247 - O presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, reuniu-se virtualmente com quatro outros líderes da ASEAN para coordenar uma resposta à nova política tarifária recíproca anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi divulgada pela Antara News Agency neste sábado (6), com base em comunicado oficial da equipe de mídia do presidente indonésio.
Participaram da conversa por teleconferência o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, o rei de Brunei, sultão Hassanal Bolkiah, o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e o primeiro-ministro de Cingapura, Lawrence Wong. O encontro remoto teve como pauta central o impacto econômico das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que começaram a vigorar no dia 5 de abril e terão novas etapas a partir do dia 9.
“Hoje, conversei por telefone com líderes de vários países da ASEAN, incluindo Indonésia, Filipinas, Brunei e Cingapura para trocar opiniões e coordenar uma resposta coletiva à questão das tarifas recíprocas impostas pelos Estados Unidos”, afirmou Anwar Ibrahim em sua conta pessoal nas redes sociais, reforçando o teor da discussão.
Segundo o premiê malaio, a reunião foi marcada por uma convergência de preocupações e pela disposição de trabalhar em conjunto para enfrentar os efeitos da nova diretriz de Trump. Ele também adiantou que os ministros econômicos da ASEAN se reunirão na próxima semana para aprofundar os debates e elaborar uma proposta comum. “A próxima reunião dos ministros econômicos da ASEAN na próxima semana continuará as deliberações sobre este assunto e buscará a melhor solução possível para todos os países membros”, completou.
A política tarifária recíproca de Trump foi anunciada em 2 de abril de 2025 e entrou em vigor três dias depois com uma tarifa-base de 10% aplicada a todos os países. A partir de 9 de abril, tarifas adicionais específicas passarão a ser cobradas, afetando de maneira desigual os países do Sudeste Asiático. De acordo com o comunicado oficial, a Indonésia será penalizada com uma tarifa de 32%, enquanto as Filipinas pagarão 17%, Cingapura 10%, Malásia 24%, Camboja 49%, Tailândia 36% e Vietnã 46%.
A medida tem gerado preocupações crescentes entre os países da região, que veem nas sanções comerciais de Trump uma ameaça direta à estabilidade econômica e à cooperação regional. A busca por uma reação coordenada por parte da ASEAN sinaliza um esforço inédito de união frente ao protecionismo norte-americano.
Embora detalhes sobre contramedidas ainda não tenham sido divulgados, fontes ligadas à diplomacia regional indicam que a resposta poderá envolver tanto ações comerciais quanto iniciativas diplomáticas conjuntas em fóruns internacionais. A reunião dos ministros econômicos da ASEAN na próxima semana será crucial para definir os próximos passos.
A postura da ASEAN diante do desafio imposto por Washington será acompanhada de perto por outras economias emergentes, que também podem ser alvo de políticas semelhantes. Neste contexto, a articulação liderada por Prabowo e demais chefes de Estado da região representa não apenas uma tentativa de defesa econômica, mas também um gesto de afirmação da soberania regional diante da ofensiva tarifária do presidente dos EUA.

José Reinaldo

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Mundo

Líderes de bloco asiático articulam resposta unificada às tarifas de Trump

247 - O presidente do Conselho de Coordenação Empresarial do México (CCE), Francisco Cervantes, afirmou na quarta-feira (5) que o setor empresarial mexicano está formando uma "frente comum" com a presidenta Claudia Sheinbaum para enfrentar as tarifas de 25% impostas por Donald Trump sobre as exportações mexicanas para os Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo jornal La Jornada.
Segundo Cervantes, os empresários de ambos os países estão buscando soluções conjuntas para reverter as medidas. "Sim, há preocupação, mas, em vez de estarmos preocupados, estamos ocupados", declarou ele após uma reunião com a presidenta mexicana no Palácio Nacional.
O encontro contou com a presença de representantes do setor privado e autoridades governamentais. Ao deixar a reunião, Cervantes destacou o comprometimento da classe empresarial: "Estamos formando uma frente comum com a presidente, apoiando-a para que essa negociação possa avançar bem. Ela teve uma comunicação muito boa com o presidente Trump, e farão outra ligação amanhã".
A mobilização também se refletirá na reunião informativa de domingo, no Zócalo, onde Sheinbaum apresentará as medidas para responder às sanções comerciais. O empresariado deverá marcar presença: "A presidente está levando em conta o setor, há comunicação. No domingo, ela fará um anúncio importante, e estaremos lá para ver quais são as melhores medidas", acrescentou Cervantes.
Preocupação bilateral
Ao ser questionado sobre as conversas entre empresários mexicanos e americanos, o presidente do CCE afirmou que também há preocupação nos Estados Unidos em relação às tarifas. "Estamos em negociações. A visão bilateral é que a agenda seja ampliada, principalmente na parte de conteúdo nacional, déficits, migração e segurança. O importante é que o presidente esteja comprometido com essa agenda, e a visão bilateral é muito útil".
Ele ressaltou que a chave para solucionar a crise está no diálogo entre autoridades e empresários de ambos os países. "O mais importante é que haja comunicação entre os governos, entre os setores privados mexicano e americano, e, principalmente, entre os dois líderes", disse.
Compromisso com o Plano México
A coordenadora do Conselho Consultivo de Desenvolvimento Econômico, Altagracia Gómez, reforçou que o setor empresarial está pronto para colaborar com o governo e acelerar o Plano México. Segundo ela, é fundamental fortalecer o mercado interno e acompanhar os desdobramentos das negociações.
"Na reunião desta quarta-feira, reafirmamos à presidente que não estamos apenas dispostos a colaborar, mas verdadeiramente comprometidos com o Plano México, com os setores estratégicos e, sobretudo, com a necessidade e conveniência de apoiar o país e os empresários nacionais diante de qualquer dificuldade", afirmou Gómez.
A crise tarifária imposta por Trump representa um desafio significativo para a economia mexicana, que depende fortemente das exportações para os Estados Unidos. A forma como o governo e o empresariado conduzirão essa negociação pode definir o futuro das relações comerciais entre os dois países.

América Latina

Empresários mexicanos formam 'frente comum' com Claudia Sheinbaum diante dos ataques de Trump

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os americanos podem sentir "dor" econômica devido à imposição de tarifas a importantes parceiros comerciais. As declarações foram publicadas em sua rede social, Truth Social, um dia após ele assinar novas tarifas sobre produtos importados do México, Canadá e China. A informação foi divulgada pelo <a href="https://www.theguardian.com/us-news/live/2025/feb/02/canada-mexico-china-donald-trump-trade-tariffs-us-politics-live?CMP=Share_iOSApp_Other">The Guardian</a>.
"Haverá alguma dor? Sim, talvez (e talvez não!)", escreveu Trump em caixa alta, destacando que o objetivo da medida é impulsionar a economia do país. "Mas faremos a América grande novamente, e tudo valerá o preço que deve ser pago", completou.
A decisão do presidente gerou críticas por parte de representantes de sindicatos trabalhistas. Shawn Fain, presidente do United Auto Workers (UAW), afirmou que a política comercial de Trump é "anti-trabalhador" e está deixando os empregados americanos “enfrentando salários cada vez piores e condições de trabalho precárias".
Em comunicado divulgado no sábado, Fain declarou que o sindicato apoia medidas tarifárias agressivas para proteger os empregos na indústria manufatureira dos EUA, mas criticou o uso dos trabalhadores como "peão" em disputas sobre imigração e políticas de combate às drogas.
"Se Trump realmente quer trazer de volta os bons empregos da classe trabalhadora que foram destruídos pelo Nafta, USMCA e pela OMC, ele deve ir além e buscar imediatamente renegociar nossos acordos comerciais falhos", afirmou o presidente do UAW.
O embate entre Trump e sindicatos industriais reflete as divisões sobre sua estratégia comercial e seus impactos sobre a economia americana, especialmente em estados que dependem fortemente da indústria automotiva e manufatureira.

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