247 –&nbsp;A China acaba de inaugurar um feito histórico da engenharia moderna: a Ponte do Grand Canyon de Huajiang, localizada na província de Guizhou, no sudoeste do país. A notícia foi publicada pelo jornal estatal Global Times neste domingo (28), em editorial que destaca a obra como um retrato fiel da nova filosofia de desenvolvimento chinês.
Com 625 metros de altura vertical, a estrutura é considerada a ponte mais alta do mundo e reduz drasticamente o tempo de viagem entre as cidades de Anshun e Liupanshui: de duas horas pelas montanhas a apenas dois minutos de carro. Mais do que um feito técnico, a obra é apresentada como um símbolo da transformação do “Made in China” para o “Created in China”, evidenciando inovação, integração regional, sustentabilidade e compartilhamento de resultados.
<h2>Inovação e engenharia de precisão</h2>
O projeto enfrentou condições geográficas e climáticas complexas, exigindo soluções inéditas. Entre elas, o uso de design de ancoragem assimétrica, testes de resistência ao vento em túneis físicos e a implementação de um sistema inteligente de içamento de cabos de quarta geração.
Segundo o editorial, esses avanços permitiram uma precisão milimétrica no encaixe de estruturas de aço a mais de 600 metros de altura. A inovação, ressalta o texto, não foi buscada por vaidade, mas como resposta prática ao desafio de “transformar barreiras naturais em vias de desenvolvimento”.
<h2>Desenvolvimento regional integrado</h2>
A ponte não apenas facilita a mobilidade, mas reestrutura a economia local, conectando regiões vizinhas e abrindo espaço para novos setores. O modelo de “ponte + turismo” foi adotado, com a instalação de atrações como um café nas nuvens e um salto de bungee jump de 625 metros, integrados à paisagem cárstica, às tradições de minorias étnicas e a sítios revolucionários.
Essa integração deve impulsionar a criação de um novo padrão de desenvolvimento regional, fortalecendo as cadeias econômicas locais e atraindo visitantes.
<h2>Compromisso ambiental</h2>
A obra também é apresentada como exemplo de desenvolvimento verde, princípio central da estratégia chinesa. A construção utilizou tecnologia de “escavação zero”, minimizando impactos à vegetação nativa da região de formação cárstica.
Esse respeito à “linha vermelha ecológica”, segundo o Global Times, reflete a filosofia de que “águas límpidas e montanhas verdes são ativos inestimáveis”, conciliando progresso econômico e preservação ambiental.
<h2>Impacto social e visão global</h2>
A nova infraestrutura beneficia diretamente cerca de 500 mil moradores ao longo da rota, melhorando o acesso a educação, saúde e oportunidades de emprego. Para os editores do Global Times, trata-se de uma manifestação prática do conceito de “desenvolvimento compartilhado”, que busca abrir caminhos de prosperidade para a população.
O impacto, porém, vai além das fronteiras chinesas. O editorial destaca que a obra se torna um modelo replicável de soluções de engenharia, parte da visão da China de “construir uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade”.
O site europeu Modern Diplomacy também já havia ressaltado que a inauguração seria um marco global: “Não será apenas Guizhou ou a China celebrando, mas o mundo testemunhando um novo marco na engenharia civil e na inovação tecnológica”.
<h2>Continuidade histórica</h2>
Da Ponte Zhaozhou, da era antiga, à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, e agora ao Grand Canyon de Huajiang, a trajetória da engenharia chinesa é descrita como uma história contínua de superação de limites.
A ponte, conclui o editorial do Global Times, transmite uma mensagem clara: o objetivo da China não é superar outros países, mas alcançar versões melhores de si mesma, oferecendo ao mundo novos caminhos de desenvolvimento comum.

Redação Brasil 247

Ponte mais alta do mundo é inaugurada na China

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Global Times

Ponte mais alta do mundo simboliza nova filosofia de desenvolvimento da China

247 – A China inaugurou no domingo (28) a Huajiang Grand Canyon Bridge, a ponte mais alta do mundo, localizada na província de Guizhou, no sudoeste do país. O feito foi noticiado pelo Global Times, que destacou a dimensão monumental da obra e seu impacto direto na vida das comunidades locais, além de reforçar o protagonismo chinês em infraestrutura de ponta.
Com 625 metros de altura vertical — o dobro da Torre Eiffel — e 2.890 metros de extensão, a ponte se tornou um novo marco global em engenharia. Segundo a Xinhua News Agency, a travessia entre as margens do Grand Canyon, que antes durava cerca de duas horas, agora pode ser feita em apenas dois minutos.
<h2>Uma obra-prima da engenharia moderna</h2>
Iniciada em 2022, a construção da ponte envolveu avanços tecnológicos inéditos em design contra ventos, técnicas de obras em alta altitude e o uso de materiais de altíssima resistência, como cabos de aço de 2.000 MPa. O projeto acumulou 21 patentes autorizadas, segundo autoridades locais.
Além do impacto simbólico, a ponte representa uma revolução prática para moradores que por décadas enfrentaram dificuldades de mobilidade. “Sinto-me extremamente emocionada em testemunhar este superprojeto nascer na minha cidade natal. Ele tornou nossas viagens muito mais convenientes e vai trazer mais turistas para Guizhou”, afirmou Lu Qiong, integrante da etnia Buyi, em entrevista ao Global Times.
Lu, que administra com a família uma loja de comidas típicas próximas à ponte, espera que a nova estrutura atraia visitantes e amplie a difusão da cultura local.
<h2>Transformação social e turística</h2>
Para Liang Shaoyu, ex-chefe da Vila Huajiang, localizada sob a ponte, o contraste com o passado é marcante. “Desde os oito anos testemunhei as condições duras da nossa aldeia”, disse, lembrando a época em que o transporte dependia de barcos de bambu e pontes improvisadas. Agora, segundo ele, a modernização abre caminho para novos negócios, incluindo pousadas em antigas casas convertidas para atender ao crescimento do turismo.
A inovação não se limita à obra em si. O local já recebeu infraestrutura complementar como um café instalado a 800 metros de altura em uma das torres e até passeios de helicóptero na região. O modelo de integração entre transporte e turismo vem se consolidando em Guizhou, uma província hoje reconhecida mundialmente pela concentração de pontes de grande porte.
<h2>Potência em infraestrutura</h2>
De acordo com dados oficiais, Guizhou abriga mais de 32 mil pontes concluídas ou em construção. Entre as 100 mais altas do mundo, quase metade está na província, incluindo as três primeiras colocadas.
O engenheiro-chefe do projeto, Liu Hao, da Guizhou Communications Construction Group, destacou que a obra reflete a prioridade do país em reduzir desigualdades regionais. “Em outros países, talvez não construíssem uma ponte em um local como este por limitações de capital. Apenas na China, nossas condições nacionais e o socialismo com características chinesas nos permitem levar prosperidade também às regiões menos desenvolvidas”, disse ao Global Times.
<h2>Infraestrutura como política de Estado</h2>
O avanço é parte do 14º Plano Quinquenal da China (2021-2025), que prevê grandes investimentos em transporte. O país já possui a maior rede rodoviária do mundo, com 191 mil quilômetros de rodovias, cobrindo 99% das cidades com mais de 200 mil habitantes, segundo o ministro dos Transportes, Liu Wei.
Com a inauguração da Huajiang Grand Canyon Bridge, a China não apenas reafirma sua posição como líder mundial em infraestrutura, mas também demonstra como obras monumentais podem transformar a vida de comunidades inteiras, conciliando tecnologia, desenvolvimento regional e valorização cultural.

Ponte mais alta do mundo é inaugurada em Guizhou e consolida liderança da China em infraestrutura

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