247 - Catorze montadoras globais já acumulam prejuízos de quase US$ 12 bilhões desde o início da nova rodada de tarifas comerciais implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As informações são do Wall Street Journal, que publicou uma análise nesta quinta-feira (7) sobre os impactos das medidas anunciadas em abril de 2025.
Em 5 de abril, entrou em vigor uma tarifa universal de 10% sobre todos os veículos e peças automotivas importados pelos EUA. Quatro dias depois, foram aplicadas taxas adicionais com base na origem dos produtos, atingindo 185 países e territórios. Nesta quinta, a Casa Branca ampliou o regime tarifário para cerca de 70 novos países, incluindo Reino Unido, Suíça, Brasil, Índia e Taiwan.
<h3>Toyota concentra o maior prejuízo</h3>
A Toyota é a empresa mais afetada até o momento, com perdas estimadas em US$ 3 bilhões apenas no segundo trimestre de 2025. A montadora japonesa projeta um impacto total de US$ 9,5 bilhões até março de 2026, quando se encerra seu ano fiscal.
A Volkswagen registra prejuízo de US$ 1,5 bilhão no mesmo período. As montadoras norte-americanas Ford e General Motors também informaram perdas superiores a US$ 1 bilhão cada no segundo trimestre.
A Tesla foi a menos atingida entre os grandes fabricantes globais, com perda estimada em US$ 300 milhões.
<h3>Lucros em queda e negociações com EUA</h3>
Segundo o WSJ, os dez maiores fabricantes globais de automóveis, excetuando os chineses, podem sofrer uma queda de 25% nos lucros líquidos até o fim de 2025. As perdas ocorrem em um contexto de retração no mercado automotivo tradicional e de crescimento da concorrência chinesa.
União Europeia e Japão negociam com Washington a redução das tarifas. A UE tenta reduzir de 27,5% para 15% a tarifa imposta por Washington sobre veículos europeus, oferecendo corte equivalente na taxa de 10% que incide sobre carros americanos. O Japão firmou acordo semelhante em julho.
<h3>Montadoras perdem espaço para fabricantes chinesas</h3>
As perdas tarifárias ocorrem em paralelo à redução de vendas de montadoras ocidentais na Europa e na China. No primeiro semestre de 2025, marcas chinesas dobraram sua participação no mercado europeu, alcançando 5,1%. Na China, a Porsche teve queda de 28% nas vendas e fechou concessionárias. A General Motors e outras fabricantes também registraram perdas devido à demanda em retração.

Luis Mauro Filho

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Mundo

Perdas do mercado automotivo global com tarifas de Trump já somam US$ 12 bilhões

Reuters - A Toyota deve ter uma nova fábrica de veículos em seu complexo industrial em Sorocaba (SP) até 2026 que deverá quase duplicar a capacidade atual da instalação na cidade, afirmou o presidente da montadora no Brasil, Evandro Maggio, nesta quarta-feira.
"O projeto Sorocaba 2 termina em 2026. Vamos praticamente espelhar a planta", disse o executivo em entrevista a jornalistas.
A fábrica da Toyota em Sorocaba tem capacidade atualmente para produzir 175 mil veículos por ano. Na unidade, a companhia produz modelos como o utilitário esportivo Corolla Cross, incluindo a versão híbrida flex, e o hatch Yaris.
A montadora atualmente está em um processo gradual de transferência de suas atividades produtivas em Indaiatuba (SP), que tem capacidade anual para cerca de 76 mil veículos por ano, para Sorocaba, a 50 quilômetros de distância da unidade onde atualmente é produzido o sedã Corolla.
A transferência deve terminar em 2026, afirmou Maggio, que desde março é o primeiro presidente brasileiro da montadora japonesa no Brasil.
Segundo ele, com a construção de Sorocaba 2, a Toyota vai ter condições de montar baterias para veículos híbridos flex no Brasil nos próximos anos. A montadora japonesa vai procurar ter versões híbridas flex de todos os lançamentos de veículos que fizer no Brasil a partir deste ano, afirmou.
A Toyota anunciou no início de março plano de investimento de 11 bilhões de reais no Brasil até 2030.
Maggio afirmou que dos 11 bilhões de reais do plano de investimento, cerca de 5 bilhões serão usados na expansão de Sorocaba e transferência das operações de Indaiatuba para o complexo, além do lançamento de dois carros, sendo um compacto híbrido em 2025 e um outro veículo que virá depois que a fábrica ampliada ficar pronta em 2026.
"Uma parte vai para nosso compacto híbrido. Estamos com ele no 'pipeline' para o ano que vem", afirmou. "Tem outro veículo também que está em desenvolvimento, exclusivo para a região (da América Latina)", acrescentou sem dar detalhes.
Questionado sobre publicações da imprensa local acerca de eventual venda da fábrica em Indaiatuba para montadoras chinesas, Maggio afirmou que não é foco da companhia no momento, mas reconheceu que a tendência é a montadora se desfazer da unidade.
Não seria a primeira vez que um grupo asiático ficaria com uma fábrica de veículos de uma montadora estabelecida no Brasil. A Ford vendeu sua fábrica em Camaçari (BA) para a BYD e a Mercedes-Benz vendeu uma fábrica no interior de São Paulo para a também chinesa GWM.
Indaiatuba tem questões desde escassez de espaço disponível para expansão até de atualização tecnológica, afirmou, citando que a Toyota vai em "algum momento" ter uma produção simultânea do Corolla nas duas fábricas durante o processo de transferência das instalações.
Sobre os 6 bilhões de reais restantes do plano de investimento, Maggio afirmou que a Toyota estuda uma nova gama de modelos para lançar no Brasil a partir de 2026 que deve colocar a montadora em novos segmentos no mercado nacional.

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Perdas do mercado automotivo global com tarifas de Trump já somam US$ 12 bilhões

Toyota terá nova fábrica de veículos em Sorocaba (SP) até 2026

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