<p><b>247 – </b>O coordenador da rede Lawfare Nunca Mais, Henrique Pizzolato, que foi vítima de perseguição judicial durante o chamado "mensalão", se solidarizou ao professor Alysson Mascaro, alvo de uma campanha difamatória promovida pelo site <i>The Intercept</i> para causar o seu cancelamento como intelectual público. Em entrevista ao <i>Boa Noite 247</i>, Pizzolato afirmou que o processo de destruição moral a que Mascaro foi submetido remete aos métodos da Idade Média.</p>
<p>"Estamos caindo numa lógica medieval, onde basta uma acusação para destruir uma pessoa sem provas e sem chance de defesa", afirmou. Segundo Pizzolato, a campanha de cancelamento contra Mascaro segue a mesma estratégia que ele próprio enfrentou no passado. "Eu me via em muitos dos depoimentos do professor Mascaro. Há quase 20 anos, eu também fui vítima de um linchamento público, de uma tentativa de aniquilação moral", relembrou.</p>
<p>Durante o programa, apresentado por Ricardo Nêggo Tom e transmitido no canal da TV 247 no YouTube, Pizzolato alertou para o uso sistemático de perfis falsos na internet para disseminar ataques e fabricar acusações. "É necessário investigar quem financia esses perfis. Senão, continuaremos vendo novas vítimas sendo destruídas", afirmou. Ele ainda denunciou o que chamou de "grande jogo geopolítico e comercial" por trás dessas campanhas.</p>
<p>A entrevista repercutiu a participação de Alysson Mascaro à TV 247, em que o jurista revelou ter sido vítima de perseguição física e virtual, sendo obrigado a alterar seus hábitos cotidianos por questões de segurança. "Foram os meses da verdade da minha existência", disse Mascaro, relatando que viveu o que a psicologia chama de "colapso da vida" diante da violência do cancelamento.</p>
<p>Pizzolato ressaltou que o método utilizado contra Mascaro é ainda mais perverso que as perseguições políticas do passado. "Antes, eliminavam fisicamente. Agora, eliminam moralmente, para impedir que novas lideranças populares surjam", analisou. Ele também advertiu para o perigo de organizações disfarçadas de ONGs que, segundo ele, atuam como instrumentos de guerra híbrida para destruir figuras públicas progressistas. Assista:</p>
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Redação Brasil 247

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Entrevistas

"Cancelamento traz de volta a lógica da Idade Média", diz Henrique Pizzolato

<p><b>247 – </b>Durante participação no programa <i>22 Horas</i>, apresentado por Ricardo Nêggo Tom na TV 247, Henrique Pizzolato, coordenador da rede <i>Lawfare Nunca Mais</i>, criticou duramente o que classificou como um “linchamento público” contra o jurista Alysson Mascaro, professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O caso ganhou notoriedade após uma reportagem do <i>Intercept</i>, que, com base em fontes anônimas, acusa Mascaro de condutas impróprias, como assédio sexual e até mesmo estupro contra estudantes do sexo masculino. Para Pizzolato, o objetivo da matéria é claro: retirar Mascaro de sua posição na Universidade de São Paulo (USP) e do debate público crítico ao neoliberalismo.</p>
<p>“O imperialismo encontrou uma nova maneira de queimar currículos e pensadores que combatem o neoliberalismo”, afirmou Pizzolato. Ele destacou que, no contexto da guerra híbrida, as táticas não têm limites, incluindo o uso de acusações sem provas para destruir reputações e neutralizar figuras públicas.</p>
<h4><b>O perigo do linchamento público</b></h4>
<p>Pizzolato alertou sobre os impactos devastadores do linchamento público, tanto para as vítimas quanto para a sociedade. “Precisamos ter muita cautela. Prudência. Sem linchamento. Isso pode ser um torniquete, como se fez com a justiça. Eles não colocam limites nas táticas da guerra híbrida”, declarou.</p>
<p>Ele enfatizou que denúncias anônimas e frágeis são uma ferramenta para facilitar o trabalho de quem busca condenações injustas posteriormente. “O linchamento facilita o trabalho de quem vem depois para condenar. É um ciclo perigoso que mina as bases do Estado de Direito e da democracia.”</p>
<h4><b>A experiência pessoal de Pizzolato</b></h4>
<p>Pizzolato, que foi alvo de um processo amplamente criticado por irregularidades e perseguição política, relacionou sua experiência com o caso de Mascaro. “Eu sei o que é ser vítima de acusação falsa e de condenação falsa. Essas práticas têm um efeito devastador, não apenas para o indivíduo, mas para toda a sociedade que busca justiça.”</p>
<p>Ele destacou a necessidade de garantir que as denúncias sejam investigadas com seriedade, evitando julgamentos apressados que possam resultar em erros irreparáveis. Assista:&nbsp;</p>
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