o colega russo Vladimir Putin.
“O trabalho está em andamento para iniciar imediatamente as negociações entre as partes que podem levar a um cessar-fogo o mais rápido possível e construir as condições para uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, disse a declaração do governo italiano.
“Nesse sentido, a disposição do Santo Padre de sediar as conversações no Vaticano foi considerada positiva. A Itália está pronta para fazer sua parte para facilitar os contatos e trabalhar pela paz”, acrescentou a declaração.
Eleito há duas semanas, o papa Leão é o primeiro líder norte-americano da Igreja Católica mundial. Em um discurso em 14 de maio, o pontífice afirmou que o Vaticano poderia atuar como mediador em conflitos globais, sem mencionar especificamente a Ucrânia e a Rússia.
“A Santa Sé está sempre pronta para ajudar a reunir os inimigos, cara a cara, para conversar uns com os outros, para que os povos de todos os lugares possam mais uma vez encontrar esperança e recuperar a dignidade que merecem, a dignidade da paz”, disse ele.

Líderes dariam boas-vindas a conversas entre Rússia e Ucrânia no Vaticano, diz Meloni

(Reuters) – O papa Leão XIV iniciou formalmente seu pontificado neste domingo com um apelo à unidade e à preservação da herança da Igreja Católica, prometendo não governar como “um autocrata”. Ele também buscou diálogo com os conservadores que se sentiram abandonados sob seu antecessor.
Após um primeiro percurso em seu papamóvel diante de uma multidão estimada em até 200 mil pessoas na Praça de São Pedro e arredores, Leão foi oficialmente instalado como o 267º pontífice da Igreja Católica Romana, durante uma missa campal.
Fiéis acenavam com bandeiras dos Estados Unidos e do Peru, reivindicando ambos o papa como “seu”. Nascido em Chicago, o pontífice de 69 anos viveu muitos anos como missionário no Peru e possui também cidadania peruana.
Robert Prevost, praticamente desconhecido no cenário internacional e tornado cardeal apenas dois anos atrás, foi eleito papa em 8 de maio após um breve conclave que durou menos de 24 horas.
Ele sucede o argentino Francisco, falecido em 21 de abril, que liderou a Igreja durante 12 anos turbulentos, marcados por enfrentamentos com tradicionalistas e a defesa dos pobres e marginalizados.
Em sua homilia, lida em italiano fluente, Leão afirmou que, como líder dos 1,4 bilhão de católicos romanos no mundo, dará continuidade ao legado social de Francisco, incluindo o combate à pobreza e a proteção ao meio ambiente. Também prometeu enfrentar “as questões, preocupações e desafios do mundo atual” e, em sinal aos conservadores, declarou que protegerá “a rica herança da fé cristã”, repetindo diversas vezes o apelo por unidade.
A multidão entoou “Viva il Papa” (Viva o Papa) e “Papa Leone”, seu nome em italiano, enquanto ele acenava do papamóvel antes da missa inaugural, que contou com a presença de dezenas de líderes mundiais.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, católico convertido e crítico de Francisco por causa da rígida política migratória da Casa Branca, liderou a delegação americana, ao lado do secretário de Estado, Marco Rubio, também católico.
Vance apertou brevemente a mão do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, no início da cerimônia. Os dois haviam se encontrado pela última vez em fevereiro na Casa Branca, onde protagonizaram um confronto diante da imprensa internacional. Zelenskiy e Leão teriam uma reunião privada mais tarde no domingo, enquanto Vance deve se encontrar com o papa na segunda-feira.
Em um apelo breve ao fim da missa, Leão abordou diversos conflitos globais. Disse que a Ucrânia está sendo “martirizada” — expressão recorrente de Francisco — e pediu uma “paz justa e duradoura” no país. Também mencionou a crise humanitária em Gaza, afirmando que o povo do enclave palestino está sendo “reduzido à fome”.
Entre os fiéis que lotaram a Praça de São Pedro havia muitos peregrinos dos EUA e do Peru.
<h3>Chamado à unidade</h3>
Dominic Venditti, de Seattle, disse estar “extremamente entusiasmado” com o novo papa. “Gosto de como ele é emotivo e gentil”, afirmou. “Adoro a trajetória dele.”
Desde sua eleição, Leão já indicou prioridades centrais para seu pontificado, como alertas sobre os perigos da inteligência artificial e a importância de promover a paz no mundo e na própria Igreja.
O papado de Francisco deixou uma Igreja dividida, com conservadores acusando-o de gerar confusão, especialmente por declarações improvisadas sobre temas como moral sexual e uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Ao dizer que assumia a missão “com temor e tremor”, Leão usou as palavras “unidade” ou “unido” sete vezes em seu discurso e mencionou “harmonia” em quatro ocasiões.
“Jamais se trata de conquistar os outros pela força, por propaganda religiosa ou por meios de poder. Trata-se sempre e apenas de amar, como Jesus amou”, disse ele, em aparente referência à guerra verbal entre católicos conservadores e progressistas.
Conservadores também acusavam Francisco de governar de forma autoritária e lamentavam o fato de ele não consultar amplamente antes de tomar decisões importantes.
Referindo-se a São Pedro, o apóstolo do século I de quem os papas herdariam sua autoridade, Leão afirmou: “Pedro deve apascentar o rebanho sem jamais ceder à tentação de ser um autocrata, impondo-se sobre aqueles que lhe foram confiados. Pelo contrário, ele é chamado a servir a fé de seus irmãos e irmãs, e a caminhar ao lado deles.”
Entre os líderes mundiais presentes estavam os presidentes de Israel, Peru e Nigéria; os primeiros-ministros da Itália, Canadá e Austrália; o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Membros da realeza europeia também ocuparam os assentos VIP próximos ao altar, incluindo o rei Felipe VI e a rainha Letizia, da Espanha.
Leão cumprimentou muitos desses líderes ao fim da cerimônia e abraçou seu irmão Louis, que viajou da Flórida para prestigiá-lo.
Como parte da liturgia de posse, o novo papa recebeu dois itens simbólicos: o pálio, uma vestimenta litúrgica feita de lã de cordeiro que simboliza seu papel como pastor, e o anel do pescador, em referência a São Pedro, que era pescador.

Leonardo Sobreira

Papa Leão XIV acena para as pessoas ao chegar no papamóvel para sua missa inaugural no Vaticano, em 18 de maio de 2025

Leão XIV dá início a pontificado, pede unidade da Igreja e promete não agir como “autocrata”

247 – Durante sua primeira reunião com o corpo diplomático do Vaticano, nesta sexta-feira (16), o papa Leão XIV defendeu, em discurso, que a família deve ser baseada na “união estável entre um homem e uma mulher” e que os bebês ainda não nascidos possuem dignidade como criaturas de Deus.
Apesar de o encontro ter sido reservado, o texto do pronunciamento foi divulgado pelo Vaticano. O evento faz parte do protocolo pós-conclave, no qual o novo papa cumprimenta oficialmente representantes de governos mundiais. A cerimônia de instalação formal do novo papa está marcada para domingo (18).
As declarações de Leão XIV são um aceno à ala conservadora da Igreja. Ainda em 2012, quando era chefe da ordem agostiniana, Prevost criticou o “estilo de vida homossexual” e a forma como a mídia promovia a aceitação de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo.

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