247 - Em entrevista ao The Telegraph, publicada nesta sexta-feira (18), a chanceler do Tesouro britânico, Rachel Reeves, afirmou que seria "muito tolo" o Reino Unido se desvincular economicamente da China.
Ela destacou a importância de manter e fortalecer os laços comerciais com a segunda maior economia do mundo, mesmo diante de pressões dos Estados Unidos para limitar as relações com Pequim .​
"A China é a segunda maior economia do mundo, e seria, eu acho, muito tolo não se envolver. Essa é a abordagem deste governo", declarou Reeves. A declaração ocorre antes de sua viagem a Washington, onde se reunirá com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para discutir possíveis reduções tarifárias e um acordo comercial .​
Reeves também mencionou sua visita à China no início deste ano, onde participou do 11º Diálogo Econômico e Financeiro China-Reino Unido. O encontro resultou em acordos estimados em £600 milhões para a economia britânica, incluindo concessões de licenças e cotas para empresas financeiras do Reino Unido operarem na China .​
A chanceler expressou apoio à possível listagem da empresa de varejo digital Shein, na Bolsa de Valores de Londres, apesar das preocupações sobre "práticas trabalhistas na cadeia de suprimentos da empresa". Ela, no entanto, afirmou que a Shein têm "padrões muito rigorosos", de acordo com a Autoridade de Conduta Financeira (FCA), órgão regulador financeiro do Reino Unido.​
Além disso, Reeves comentou sobre os veículos elétricos fabricados na China, dizendo que estaria disposta a utilizá-los, mesmo diante do que chamou de "temores relacionados à espionagem". ​

Luis Mauro Filho

A Chanceler do Tesouro Britânico, Rachel Reeves, discursa durante um Diálogo Econômico e Financeiro (EFD) Índia-Reino Unido, no London Stock Exchange Group (LSEG), no centro de Londres, Grã-Bretanha, em 9 de abril de 2025

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Mundo

Chanceler do Tesouro do Reino Unido defende laços econômicos com a China​: "seria muito tolo não se envolver"

Reuters - A economia do Reino Unido contraiu inesperadamente em janeiro, prolongando uma série de dados instáveis que têm dificultado as tentativas da ministra das Finanças, Rachel Reeves, de impulsionar o crescimento. A atualização sobre as perspectivas econômicas será apresentada ao Parlamento em breve.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% em janeiro, puxado por uma forte queda na produção industrial em comparação com dezembro, informou o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS) na sexta-feira. 
Uma pesquisa da Reuters com economistas havia previsto uma expansão mensal de 0,1%. Embora a queda de janeiro reverta apenas parcialmente a expansão de 0,4% registrada em dezembro, o resultado representa uma decepção para Reeves, cuja principal missão é retomar o crescimento econômico.
"O mundo mudou, e em todo o globo estamos sentindo as consequências", disse Reeves em resposta aos dados divulgados na sexta-feira.
Na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre a importação de vinhos, conhaques e outras bebidas alcoólicas da Europa, abrindo uma nova frente na guerra comercial global que tem agitado os mercados financeiros e aumentado os temores de recessão.
Reeves deve apresentar novas previsões econômicas e fiscais do Escritório de Responsabilidade Orçamentária (OBR) em sua Declaração de Primavera, em 26 de março. O fraco crescimento e os custos de empréstimos mais altos têm reduzido a margem estreita com a qual Reeves cumpriu suas regras fiscais no orçamento de outubro.
Reeves afirmou que as regras fiscais não são negociáveis e indicou que cortará gastos públicos, se necessário, para garantir que não sejam quebradas.
A libra esterlina enfraqueceu cerca de 0,2 centavos em relação ao dólar americano após a divulgação dos dados, mas logo se recuperou.
Nos três meses até janeiro, a economia cresceu 0,2%, informou o ONS, um desempenho ligeiramente inferior ao consenso de 0,3% da pesquisa da Reuters.
"Após o desempenho medíocre no segundo semestre de 2024, o crescimento permanece frágil devido a incertezas globais e domésticas", disse Hailey Low, economista do National Institute of Economic and Social Research (NIESR). "É crucial que a próxima Declaração de Primavera forneça estabilidade, em vez de aumentar a incerteza doméstica. Mudanças frequentes de política podem minar a confiança de empresas e investidores em um momento em que clareza e consistência são mais necessárias."
Philip Shaw, economista-chefe da Investec, disse que o cenário subjacente, desconsiderando as oscilações voláteis dos dados mensais, mostra uma economia em lenta expansão, talvez em torno de 0,1% ao mês, em média.
A produção industrial caiu 1,1% apenas em janeiro, com os setores de metais e farmacêutico apresentando desempenhos especialmente fracos, enquanto o setor industrial em geral também foi prejudicado por uma queda na extração de petróleo e gás.
A produção no setor de serviços, que domina a economia, cresceu 0,1%, marcando o terceiro mês consecutivo de expansão. As vendas em supermercados aumentaram, mas os gastos em bares e restaurantes caíram, à medida que os britânicos buscaram economizar dinheiro comendo em casa.
A produção na construção civil recuou 0,2%, com o ONS citando evidências anedóticas de empresas sobre o impacto do clima tempestuoso nas atividades do setor.

Leonardo Lucena

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Economia do Reino Unido patina em janeiro, puxada por forte queda na produção industrial

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