<p><b>247 - </b>A Intel conseguiu uma injeção de capital de US$ 2 bilhões vinda do SoftBank Group, movimento que marca um fôlego financeiro crucial para a gigante norte-americana em meio às dificuldades no setor de semicondutores. A informação foi divulgada pela agência Reuters nesta segunda-feira (19).</p>
<p>Segundo a reportagem, o aporte transforma o conglomerado japonês no sexto maior acionista da Intel, consolidando a estratégia da SoftBank de ampliar sua presença em ativos de semicondutores e inteligência artificial — uma agenda que inclui também o megaprojeto de datacenters Stargate, avaliado em US$ 500 bilhões. Apesar do peso financeiro, o grupo japonês não terá cadeira no conselho nem assumirá compromissos de compra dos chips da companhia norte-americana.</p>
<h3>Contexto da operação e pressões políticas</h3>
<p>O negócio ocorre em meio a especulações sobre a possibilidade de o governo dos Estados Unidos adquirir até 10% da Intel. O tema ganhou força após encontro entre o novo CEO da empresa, Lip-Bu Tan, e o presidente Donald Trump, que chegou a exigir a renúncia de Tan devido a seus vínculos anteriores com companhias chinesas.</p>
<p>Questionado sobre a eventual participação estatal, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou: “O último que vamos fazer é adquirir participação e depois tentar forçar a demanda. Seria uma conversão de subsídios já concedidos, talvez com incremento de aportes, para estabilizar a produção de semicondutores dentro dos Estados Unidos.”</p>
<p>A possível entrada do governo norte-americano reforça a narrativa de que Washington busca reduzir sua dependência da Ásia, sobretudo de Taiwan, no fornecimento de chips avançados.</p>
<h3>Crise interna e concorrência</h3>
<p>A Intel atravessa um dos períodos mais delicados de sua história recente. Em 2024, registrou um prejuízo anual de US$ 18,8 bilhões, o primeiro desde 1986. Enquanto isso, rivais como a AMD avançam em mercados estratégicos de PCs e servidores, ampliando a distância.</p>
<p>Além disso, a ambiciosa aposta da Intel em fundição de chips (chip foundry) para competir com a TSMC ainda não conseguiu atrair clientes de peso. Isso coloca a empresa sob pressão para rever seus planos industriais e estratégicos, que já consumiram bilhões de dólares em investimentos.</p>
<h3>O papel da SoftBank</h3>
<p>Apesar de parte da imprensa ocidental especular sobre um alinhamento político entre o CEO da SoftBank, Masayoshi Son, e Trump, fontes ouvidas pela Reuters afirmam que a decisão de investir na Intel não está ligada à Casa Branca.</p>
<p>Em comunicado, Son destacou: “Este investimento estratégico reflete nossa convicção de que a manufatura avançada de semicondutores nos Estados Unidos vai se expandir ainda mais, com a Intel desempenhando papel fundamental.”</p>
<p>A operação foi estruturada por meio da emissão primária de ações ordinárias da Intel, ao preço de US$ 23 cada — ligeiro desconto em relação ao fechamento anterior em bolsa (US$ 23,66). Na prática, isso garante ao SoftBank uma fatia próxima a 2% da empresa.</p>
<h3>Repercussão nos mercados</h3>
<p>O anúncio teve impactos imediatos nas bolsas: as ações da Intel dispararam cerca de 7% na segunda-feira, enquanto os papéis da SoftBank recuaram 4% no pregão de Tóquio. O movimento reflete, de um lado, a confiança renovada dos investidores na recuperação da Intel e, de outro, a cautela sobre os altos riscos assumidos pela holding japonesa em seus aportes de grande escala.</p>
<h3>Caminhos futuros</h3>
<p>Embora o investimento seja expressivo, analistas afirmam que o montante por si só não é suficiente para alterar a trajetória da Intel no curto prazo. Amir Anvarzadeh, estrategista da Asymmetric Advisors, avaliou: “O aporte ajuda, mas não é o que vai mudar o rumo da Intel. O mais importante é a manutenção do bom relacionamento que Son mantém com Trump.”</p>

Luis Mauro Filho

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Mundo

Intel recebe aporte de US$ 2 bilhões da SoftBank em meio a crise no setor de chips

<p><b>247 - </b>A Intel avançou quase 4% nesta sexta-feira (15) após a circulação de informações de que o governo dos Estados Unidos avalia comprar uma participação na companhia para reforçar sua guinada industrial.&nbsp;</p>
<p>A alta veio à tona depois de reportagem da Bloomberg e ocorre na esteira de uma reunião, na segunda-feira (11), entre o CEO Lip-Bu Tan e o presidente Donald Trump, que exigira a saída do executivo por supostos vínculos “altamente conflitantes” com empresas chinesas. Segundo Trump, o encontro foi “muito interessante”. As informações foram publicadas pela Reuters.&nbsp;</p>
<p>De acordo com a agência, a Casa Branca estuda utilizar recursos do CHIPS Act — lei sancionada em 2022 — para entrar no capital da Intel. No ano passado, a fabricante recebeu quase US$ 8 bilhões em subsídios, o maior desembolso sob o programa, destinados a novas fábricas em Ohio e outros estados. O plano industrial foi redimensionado por Tan, que desacelerou a obra em Ohio e condicionou a expansão ao volume de demanda, movimento que pode colidir com a pressão de Trump por reforçar a manufatura doméstica. Intel e Casa Branca não comentaram.&nbsp;</p>
<h3>Analistas veem alívio financeiro, mas cobram plano tecnológico</h3>
<p>Para parte do mercado, um aporte federal daria tempo à Intel para reerguer a divisão de fundição, hoje deficitária, porém não resolveria gargalos técnicos. “Pode ser um ‘divisor de águas’”, disse Matt Britzman, analista da Hargreaves Lansdown, ponderando que “o apoio do governo pode ajudar a sustentar a confiança, mas não corrige a lacuna de competitividade nos nós avançados”. Já o Bernstein foi direto: “A Intel também precisa de capacidade; o governo dos EUA pode fazer algo para ajudar aqui?” Sem um roteiro sólido de processos, advertiu a casa, “todo o exercício seria economicamente equivalente a simplesmente atear fogo a dezenas de bilhões de dólares”.&nbsp;</p>

Economia

Ações da Intel sobem com possível entrada do governo dos EUA no capital

<p><b>247 - </b>A Intel, gigante dos semicondutores sediada na Califórnia, está sob nova liderança. Em março de 2025, Lip-Bu Tan assumiu o cargo de CEO com a missão de reverter anos de perda de relevância tecnológica e dificuldades financeiras.&nbsp;</p>
<p>Segundo reportagem da Bloomberg, Tan optou por manter a estratégia vigente, priorizando uma execução mais eficaz. “A estratégia é a estratégia — temos que executar melhor”, afirmou o diretor financeiro da <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Intel">Intel</a>, David Zinsner, durante conferência do JPMorgan Chase &amp; Co.&nbsp;</p>
<p>A nomeação de Tan ocorre após a saída de Pat Gelsinger, cujo plano de reestruturação não trouxe os resultados esperados. Tan, conhecido por sua experiência na indústria de semicondutores, já iniciou mudanças organizacionais, eliminando burocracias que, segundo ele, dificultavam a comunicação direta com a liderança. “Removemos camadas de gestão que impediam uma visão clara do que estava acontecendo”, disse Zinsner.</p>
<p>No campo da inteligência artificial, a Intel busca recuperar terreno perdido para concorrentes como a <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Nvidia">Nvidia</a>. Tan anunciou uma abordagem interna para o desenvolvimento de produtos de IA, após aquisições anteriores, como as das startups Nervana e Habana Labs, não alcançarem os resultados esperados. “Estamos adotando uma abordagem holística para redefinir nosso portfólio e otimizar nossos produtos para novas cargas de trabalho de IA”, afirmou Tan.&nbsp;</p>
<p>Apesar dos esforços, a divisão de fundição da Intel enfrenta desafios. Zinsner revelou que os compromissos de clientes externos para as tecnologias de fabricação mais recentes, como 18A e 14A, ainda são limitados. “Recebemos chips de teste, mas alguns clientes desistem após os testes... Portanto, o volume comprometido não é significativo no momento”, explicou.&nbsp;</p>
<p>A Intel continua a investir em sua capacidade de fabricação, com a expectativa de que a divisão de fundição atinja o ponto de equilíbrio até 2027. No primeiro trimestre, a divisão registrou US$ 4,7 bilhões em vendas, embora a maior parte desse valor provenha da produção interna.&nbsp;</p>

Novo CEO da Intel aposta em "execução eficiente" para recuperar liderança no setor de chips

<p><b>247 - </b>A Intel Corporation anunciou a nomeação de Lip-Bu Tan como seu novo diretor executivo, efetivo a partir da próxima terça-feira (18). A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 12 de março, pela <a href="https://www.bloomberg.com/news/articles/2025-03-12/intel-names-chip-industry-veteran-lip-bu-tan-as-its-next-ceo?srnd=phx-technology">Bloomberg</a>. Tan, de 65 anos, é ex-CEO da Cadence Design Systems e integrou o conselho de administração da Intel até agosto de 2024. ​</p>
<p>A nomeação ocorre em um momento crítico para a <a href="https://www.brasil247.com/search?term=intel">Intel</a>, que enfrenta desafios significativos, incluindo perda de participação de mercado, retrocessos na fabricação e uma queda acentuada nos lucros. A empresa, outrora líder incontestável no setor de semicondutores, viu suas ações caírem mais de 54% nos últimos 12 meses, reduzindo seu valor de mercado para US$ 89,5 bilhões. ​</p>
<p>Tan substitui Pat Gelsinger, que deixou o cargo após o conselho expressar insatisfação com o progresso lento na revitalização da linha de produtos da empresa. Um dos desafios mais prementes é o desenvolvimento de um chip acelerador de inteligência artificial capaz de competir com os produtos da <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Nvidia">Nvidia</a>, cuja receita e valorização dispararam nos últimos dois anos devido ao boom da computação em IA. ​</p>
<p>A China também competirá na ponta deste mercado. Recentemente, Pequim anunciou diretrizes para promover o uso de chips <a href="https://www.brasil247.com/mundo/china-prepara-politica-nacional-para-impulsionar-processadores-de-arquitetura-aberta-e-baixo-custo">RISC-V</a>, de arquitetura aberta e mais econômicos, em todo o país. A mudança deve reduzir a dependência de tecnologias ocidentais, dando ainda mais vantagens aos chineses nesta corrida. ​</p>
<p>A reação do mercado à nomeação de Tan foi positiva: as ações da Intel subiram mais de 11% após o anúncio, após um aumento de 4,6% durante o pregão regular em Nova York nesta quarta-feira. ​</p>
<h3>Desafios e expectativas</h3>
<p>A Intel tem enfrentado uma série de dificuldades nos últimos anos. Em agosto de 2024, a empresa anunciou o corte de 15 mil funcionários, equivalente a 15% de sua força de trabalho, em resposta a prejuízos bilionários e à perda de liderança no mercado global de chips. No segundo trimestre de 2023, a Intel registrou um prejuízo líquido de US$ 1,6 bilhão, revertendo um lucro de US$ 1,5 bilhão no mesmo período do ano anterior. A receita caiu para US$ 12,83 bilhões, uma queda de 1% em relação ao ano anterior. ​</p>
<p>Analistas apontam que a Intel não conseguiu acompanhar as evoluções do setor, perdendo sua vantagem competitiva no início da década para concorrentes como TSMC e Samsung. A empresa também enfrentou dificuldades para se transformar em uma fundição competitiva, com fábricas projetadas para produtos específicos e carência de ferramentas e tecnologias de ponta. A saída de talentos e erros estratégicos agravaram a situação, tornando mais difícil acompanhar a concorrência. ​</p>
<h3>Quem é Lip-Bu Tan</h3>
<p>Lip-Bu Tan, 65, é um veterano na indústria de semicondutores. Antes de ingressar na Intel, ele liderou a Cadence Design Systems, onde foi fundamental na transformação da conjuntura econômica empresa, dobrando a receita e expandindo as margens operacionais. Tan também fundou a Walden International, uma firma de capital de risco com investimentos significativos em empresas de semicondutores, energia alternativa e mídia digital nos EUA e na Ásia.&nbsp;</p>

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