247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu neste sábado (13), em Brasília, durante o Mutirão Nacional para Redução das Filas do SUS, que o conceito de “mutirão” ultrapasse as fronteiras do Brasil e seja incorporado pelo Sul Global como símbolo de cooperação coletiva. Em seu discurso, Lula destacou a origem indígena da palavra e falou em transformá-la em referência mundial para mobilizações conjuntas em diferentes áreas, incluindo a luta pela paz.
“‘Mutirão’ para acabar com guerra, ‘mutirão’ para acabar com a matança na Faixa de Gaza, ‘mutirão’ para fazer muitas coisas. A COP30 vai ser um ‘mutirão’”, declarou o presidente, ao ressaltar a importância da solidariedade como ferramenta de transformação social e política.
<h2>A força coletiva do “mutirão”</h2>
Lula explicou que a ideia de mutirão traduz um esforço conjunto capaz de superar desafios que, individualmente, seriam mais difíceis de enfrentar. Ele fez uma analogia com o futebol para ilustrar sua visão. Segundo o presidente, quando um jogador é expulso, o time fica enfraquecido, mas se os demais atletas derem “10% a mais de esforço”, a equipe consegue compensar a ausência. “O que estamos apontando para a sociedade brasileira? Que a fila [do SUS] tem jeito”, afirmou, ao agradecer médicos, enfermeiros, motoristas e funcionários engajados no mutirão do SUS.
<h2>De "multilateralismo" a "mutirão"</h2>
Em tom descontraído, Lula relembrou que já teve seu nome ligado à introdução de um termo na França. “Eu fui à França e fui homenageado na Academia Francesa de Letras porque coloquei a palavra ‘multilateralismo’. Eles não conheciam a palavra ‘multilateralismo’. Conheciam ‘multilateral’, mas o ‘ismo’ não tinha. Então podem dizer que o Lula foi na Academia Francesa de Letras colocar o ‘ismo’ lá”, brincou.
Agora, o presidente afirma que é hora de internacionalizar o termo de origem brasileira e indígena. “O Sul Global vai criar no dicionário mundial a palavra ‘mutirão’”, disse Lula, associando o conceito a uma agenda que inclui desde a paz no Oriente Médio até a cooperação em eventos globais, como a Conferência do Clima (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, em 2025.

Guilherme Levorato

Lula em visita ao Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB)

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Sul Global

Lula diz que levará "mutirão" ao dicionário do Sul Global

247 - Em um esforço coordenado que envolveu 45 hospitais universitários federais, o chamado “Dia E” de atendimento da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) resultou em um total de 12.464 procedimentos realizados em todo o Brasil no sábado (5). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pela própria estatal vinculada ao Ministério da Educação. A ação superou em 160% a estimativa inicial, demonstrando o impacto da mobilização nacional em prol da saúde pública.
Foram efetuados 10.160 exames, 1.244 consultas especializadas e 1.060 cirurgias. O mutirão contou com a participação ativa de mais de 2 mil profissionais, entre médicos, professores, residentes, estudantes de graduação e técnicos de saúde. As atividades envolveram desde atendimentos básicos até procedimentos de média e alta complexidade.
Atendimentos especializados e impacto direto - A força-tarefa disponibilizou exames de imagem como ressonância magnética, tomografia, mamografia, ultrassonografia, radiologia, além de endoscopias, colonoscopias e biópsias. As consultas atenderam especialidades variadas, incluindo oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher, respeitando as demandas regionais de cada hospital.
Um exemplo da eficácia da ação foi o caso da pequena Antonela Bicalho, de apenas um ano e dois meses, que foi submetida a uma frenotomia – procedimento conhecido como “corte do freio” da língua. A cirurgia foi realizada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). “Saiu muito rápido a cirurgia. Nós fomos muito bem recebidas aqui”, relatou a mãe, Tamires Bicalho.
Envolvimento dos ministérios e valorização do ensino - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), destacou a dimensão inédita da ação: “já tivemos mutirão de um procedimento específico ou de um tipo de exame. Este foi o mais diverso já realizado nacionalmente. O envolvimento dos Hospitais Universitários Federais é decisivo para garantir a formação de novos especialistas e a ampliação da capacidade de atendimento à população”.
No Ceará, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), reforçou a importância da parceria interministerial: “essa ação no Agora Tem Especialistas representa uma integração estratégica entre o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde. Estamos mobilizando toda a rede federal”.
Além de reduzir a fila de espera por atendimentos no SUS, o Dia E teve papel relevante na formação dos estudantes da área da saúde, que puderam vivenciar a prática supervisionada de seus aprendizados.
Ampliação da oferta e continuidade dos mutirões - Segundo o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, a estatal orientou os hospitais universitários a ampliarem o horário de atendimento, incluindo um terceiro turno e atividades aos finais de semana. Desde março, já foram promovidos 166 mutirões em unidades hospitalares federais de todo o país. O próximo está agendado para o mês de setembro.
Com o êxito do Dia E, a ação reforça o papel estratégico dos hospitais universitários como pilares tanto da assistência médica à população quanto da formação acadêmica de novos profissionais de saúde.

Saúde

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