247 - O promotor de Justiça do Piauí, Maurício Verdejo Gonçalves Júnior, é o centro de uma grave investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Estado (MPPI). Ele é suspeito de exigir R$ 3 milhões de um empresário em troca do arquivamento de uma investigação criminal. Durante a Operação Iscariotes, deflagrada nesta quarta-feira (7), as autoridades encontraram mais de R$ 900 mil em espécie escondidos na casa do promotor.
A ação foi desencadeada após a vítima relatar à Polícia Federal que havia sido abordada pelo promotor em um restaurante, onde foi pressionada a pagar a quantia milionária em poucos dias. A situação foi imediatamente comunicada ao Procurador-Geral de Justiça do Piauí, que solicitou a cooperação da PF, dada a iminência da entrega do dinheiro, destaca reportagem do <a href="https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/promotor-suspeito-de-cobrar-propina-escondia-quase-r-1-milhao-em-mala">Metrópoles</a>.
De acordo com as investigações da polícia, parte do dinheiro exigido foi efetivamente entregue ao promotor, o que levou o Tribunal de Justiça do Piauí a expedir um mandado de busca e apreensão. A operação foi batizada de "Iscariotes", em alusão a Judas Iscariotes, figura bíblica que traiu Jesus por trinta moedas de prata, uma referência à traição da confiança pública por parte de um agente do Estado que deveria zelar pela lei.
Maurício Verdejo Gonçalves Júnior poderá responder pelo crime de concussão, que se caracteriza pela exigência de vantagem indevida, seja diretamente ou por intermédio de terceiros, em razão do cargo ocupado. A denúncia contra o promotor lança luz sobre a corrupção dentro do próprio sistema de Justiça, um setor que deveria ser exemplo de integridade.
Em nota, o Ministério Público do Piauí reafirmou seu compromisso com a Justiça e a imparcialidade, destacando que a investigação contra o promotor foi conduzida com a máxima seriedade. "O Ministério Público remeteu a representação ao Tribunal de Justiça e colaborou integralmente com as diligências necessárias. Independentemente do investigado, o compromisso da instituição é com a Justiça", declarou o MPPI.
Leia nota na do Ministério Público do Piauí:
“O Ministério Público do Estado Piauí se manifesta perante a sociedade piauiense acerca da Operação Iscariotes, realizada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (7/8), e que resultou no cumprimento de mandado de busca e apreensão em desfavor de um promotor de Justiça.
A Subprocuradoria-Geral de Justiça Jurídica, órgão do MPPI, no exercício das suas atribuições processuais de investigação dos membros da instituição, informa que solicitou a cooperação da Polícia Federal diante dos indícios de que o Promotor de Justiça havia pleiteado vantagem indevida para sustar procedimento criminal.
O Ministério Público reafirma seu papel de instituição que representa os interesses sociais, a integridade na Administração Pública e o combate ao crime e à corrupção, trabalhando de forma imparcial pela promoção da Justiça.
O próprio Ministério Público remeteu representação ao Tribunal de Justiça, que expediu o mandado de busca e apreensão, devidamente cumprido.
O MPPI prosseguirá cumprindo seus deveres e atribuições. Independentemente do investigado, o compromisso da instituição é com a Justiça.“

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