NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Irã não tem intenção de construir armas nucleares, disse o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, à Assembleia-Geral das Nações Unidas nesta quarta-feira, poucos dias antes da reimposição de sanções internacionais ao seu país devido às ambições nucleares de Teerã.
"Declaro mais uma vez perante esta assembleia que o Irã nunca procurou e nunca procurará construir uma bomba nuclear. Não buscamos armas nucleares", disse Pezeshkian.
Em 28 de agosto, Reino Unido, França e Alemanha lançaram um processo de 30 dias para reimpor as sanções da ONU que terminam em 27 de setembro, acusando Teerã de não cumprir um acordo de 2015 com as potências mundiais com o objetivo de impedir que o país desenvolva uma arma nuclear.
As potências europeias ofereceram adiar o restabelecimento das sanções por até seis meses para dar espaço para conversas sobre um acordo de longo prazo, caso o Irã restabeleça o acesso dos inspetores nucleares da ONU, resolva as preocupações sobre seu estoque de urânio enriquecido e se envolva em conversas com os Estados Unidos.
Pezeshkian criticou a medida das potências europeias como "ilegal", dizendo que ela foi tomada a "mando dos Estados Unidos da América".
Os Estados Unidos, seus aliados europeus e Israel acusam Teerã de usar seu programa nuclear como um véu para os esforços de tentar desenvolver a capacidade de produzir armas. O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos.
"Ao fazer isso, eles (o trio europeu) deixaram de lado a boa fé. Eles contornaram as obrigações legais. Eles tentaram retratar as medidas corretivas legais do Irã... como uma violação grave", disse Pezeshkian.
Mas, em meio à ameaça iminente de sanções e às conversas de última hora nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, ainda há lacunas entre Teerã e as potências europeias sobre um acordo para evitar a retomada das sanções.
Ainda assim, ambos os lados deixaram a porta aberta para novas negociações. Embora o trio de países europeus, conhecido como E3, diga que os líderes clericais do Irã até agora não conseguiram cumprir as condições estabelecidas, Teerã afirma que não fará concessões.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que tem a última palavra em assuntos estatais importantes, como política externa e o programa nuclear do Irã, descartou negociações com os Estados Unidos sob ameaça.

Guilherme Paladino

Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, discursa à Assembleia-Geral da ONU, em Nova York

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Mundo

Presidente do Irã diz à ONU que Teerã nunca tentará construir bomba nuclear

CGTN – O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, concedeu uma entrevista exclusiva ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês), durante sua visita à China para participar da cúpula da Organização de Cooperação de Shanghai (OCS). Esta visita marca a primeira viagem oficial do presidente Pezeshkian à China desde sua eleição em julho do ano passado. Ele destacou que a visita é uma excelente oportunidade e valorizou a Iniciativa de Governança Global, proposta pela China, que enfatiza o fortalecimento dos intercâmbios intergovernamentais, defende o respeito mútuo à soberania e à integridade territorial, e insiste que todos os países sejam tratados com igualdade. O presidente iraniano ressaltou que espera ver essas visões transformadas em ação para construir um mundo pacífico, seguro, estável, justo e equitativo, e afirmou que o Irã trabalhará com a China para combater o unilateralismo e a política de poder.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250921100920_20ed3496497b06b8985e5a3afd7a278996a11228f73951a4377bd3ff909dfb42.jpg" data-media-id="editor_0" data-image-id="20250921100920_20ed3496497b06b8985e5a3afd7a278996a11228f73951a4377bd3ff909dfb42" data-rendition-name="original" width="1920" height="1080" loading="lazy" alt="Presidente do Irã concede entrevista exclusiva ao CMG"></figure>  Em relação à proposta dos Estados Unidos, que exigiu que o Irã abandonasse completamente o enriquecimento de urânio, Pezeshkian salientou que se trata da lógica hegemônica. “Os Estados Unidos querem impor isso através de intimidação. Eles bombardearam nossas instalações nucleares e têm poder militar. Mas nós, iranianos, temos ideias, capacidades e habilidades. Construiremos nosso país com determinação. Eles não podem negar os direitos conferidos pelo direito internacional aos países, nem privar as nações de desenvolver tecnologia de forma pacífica”, completou o presidente iraniano.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250921100920_afbd350761cce69eb4f9f3ac9e7a34d6ba22efcc46d7a1dcc99fb26d2a347999.jpg" data-media-id="editor_1" data-image-id="20250921100920_afbd350761cce69eb4f9f3ac9e7a34d6ba22efcc46d7a1dcc99fb26d2a347999" data-rendition-name="original" width="1920" height="1080" loading="lazy" alt="Presidente do Irã concede entrevista exclusiva ao CMG"></figure>  Destacou, ainda, que os países da região e todos que buscam justiça não devem se curvar ao hegemonismo e que nenhum povo que preze a liberdade se submeterá à força bruta. Na entrevista, Pezeshkian também apontou que os fatores cruciais para alcançar a paz e a estabilidade no Oriente Médio são a cooperação solidária entre os países, o respeito à integridade territorial e a promoção de colaboração mútua. Ele afirmou que devemos reconhecer que qualquer nação, independentemente de status, poder ou riqueza, tem direito à sua cultura e costumes, e pode cooperar com outras no comércio, na indústria, na inteligência artificial e nas áreas digitais. Segundo o presidente, a Iniciativa de Governança Global contribui para a solução, assim como o cumprimento do direito internacional. “Precisamos nos sentar juntos e criar um sistema que não viole os direitos e que permita o apoio mútuo e a solução de problemas. Podemos gerar oportunidades e ampliar intercâmbios. Essa, em vez da política de poder, do hegemonismo ou do bullying, é a lógica clara para o desenvolvimento global", completou o presidente Pezeshkian. Fonte: CMG

China

Presidente do Irã concede entrevista exclusiva ao CMG

CGTN – O presidente chinês, Xi Jinping, se reuniu na tarde este terça-feira (2) com o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, no Grande Palácio do Povo em Beijing. O presidente iraniano está na China para participar da Cúpula da Organização de Cooperação de Shanghai 2025 e das comemorações do 80º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista.&nbsp;
Xi Jinping afirmou que a China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações com o Irã em sua diplomacia para o Oriente Médio. Segundo ele, a China está disposta a manter a amizade entre os dois países, ampliar a confiança mútua e reforçar a cooperação em áreas como comércio, investimentos, energia limpa e conectividade. Destacou ainda a necessidade de intensificar os intercâmbios culturais e interpessoais, além de trabalhar em conjunto pelo fortalecimento da parceria estratégica abrangente. O líder chinês ressaltou também que a China, ao apresentar a Iniciativa de Governança Global, deseja atuar ao lado da comunidade internacional — incluindo o Irã — para promover um sistema de governança mais justo e equilibrado, contribuindo para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade.&nbsp;
“A força não é o caminho certo para resolver diferenças”, disse Xi Jinping. Segundo ele, a China valoriza o compromisso reiterado do Irã de não buscar armas nucleares, respeita o direito de usar energia nuclear pacificamente e apoia o país na salvaguarda de sua soberania nacional, integridade territorial e dignidade nacional, bem como na defesa de seus direitos e interesses legítimos por meio de negociações. A China continuará a defender a justiça, a promover uma solução para a questão nuclear iraniana que atenda às preocupações legítimas de todas as partes.
Masoud Pezeshkian reiterou que o Irã atribui grande importância às relações bilaterais com a China. Ele destacou que o país manterá a amizade e aprofundará a cooperação com a China, independentemente das mudanças no cenário internacional. O líder iraniano afirmou ainda que o Irã apoia plenamente a Iniciativa de Governança Global apresentada por Xi Jinping e está disposto a coordenar-se estreitamente com a China para, juntos, se oporem ao unilateralismo e à política de poder, além de atuar pela paz e pela estabilidade no Oriente Médio e promover a implementação da iniciativa.

Xi Jinping se reúne com presidente do Irã

247 - O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, esteve em Minsk nos dias 19 e 20 de agosto, onde se reuniu com o líder bielorrusso Aleksandr Lukashenko. Durante a visita, relatada pela Sputnik, foram assinados 13 acordos bilaterais e uma declaração conjunta que reforça a aliança estratégica entre os dois países e rejeita o uso de sanções econômicas unilaterais por parte do Ocidente.
Os compromissos abrangem áreas como saúde pública, educação médica, proteção ambiental, aviação civil, agricultura, silvicultura e medicina veterinária. No documento conjunto, Teerã e Minsk reafirmaram os princípios de igualdade soberana, não-ingerência em assuntos internos e respeito à integridade territorial. Também destacaram a intenção de cooperar pela paz, pela estabilidade regional e pelo respeito ao direito internacional.
Lukashenko classificou Irã e Belarus como “nações amigas” e reiterou seu apoio ao direito de Teerã de utilizar a energia nuclear para fins pacíficos. “Estamos dispostos a cooperar com vocês em todas as áreas, desde o fornecimento de alimentos ao seu país até a cooperação técnico-militar. Não estamos construindo amizade contra ninguém”, declarou o presidente bielorrusso.
Pezeshkian, por sua vez, agradeceu a solidariedade de Belarus diante do que chamou de agressões dos Estados Unidos e de Israel contra instalações nucleares iranianas supervisionadas pelo OIEA. O presidente iraniano afirmou que seu governo está disposto a auxiliar Minsk a enfrentar as sanções impostas por países ocidentais, destacando a experiência do Irã em resistir a esse tipo de pressão econômica.
A viagem estava originalmente prevista para junho, mas foi adiada devido a ataques recentes contra o território iraniano, que motivaram a operação militar “Promessa Verdadeira III” como resposta. Agora retomada, a agenda reforça a “Hoja de Ruta para la Cooperación Integral 2023-2026”, firmada em março de 2023, quando Lukashenko visitou Teerã.
Para os dois governos, o estreitamento das relações é uma forma de enfrentar o isolamento econômico promovido pelo Ocidente e de avançar em projetos conjuntos em setores estratégicos. Enquanto veículos ocidentais tendem a destacar o viés militar da aproximação, Irã e Belarus insistem no discurso de soberania, multipolaridade e cooperação pacífica.
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Luis Mauro Filho

Masoud Pezeshkian, presidente do Irã, e seu homólogo  bielorrusso, Alexander Lukashenko

Irã e Belarus ampliam cooperação estratégica e condenam sanções do Ocidente

247 - O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que Israel tentou assassiná-lo. A declaração, segundo o <a href="https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/07/07/presidente-do-ira-acusa-israel-de-tentar-o-assassinar.ghtml">g1</a>, foi dada ao apresentador Tucker Carlson, da Fox News, mas o líder iraniano não especificou quando exatamente o episódio teria ocorrido, tampouco confirmou se estaria vinculado ao conflito armado entre os dois países em junho deste ano.&nbsp;
“Sim, eles tentaram. Agiram nesse sentido, mas fracassaram”, respondeu Pezeshkian ao ser questionado sobre a possível autoria israelense. “Não foram os Estados Unidos os responsáveis pela tentativa contra minha vida. Foi Israel. Eu estava em uma reunião, e eles tentaram bombardear a área onde estávamos realizando esse encontro”, completou, segundo tradução do persa.
Apesar da acusação, Pezeshkian não esclareceu se o ataque teria acontecido durante a guerra de 12 dias travada entre Israel e Irã em junho, período marcado pela morte de lideranças militares e científicas iranianas, além de bombardeios contra símbolos do governo em Teerã. O governo israelense não se pronunciou sobre as declarações do presidente iraniano.
O conflito entre Israel e Irã escalou as tensões geopolíticas na região e incluiu declarações públicas de líderes ocidentais. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — reeleito para seu segundo mandato em 2025 —, afirmaram à época não descartar o assassinato do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Trump foi além: declarou que Khamenei seria “um alvo fácil”, embora tenha dito que ele “ainda não seria morto”. O presidente norte-americano teria vetado um plano elaborado por Israel, cujo exército já estaria pronto para realizar a operação.
Na entrevista divulgada nesta segunda-feira (7), Pezeshkian sinalizou que estaria disposto a reabrir negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear iraniano. “Não vejo problema”, afirmou. No entanto, demonstrou ceticismo quanto à possibilidade de voltar a confiar na Casa Branca. Durante a guerra recente, os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas, agravando a crise diplomática entre os países.
Eleito em julho de 2024, Masoud Pezeshkian assumiu a presidência do Irã após a morte de seu antecessor, Ebraim Raisi, em um acidente de helicóptero. Sua gestão enfrenta desafios internos e externos, em meio às tensões com Israel e ao complexo relacionamento com os Estados Unidos.

Paulo Emilio

Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, durante entrevista coletiva em Teerã
19/02/2025 

Presidente do Irã acusa Israel de tentativa de assassinato: "agiram nesse sentido, mas fracassaram"

247 - A delegação iraniana, liderada pelo chanceler Abbas Araghchi, chegou na noite de sábado (5), ao Rio de Janeiro, para participar da 17ª Cúpula do BRICS, bloco que neste ano é presidido pelo Brasil.&nbsp;
O evento começa na manhã deste domingo (6), e não contará com a presença do presidente do país, Masoud Pezeshkian, apesar das informações de que ele compareceria, divulgada por algumas agências de notícias.&nbsp;
Ao ser recebido por autoridades, o chanceler do Irã caminhou sobre o tapete vermelho e recebeu um buquê de flores, de acordo com um vídeo divulgado pela Sputnik.&nbsp;
Antes de chegar ao Rio, o próprio Araghchi esteve lidando diretamente com questões relacionadas à "Guerra de 12 Dias", de Israel e dos Estados Unidos contra o Irã.&nbsp;
Ainda no sábado, a mídia iraniana divulgou que o chanceler do país esteve no Azerbaijão, onde participou da cúpula da Organização de Cooperação Econômica (ECO). Seus membros, segundo Teerã, condenaram a recente agressão à República Islâmica.&nbsp;
O encontro do BRICS acontece poucos dias após o cessar-fogo na guerra contra o Irã—país que ingressou no bloco emergente em 2024 e busca agora sinais concretos de apoio político dos demais membros.&nbsp;
Nesse sentido, o BRICS condenou os ataques recentes à República Islâmica, &nbsp;defendeu uma solução diplomática e um Oriente Médio livre de armas nucleares, conforme divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.&nbsp;
Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, prega que o Irã estaria supostamente "isolado" no mundo, de acordo com informações do canal RT.&nbsp;
As próprias imagens contrariam as alegações. Além de receber o apoio do BRICS, alguns dos principais Estados-membros do BRICS já condenaram individualmente a agressão israelense e americana contra o Irã.
<h3>Sobre o BRICS&nbsp;</h3>
O bloco—originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul—ampliou suas fileiras nos últimos anos. Além do Irã, juntaram-se aos cinco fundadores países como Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Nações como Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão figuram como parceiras do grupo, de acordo com as informações mais recentes.
Hoje, os países do BRICS, de acordo com dados da Sputnik, representam cerca de 48,5% da população global e 39% do PIB mundial.
Desde 1º de janeiro deste ano, o BRICS está sob a presidência rotativa do Brasil, guiada pelo lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável".

Redação Brasil 247

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi - 22/06/2025

Mesmo sem a presença de Pezeshkian, Irã envia chanceler para Cúpula do BRICS no Rio e desafia discurso de “isolamento”

247 – O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que Teerã está disposto a trabalhar na resolução de seus conflitos com os Estados Unidos, desde que respeitados os parâmetros do direito internacional. A declaração foi feita durante um telefonema com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman Al Saud, e repercutida pela agência russa TASS nesta terça-feira (24).
“Estamos prontos para resolver os problemas entre nós e os Estados Unidos com base nas normas internacionais. Nunca exigimos nada além de nossos [legítimos] direitos”, disse Pezeshkian, segundo comunicado de sua assessoria. “Nesse contexto, damos boas-vindas a qualquer ajuda de países amigos e irmãos.”
A fala ocorre dois dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar um cessar-fogo completo entre Irã e Israel, que foi oficialmente aceito pelas duas partes. As autoridades israelenses declararam que haviam cumprido todos os objetivos de sua operação militar contra o Irã, enquanto Teerã comemorou o que chamou de vitória ao forçar o recuo unilateral de Tel Aviv.
<h3>Escalada militar e intervenção dos EUA</h3>
A ofensiva teve início nas primeiras horas de 13 de junho, quando Israel lançou ataques militares contra o Irã, atingindo instalações nucleares e matando altos comandantes. Menos de 24 horas depois, o Irã respondeu com uma retaliação contundente.
Nove dias após o início da guerra, em 22 de junho, os Estados Unidos entraram no conflito com bombardeios aéreos contra três instalações nucleares iranianas. Em resposta, o Irã atacou na noite seguinte a base militar de Al Udeid, a maior dos EUA na região, localizada no Catar. De acordo com autoridades norte-americanas, não houve vítimas nem danos significativos.
No dia 24, Trump anunciou o cessar-fogo entre os dois países do Oriente Médio. Apesar das trocas de acusações sobre violações do acordo nas primeiras horas, ambas as nações suspenderam suas operações militares e retomaram parte da normalidade — inclusive com a reabertura do espaço aéreo iraniano e do aeroporto Ben Gurion, em Israel.
<h3>Diplomacia e disputas narrativas</h3>
A disposição de Masoud Pezeshkian para o diálogo com os EUA sinaliza uma possível inflexão diplomática no cenário do Oriente Médio. O novo presidente iraniano — eleito com uma retórica mais moderada — busca se distanciar do confronto direto e propõe um reequilíbrio nas relações internacionais do país.
A Arábia Saudita, com quem o Irã restaurou relações recentemente por mediação da China, também aparece como ator central na construção de pontes entre Teerã e Washington. “Damos boas-vindas a qualquer assistência de países amigos e irmãos”, repetiu Pezeshkian, reforçando o papel de Riad como interlocutor regional.
Por outro lado, a narrativa israelense enfatiza os ganhos militares. “Completamos todos os objetivos da nossa operação”, disseram autoridades israelenses, que também consideram encerrada a campanha iniciada em meados de junho. Para o Irã, no entanto, a interrupção da ofensiva representa uma vitória estratégica.

Irã sinaliza disposição para diálogo com os EUA após cessar-fogo com Israel

247 – Em conversa telefônica com o primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia' Al Sudani, neste domingo (15), o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, fez duras advertências sobre a escalada de violência por parte de Israel no Oriente Médio. Segundo a agência estatal iraniana Tasnim, Pezeshkian afirmou que, se não for contido, “o regime sionista atacará outros países da região”, e prometeu que o Irã dará “respostas ainda mais dolorosas e esmagadoras” às investidas israelenses.
O presidente iraniano classificou o ataque israelense ocorrido em 13 de junho como uma violação flagrante do direito internacional. “A agressão do regime sionista contra o Irã, realizada após a violação do espaço aéreo do Iraque, revela o caráter criminoso e agressivo de Israel, que não respeita normas nem regulamentos internacionais”, afirmou. O bombardeio atingiu bairros residenciais de Teerã e instalações militares e nucleares em outras regiões, matando dezenas de civis, seis cientistas nucleares e vários comandantes militares.
Pezeshkian ressaltou que o Irã não iniciou a guerra, mas que reagiu de forma proporcional à ofensiva: “Quem realmente busca paz, segurança e estabilidade deve se posicionar contra a agressão do regime israelense.” Ele também destacou que é responsabilidade histórica de todos os países muçulmanos resistirem com firmeza às violações do regime sionista “em todos os níveis, inclusive nas organizações internacionais”.
Além disso, o presidente reiterou o alerta de que novos ataques israelenses não ficarão sem resposta. “O regime israelense terá de se preparar para respostas mais dolorosas e esmagadoras se continuar com os atos de agressão contra o Irã”, advertiu.
As Forças Armadas iranianas retaliaram com o lançamento de mísseis balísticos contra várias cidades em territórios ocupados por Israel, numa das mais graves escaladas do conflito regional em anos. A resposta iraniana foi respaldada por uma declaração do líder supremo do Irã, o aiatolá Seyed Ali Khamenei, que classificou o ataque israelense como “um grande erro” e “um ato imprudente”.
“O regime sionista cometeu um erro grave e sofrerá as consequências”, declarou Khamenei. “Nossas Forças Armadas estão prontas, os dirigentes do país estão unidos e todo o povo está com elas. Hoje, as diversas correntes políticas e sociais estão emitindo a mesma mensagem: é necessário dar uma resposta forte à identidade sionista, maligna, desprezível e terrorista.”
A nova postura do governo iraniano, sob a liderança de Masoud Pezeshkian, eleito com um discurso moderado e conciliador, indica que o país está disposto a manter sua linha de retaliação diante de agressões externas, especialmente as que atentem contra sua soberania e sua população civil. O episódio acirra ainda mais as tensões entre Irã e Israel, com impacto direto sobre a estabilidade de todo o Oriente Médio.

Irã alerta: se não for contido, Israel atacará outros países da região

CGTN – O presidente chinês, Xi Jinping, estendeu na terça-feira condolências ao presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, pela grave explosão em um porto do país.
Xi disse que ficou profundamente triste ao saber que uma explosão massiva no porto de Shahid Rajaee, na cidade de Bandar Abbas, no sul do Irã, causou muitas vítimas.
Em nome do governo e do povo da China, Xi lamentou as vítimas e ofereceu sinceras solidariedades aos feridos e às famílias enlutadas.&nbsp;
Fonte: Xinhua

Xi estende condolências ao presidente iraniano por grave explosão

(Reuters) - O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse que não negociará com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto este estivesse fazendo ameaças.
A declaração ocorre dias depois de Trump ter afirmado que enviou uma carta à autoridade máxima do país pedindo a Teerã que negociasse um acordo nuclear.
"Eu nem mesmo negociarei com você sob ameaças... faça o que diabos você quiser", disse Pezeshkian à mídia estatal na terça-feira.

Bianca Penteado

Presidente do Irã diz que não negociará com Trump "sob ameaças"

DUBAI (Reuters) - O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, questionou na segunda-feira a sinceridade dos Estados Unidos em buscar negociações com Teerã, enquanto multidões de pessoas, muitas delas cantando "Morte à América", se reuniam em todo o país para marcar o aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, restabeleceu sua campanha de "pressão máxima" sobre o Irã, que inclui esforços para reduzir suas exportações de petróleo a zero, a fim de impedir que Teerã obtenha uma arma nuclear.
Trump disse, no entanto, que gostaria de ter um acordo de paz nuclear verificado com Teerã e expressou sua disposição de conversar com Pezeshkian, que disse na semana passada que seria fácil verificar se o Irã não estava desenvolvendo armas atômicas.
Pezeshkian, em um discurso televisionado na Praça Azadi (Liberdade), em Teerã, na segunda-feira, adotou um tom duro: "Se os EUA fossem sinceros em relação às negociações, por que nos sancionaram?"
Ele afirmou que Teerã "não busca a guerra... mas não cederá à pressão estrangeira".
A televisão estatal iraniana mostrou centenas de milhares de pessoas reunidas para marcar o aniversário da revolução de 1979 em um ato que o establishment clerical anunciou como uma chance de mostrar unidade em meio à crescente pressão dos EUA e de Israel.
"Morte à América" e "Morte a Israel", gritaram os manifestantes em cidades e vilas de todo o Irã, repetindo o canto ritual da revolução que derrubou o Xá apoiado pelos EUA e levou o clero muçulmano xiita ao poder.
A mídia estatal publicou uma imagem que mostra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e Trump usando uniformes de prisão e em pé dentro de uma gaiola de metal. Outra foto mostrava alguns manifestantes pendurando uma efígie de Trump em uma forca.
Na sexta-feira, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que as negociações com os EUA "não são inteligentes, sábias ou honrosas", mas não chegou a renovar a proibição de negociações diretas com Washington decretada durante o primeiro governo Trump em 2018.

Camila França

Iranianos queimam caricaturas do presidente dos EUA, Donald Trump, e do presidente francês, Emmanuel Macron, durante o 46º aniversário da Revolução Islâmica em Teerã
 10/2/2025

Presidente iraniano diz que EUA não são sinceros quanto à disposição para negociações

Tass – A parceria estratégica entre Irã e Rússia foi formalizada com a assinatura de um tratado abrangente entre os presidentes Vladimir Putin e Masoud Pezeshkian, durante encontro no Kremlin. O acordo cobre diversas áreas, incluindo defesa, energia, finanças, transporte, agricultura, ciência e cultura, ampliando as perspectivas de colaboração bilateral.
O presidente iraniano destacou, em entrevista ao canal de televisão russo Soloviov Live, que Moscou e Teerã não aceitarão pressões externas em suas políticas internas e regionais. "Nós somos capazes de conduzir políticas independentes e estamos prontos para desenvolver segurança e economia na região juntos, para trazer paz e estabilidade. Não precisamos do Ocidente", afirmou Pezeshkian.
A assinatura do tratado reflete uma visão comum dos dois países sobre a necessidade de rejeitar interferências externas. "Se seguíssemos instruções de fora, teríamos mudado nossas políticas muitas vezes", destacou o líder iraniano, reforçando a importância da independência no cenário internacional.
O tratado, firmado em 17 de janeiro, foi descrito como um marco histórico na relação entre as duas potências regionais, que buscam consolidar sua influência em questões estratégicas. Além disso, a parceria reforça o compromisso mútuo no combate ao terrorismo e no fortalecimento de setores essenciais para o desenvolvimento econômico e tecnológico de ambos os países.
Ao adotar uma postura de autossuficiência e cooperação mútua, Irã e Rússia demonstram um alinhamento estratégico que visa assegurar maior estabilidade e progresso na região, afastando-se das influências ocidentais que, segundo os líderes, buscam limitar sua autonomia.

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