Por Rafael Cardoso, repórter da Agência Brasil - Duas pesquisas divulgadas este mês alertam para os efeitos dos extremos climáticos nas crianças. Uma delas é um levantamento encomendado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal ao Datafolha: mais de 80% dos brasileiros temem pelos efeitos das mudanças climáticas em bebês e crianças de 0 a 6 anos.
O estudo Panorama da Primeira Infância: o impacto da crise climática entrevistou 2.206 pessoas, sendo 822 responsáveis por crianças, entre os dias 8 e 10 de abril de 2025. Os maiores medos se concentram em impactos sobre a saúde: 7 em cada 10 pessoas (71%) manifestaram esse tipo de preocupação, com destaque para as doenças respiratórias.
Outras questões levantadas por 39% dos entrevistados foram o maior risco de desastres (como enchentes, secas e queimadas), além da dificuldade em acessar água limpa e comida (32% das respostas).
Segundo o estudo, 15% acreditam que as mudanças climáticas provocarão maior consciência ambiental e 6% confiam que a sociedade encontrará soluções para reduzir os danos.
“Ver que a população reconhece o risco que as crianças enfrentam já é uma vitória — significa que entendemos quem está na linha de frente da crise e que há urgência em agir. As crianças na primeira infância são as menos culpadas pela emergência climática e, ainda assim, são o público mais afetado. Essa injustiça exige que cada medida tomada considere a vulnerabilidade de quem depende da proteção dos adultos”, disse Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.
<h2>Mortalidade infantil</h2>
O outro estudo corrobora a preocupação da população. Ele foi conduzido por cientistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da London School e do Instituto de Saúde Global de Barcelona.
Publicada no periódico Environmental Research, a pesquisa indica que bebês em período neonatal (7 a 27 dias) são os mais afetados pelo frio, com risco 364% maior de morrer em condições extremas, em comparação às condições normais. Com relação ao calor, o impacto cresce à medida que a criança envelhece, sendo 85% maior em calor extremo entre os que têm entre 1 e 4 anos.
Os pesquisadores analisaram mais de 1 milhão de mortes de menores de 5 anos ao longo de 20 anos. O risco de mortalidade nesta faixa etária chegou a ser 95% maior no frio extremo e 29% maior no calor extremo do que nos dias com temperatura amena (em torno de 14 a 21°C).
A pesquisa teve como base os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Conjunto de Dados Meteorológicos Diários em Grade do Brasil (BR-DWGD).
Professor do ISC/UFBA e colaborador do Cidacs, Ismael Silveira explica que pesquisas internacionais já indicavam que crianças pequenas são mais vulneráveis aos extremos climáticos. Mas havia poucas evidências em países com clima tropical.
“O Brasil tem dimensões continentais e forte desigualdade socioeconômica, o que o torna um ‘laboratório natural’ para investigar os impactos do clima. A cobertura e qualidade dos dados de óbitos e o uso de métodos estatísticos robustos favoreceram a superação dessa lacuna”, diz Silveira.
Crianças são mais vulneráveis aos efeitos das mudanças de temperatura porque seus corpos ainda não desenvolveram totalmente os mecanismos de regulação térmica. Nos dias mais quentes, os riscos incluem insolação, desidratação, problemas renais, doenças respiratórias e infecciosas. No frio, podem haver hipotermia, que desencadeia complicações respiratórias e metabólicas, e favorece o aumento de infecções.
O Brasil apresenta variações regionais quanto aos impactos climáticos. Os dados indicam que a mortalidade de crianças menores de cinco anos relacionada ao frio atingiu o maior aumento (117%) no Sul do país. Já a mortalidade relacionada ao calor foi maior no Nordeste (102%).
As taxas elevadas de mortes de crianças continuam concentradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Essas regiões apresentam maior vulnerabilidade socioeconômica e acesso pior à infraestrutura básica, como saneamento e moradia adequada. O aumento das temperaturas representa uma ameaça adicional.

Guilherme Levorato

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Saúde

Pesquisas revelam preocupação com crianças em extremos climáticos

247 - Palmeiras e Juventude se enfrentam nesta quarta-feira (11), às 19h (horário de Brasília), pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. O confronto, que estava agendado para outra data, acontecerá no Allianz Parque, em São Paulo. A partida será transmitida exclusivamente pelo Premiere, na TV fechada. Este jogo tem um caráter especial, já que o Palmeiras enfrenta dificuldades por conta de desfalques. O time alviverde é o clube brasileiro com mais atletas convocados para a Data Fifa, o que impacta diretamente no elenco disponível para o técnico Abel Ferreira. Ao todo, seis jogadores do Palmeiras foram chamados para representar suas seleções: Gustavo Gómez, Ramón Sosa, Aníbal Moreno, Flaco López, Emiliano Martínez e Facundo Torres. O Campeonato Brasileiro segue aquecido, com diversas equipes disputando posições importantes na tabela. A partida entre Palmeiras e Juventude promete ser um momento decisivo para ambos os times, que buscam consolidar suas campanhas no torneio. Para o Juventude, a expectativa é de uma grande atuação, apesar das dificuldades enfrentadas ao longo da temporada. Com o Palmeiras desfalcado, o Juventude espera aproveitar a oportunidade para surpreender o gigante paulista. A partida será um importante teste para o time do interior, que tenta se afastar da zona de rebaixamento, enquanto o Palmeiras busca a recuperação após uma sequência de resultados mistos no campeonato. A 12ª rodada do Brasileirão traz ainda mais emoção ao torneio, e as equipes devem se empenhar ao máximo para alcançar seus objetivos. O jogo entre Palmeiras e Juventude promete agitar os fãs de futebol e manter os ânimos acirrados até o apito final. <h3>Expectativas para o duelo na internet&nbsp;</h3> Dados do Googler Trends registram uma alta expectativa para o confronto entre Palmeiras e Juventude no Nordeste e em São Paulo.&nbsp;  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20251011151048_f3f5bd4a0b25223bb5c3430067ff1b9c2f9dedef241d762033f2d80061da71d7.png" data-media-id="editor_0" data-image-id="20251011151048_f3f5bd4a0b25223bb5c3430067ff1b9c2f9dedef241d762033f2d80061da71d7" data-rendition-name="original" width="1168" height="496" loading="lazy" alt="palmeiras-juventude"><figcaption>Google Trends(Photo: Google Trends)Google Trends</figcaption></figure>

Luis Mauro Filho

O jogador Anibal Moreno, da SE Palmeiras, em jogo contra a equipe do Mirassol FC, durante partida válida pela décima quarta rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na arena Allianz Parque

Esporte

Palmeiras e Juventude se enfrentam pelo Brasileirão; confira onde assistir

Por Daniella Almeida, repórter da Agência Brasil - As crianças e adolescentes participantes da 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (6ª CNIJMA), em Luziânia, Goiás, voltaram para seus lares, nesta sexta-feira (10), depois de vivenciarem cinco dias de debates, gincanas, palestras, oficinas temáticas e atrações culturais.&nbsp;
Na bagagem, estão os planos de desenvolver a educação ambiental em seus territórios e chamar a atenção para a necessidade de combater a injustiça climática, que, normalmente, atinge desproporcionalmente as comunidades mais vulneráveis e marginalizadas no Brasil, com chuvas, secas, calor intenso e inundações.
De Itapemirim, no Espírito Santo, Lara Guimarães Silva (foto) deseja que os saberes e práticas ancestrais sejam considerados na oferta global de soluções que resgatem o respeito à natureza e promovam a equidade de oportunidades. As comunidades tradicionais, segundo a jovem, são as que mais sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, mesmo contribuindo menos para as alterações do clima.
“As mudanças climáticas são muito ruins porque afetam a terra, o solo e o ciclo da água. Isso faz a nossa agricultura familiar desequilibrar”, afirma.
Com 13 anos de idade, Lara foi criada na comunidade de quilombola de Graúna, que, segundo ela, valoriza bastante o clima.&nbsp;
“Com o clima desregulado, a gente perde um pouco das nossas tradições e culturas”, diz a adolescente.
Da Região Norte, Jessyane Cavalcante, com 12 anos de idade, percebe que a poluição, sobretudo pelo plástico, afeta o município de Mucajaí, em Roraima. Na conferência nacional, ela defendeu a reciclagem de embalagens plásticas para ter um território saudável.&nbsp;
“A reutilização de materiais pet mal descartados na nossa vila fariam a diferença para combater a poluição”, defende.
Na realidade da estudante indígena Adryellen Silveira Bertoldo, de 13 anos, os impactos de eventos climáticos são visíveis e prejudicam o pequeno plantio de alimentos na aldeia onde vive, em Aracruz, no Espírito Santo.
“O que eu aprendi aqui, vou aplicar lá. Quero dialogar com minha comunidade e dar ideias para meu professor para fazermos atividades na escola”, disse.
Em outro bioma, o Cerrado, o jovem Elton Brenner, do 8º ano do ensino fundamental, aproveitou a última chance de participar da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente como delegado, porque já tem a idade limite de 14 anos.
O projeto escolar que Elton Brenner trouxe de Goiatuba, em Goiás, para a conferência, reafirma o compromisso com a sustentabilidade, com o meio ambiente e de mobilização comunitária. O documento sugere soluções para problemas urbanos, como mais áreas verdes dentro de escolas, melhoria das praças das cidades, o reaproveitamento da água, o plantio de hortas comunitárias e a fiscalização do descarte de resíduos sólidos.
Elton acredita que eventos como a conferência, criam consciência ambiental desde cedo nos estudantes.
“Quem participa já aprende a importância do meio ambiente, conhece a reciclagem, conhece uma horta, se aprofunda em alimentação saudável e até domina como gerenciar uma casa”, avalia.
De outro ponto do estado de Goiás, o jovem delegado da conferência Kleber Medeiros de Oliveira Júnior, de 13 anos, observou que no trajeto feito de carro de sua cidade, São Miguel do Araguaia, até o local da conferência nacional, em Luziânia, a vegetação nativa do Cerrado foi substituída por extensas plantações de monoculturas.
“Quanto menos árvores tiver, mais vai ter o calor, porque essas árvores param de produzir o oxigênio, o que vai agravar o efeito estufa”, sentencia.
Kleber ainda lamenta a poluição do rio da localidade.&nbsp;
“Jogam muito lixo nas ruas, nos esgotos, e pensam que não vai acontecer nada. Mas o vento traz tudo para os rios, os peixes comem isso e acabam morrendo”, diz.
<h2>Mais experiente</h2>
Nas cinco edições anteriores, a conferência infantojuvenil envolveu milhares de pessoas. A 6ª edição, com o tema Vamos transformar o Brasil com educação e justiça climática, contabilizou mais 800 participantes, todos representantes das etapas preparatórias.
Uma das pessoas que acumula a experiência de outras conferências infantojuvenis pelo meio ambiente e que esteve em Luziânia esta semana é o cantor e compositor Francisco Gelmo Sousa, de 30 anos de idade. A primeira conferência da qual participou foi em 2006, aos 11 anos, como delegado representante de Itapajé, no Ceará.&nbsp;
O artista ainda passou pela experiência como integrante do coletivo de jovens facilitadores em outras edições da mobilização nacional e como organizador das etapas estaduais do evento. Nesta 6ª edição da conferência, na função de educador, ele foi o responsável por cuidar de jovens cearenses durante a viagem.&nbsp;
“É uma alegria enorme ver como essa conferência transforma a vida da gente, abre portas e desenha um presente e um futuro para a gente. Essa ligação com o ambiente sempre foi muito forte para mim”, afirmou.
<h2>Conferência transformadora</h2>
Outros gestores de educação presentes no evento, representando as delegações estaduais, apostam justamente no poder de transformação socioambiental das conferências, tanto na consciência sobre o futuro, nos hábitos atuais dos participantes jovens, assim como no combate à desinformação.
É o que destaca a servidora da Secretaria de Educação do Estado do Piauí Luana Batista, responsável pela delegação do estado.&nbsp;
“São projetos com o envolvimento da comunidade escolar que dão certo. Há uma mudança significativa nas atitudes, nos comportamentos e valores para melhorar a qualidade de vida do nosso cotidiano”, acredita.
Luana Batista percebe mudanças nos jovens que vivenciam as experiências das conferências que tratam de meio ambiente. “Essas mudanças de atitude tendem a melhorá-los. Até mesmo a fala deles, como protagonistas juvenis, dentro da sua comunidade escolar, em seu território”.
O representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, professor Alexandre Guimarães, presente pela primeira vez em uma conferência nacional, aposta no potencial da juventude para melhorar o planeta Terra.
“Os estudantes de 11 a 14 anos da Bahia foram muito engajados em todos os projetos desenvolvidos em suas escolas. Isso nos traz o alento de que essa transição geracional vai acontecer e será com qualidade, garantindo o futuro desse planeta que a gente tanto ama e quer bem”, disse.
A mobilização para a conferência alcançou 8.732 escolas em 2.307 municípios e reuniu delegações dos 26 estados e do Distrito Federal.
Na quarta-feira (8), os representantes dos estudantes do 6º ao 9ª ano do ensino fundamental de várias partes do Brasil, apresentaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministros a Carta Musical Raiz que Floresce, e entregaram a versão preliminar da Carta Compromisso das Crianças e Jovens pelo Futuro do Planeta, com o pacto das novas gerações pela construção de uma sociedade sustentável e solidária.&nbsp;
A versão final da carta será levada pelo governo do Brasil à COP30 [Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima], em Belém, a partir de 10 de novembro, como forma de reconhecer o protagonismo dos jovens na conscientização e no enfrentamento às mudanças climáticas.

6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA)

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Brasil Sustentável

Conferência inspira jovens a combaterem injustiça climática no Brasil

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na quarta-feira (8) uma carta-compromisso elaborada por estudantes com idades entre 11 e 14 anos, durante a VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (VI CNIJMA), em Luziânia (GO). A entrega do documento simbólico ocorreu na presença dos ministros Marina Silva, Camilo Santana e Márcio Macêdo. O compromisso assumido pelos jovens visa apoiar a construção de um país mais justo, solidário e sustentável, com ações que envolvem a preservação ambiental e a valorização da participação ativa da juventude.
A carta será levada à Cúpula de Líderes da COP30, que acontecerá em Belém (PA), nos dias 6 e 7 de novembro, um evento crucial para o futuro das políticas climáticas globais. Em seu discurso, Lula declarou que compartilhará o documento com os líderes de outros países, destacando a importância do gesto para evidenciar o papel das novas gerações na preservação do planeta. “O que vocês fizeram é um gesto (...) para que todos os presidentes do mundo vejam que a solução do planeta está nas oportunidades que a gente garantir de participação dos nossos filhos, dos nossos netos e da nossa juventude”, afirmou o presidente.
Além da carta, os jovens apresentaram a carta musical “Raiz que floresce”, que também será entregue no final da conferência, marcada para o dia 10 de outubro. Ambas as ações têm como inspiração a história guarani da “Terra sem males”, um símbolo de esperança e renovação. A conferência deste ano, que reuniu cerca de 800 participantes, é uma retomada após sete anos de interrupção e mobilizou mais de 2,2 milhões de pessoas em etapas anteriores do evento, abrangendo todo o território brasileiro.
Em seu pronunciamento, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a relevância do evento ao resgatar a participação social ativa, especialmente em temas ambientais. Ela afirmou que, se a conferência não tivesse sido realizada em 2003, o Brasil não teria alcançado o futuro sustentável que se busca agora. “O futuro nada mais é do que um pretexto para gente fazer as coisas no presente. Se em 2003 não tivéssemos feito a conferência, não teríamos esse futuro”, lembrou a ministra.
A conexão entre educação e ação climática foi igualmente enfatizada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, que defendeu a importância de envolver toda a comunidade escolar — alunos, professores e pais — em discussões sobre a mudança do clima. Para ele, a conscientização e a ação ambiental devem ser contínuas e presentes em todos os níveis de ensino. “Vocês fazem parte desse processo transformador de cuidar da nossa terra, do planeta e do meio ambiente”, destacou o ministro.
Já o secretário-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, sublinhou a relevância de preparar as futuras gerações para que possam enfrentar os desafios ambientais de forma eficaz e sustentada. “Preparar uma geração para que nós não tenhamos mais os problemas ambientais que temos nos dias atuais. Isso é fundamental”, reforçou Macêdo.
Na cerimônia, também esteve presente o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Joaquim Gonzalez-Aleman, que celebrou o engajamento dos jovens com a causa ambiental. A entrega da carta-compromisso, lida pelos estudantes Diogo Henrique Antunes e Ana Evangelista da Silva, expressou a união dos jovens em torno da defesa dos povos indígenas, quilombolas, agricultores familiares e a proteção da vida no planeta. “Assumimos que não existem problemas ambientais, mas sim apenas sintomas ambientais dos problemas causados pelos seres humanos. Nós não somos o futuro do Brasil, nós somos o presente e a transformação há de ser agora. O futuro é agora”, afirmou Antunes ao apresentar o compromisso.
A Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente foi idealizada pela ministra Marina Silva no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Ao longo dos anos, o evento já mobilizou mais de 20 milhões de pessoas em todo o Brasil. Este ano, a conferência se alinha aos esforços globais da COP30, com foco na ação climática e no fortalecimento de uma agenda ambiental colaborativa para o futuro do planeta.

Estudantes entregam a Lula carta-compromisso para um futuro sustentável

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quarta-feira (8), em Luziânia (GO), da 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (VI CNIJMA), evento que reuniu centenas de estudantes, professores e representantes de comunidades de todo o país. A conferência é considerada uma das principais iniciativas de educação ambiental e justiça climática no Brasil, estimulando o debate sobre mudanças climáticas e preservação da biodiversidade dentro das escolas.
O encontro mobilizou mais de 2,2 milhões de pessoas em quase 9 mil escolas espalhadas por 2.307 municípios. A etapa nacional, que ocorre até o dia 10 de outubro, conta com 800 participantes e reforça a importância da juventude como protagonista da agenda ambiental brasileira.
<h2>Lula: "a juventude é a solução para o planeta"</h2>
Durante a conversa com os estudantes, Lula ressaltou a importância da participação das novas gerações no enfrentamento da crise climática. “Temos condição de fazer com que a educação do clima não seja uma coisa eventual e faça parte sistematizada do dia a dia e da nossa cultura. Esta conferência é um exemplo disso. Se quase 3 mil municípios e os 27 estados envolveram milhões de crianças e milhares de professores, isso é uma revolução sendo feita”, afirmou.
O presidente destacou ainda que a experiência mostra um processo intergeracional. “A meninada não veio aqui para me ouvir, vieram para me ensinar como é que a juventude brasileira conhece a questão do clima”, disse.
<h2>Educação, transformação e consciência social</h2>
O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), enfatizou o impacto da pauta ambiental nas escolas. “Foi um ano inteiro de discussão nas escolas brasileiras, mas o tema tem que ser permanente e em todos os níveis escolares. É impressionante como filhos e filhas vão para a casa e mexem na consciência dos pais em relação ao meio ambiente”, destacou.
Já a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, celebrou os avanços recentes na redução do desmatamento: 46% na Amazônia, 25% no Cerrado e 77% no Pantanal. “Celebro a decisão corajosa do Brasil em ser o único país com o compromisso de desmatamento zero até 2030”, afirmou. Ela reforçou também a importância de aliar justiça ambiental e justiça social para garantir um futuro democrático e sustentável.
<h2>Preparação para a COP30 em Belém</h2>
A conferência infantojuvenil faz parte da preparação do Brasil para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA). Marina Silva ressaltou que o país pretende sediar o encontro como a “COP da Verdade, da Implementação e da Justiça Climática”.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT), lembrou que a retomada das conferências nacionais foi um pedido de Lula para fortalecer a participação popular. “Precisamos de uma sociedade socialmente justa e ambientalmente equilibrada. É fundamental que a escola trate dos temas ambientais para formar uma geração que não repita os problemas atuais”, declarou.
<h2>Diversidade e protagonismo infantojuvenil</h2>
A edição deste ano também reforça a pluralidade cultural e social do Brasil: 1.478 escolas da zona rural, 186 indígenas e 139 quilombolas participaram do processo, além de unidades localizadas em áreas de risco socioambiental e que atendem estudantes com deficiência.
Entre as produções apresentadas pelos jovens, destacam-se a Carta Compromisso e a Carta Musical “Raiz que Floresce”, inspiradas em uma lenda guarani e que simbolizam o engajamento das novas gerações na construção de um país mais justo, solidário e sustentável.

Lula: "a solução do planeta está na participação da nossa juventude"

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (8) que a juventude brasileira tem papel essencial na conscientização sobre a crise climática. A declaração foi feita durante a 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), realizada em Luziânia (GO).
Lula ressaltou que as novas gerações vivem um momento em que, pela primeira vez, possuem mais acesso ao conhecimento do que os mais velhos. O presidente destacou que a revolução digital e a avalanche de informações em tempo real transformaram a forma como crianças e adolescentes compreendem o mundo.
<h2>Lula fala em aprendizado com jovens</h2>
Em seu discurso, Lula reconheceu que os jovens têm mais domínio sobre questões atuais, especialmente no universo digital, mas frisou que a experiência dos mais velhos também traz ensinamentos importantes. “Hoje é um dia de aprendizado para nós que somos mais velhos. Vocês vieram aqui para me ensinar como a juventude brasileira conhece a questão do clima. Duvido que tenha no mundo um presidente que tenha tido o prazer que eu estou tendo hoje ouvindo a meninada do meu país”, afirmou.
O presidente também criticou a falta de valorização das riquezas naturais do Brasil em comparação ao estímulo ao turismo internacional. Ele defendeu que crianças e adolescentes conheçam a Amazônia, os rios e as tradições culturais nacionais, e não apenas destinos como a Disney.
“É preciso que a gente diga isso na escola, na televisão, e que o governo facilite para que a gente possa fazer viagens e levar as crianças. Isso é turismo, é desenvolvimento de conhecimento, é fazer com que a gente possa crer, ver aquilo que é nosso”, disse Lula.
<h2>Juventude no centro da COP30</h2>
A 6ª CNIJMA, que reúne cerca de 800 participantes, incluindo delegados infantojuvenis de 11 a 14 anos, professores e representantes de todo o país, serve como preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), marcada para Belém, em novembro do próximo ano.
As propostas elaboradas pelos jovens durante o encontro serão levadas ao Balanço Ético Global, que fará parte da agenda oficial da COP30. Para Marina, esta será a conferência da “implementação”, já que muitas decisões técnicas e políticas foram tomadas ao longo dos últimos 30 anos, mas ainda carecem de execução.
<h2>Mobilização nacional pelo clima</h2>
A etapa nacional da 6ª CNIJMA se estende até sexta-feira (10), com atividades culturais, oficinas, painéis e diálogos. De acordo com dados do Ministério da Educação, o processo de mobilização envolveu 8.732 escolas em 2.307 municípios. Entre elas, quase 1.300 estão em áreas de risco socioambiental, além de 186 escolas indígenas, 139 quilombolas e 158 voltadas a estudantes com deficiência.
O evento é organizado pelos ministérios da Educação (MEC) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a "VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA)", no Centro Técnico Educacional da CNTI, Luziânia-GO - 08/10/2025

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'Vocês me ensinaram como a juventude brasileira conhece a questão do clima', diz Lula em conferência

247 - O Flamengo visita o Juventude neste domingo (14), às 16h (horário de Brasília), em partida válida pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro Série A. O confronto acontece no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS). A equipe carioca chega embalada na liderança isolada da competição, somando 14 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas, com impressionantes 45 gols marcados e só 10 sofridos até agora. O Juventude, por outro lado, enfrenta uma fase difícil: está entre os últimos colocados, com 12 derrotas em 21 jogos, e luta contra o rebaixamento. <h3>Onde assistir e prováveis escalações</h3> A transmissão do jogo será feita exclusivamente pelo Prime Video, plataforma oficial que detém os direitos da partida. O Flamengo deve ir a campo com: Rossi; Emerson Royal, Danilo, Léo Pereira e Ayrton Lucas; Saúl, De la Cruz e Arrascaeta; Plata, Pedro e Samuel Lino. Já o Juventude deve apostar em: Jandrei; Reginaldo, Luan, Ángel e Marcelo Hermes; Caíque e Jadson; Gabriel Veron, Mandaca e Ênio; Gabriel Taliari. <h3>Histórico e expectativas</h3> Embora viva momento delicado, o Juventude pode se apoiar em um dado histórico favorável: o Flamengo não vence no Alfredo Jaconi desde 1º de outubro de 1997, quase 28 anos atrás, acumulando empates e derrotas em solo gaúcho, segundo a Veja. Para o time rubro-negro, a meta é manter a regularidade mesmo com desfalques após a pausa da Data Fifa. Já o Juventude terá de reforçar seu sistema defensivo para conter o ataque mais eficiente do campeonato e buscar pontos cruciais para sair da zona de risco. <h3>Repercussão nacional registrada pelo Google Trends</h3>  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250914150932_24c9e0487401e3a78f08b1ddf50092f80212e74f1237297d952de28e82216619.png" data-media-id="editor_0" data-image-id="20250914150932_24c9e0487401e3a78f08b1ddf50092f80212e74f1237297d952de28e82216619" data-rendition-name="original" width="1164" height="506" loading="lazy" alt="flamengo-juventude"><figcaption>Pesquisas relacionadas à partida entre Flamengo x Juventude neste domingo (14), de acordo com o Google Trends(Photo: Google Trends)Google Trends</figcaption></figure>  O duelo promete ser determinante para os rumos das duas equipes: o Flamengo defende a ponta da tabela, enquanto o Juventude encara a necessidade urgente de reação para não se complicar ainda mais no Brasileirão.

Gonzalo Plata e Giorgian de Arrascaeta celebram gol do Flamengo contra o Mirassol, no Maracanã - 09/08/2025 

Juventude recebe o Flamengo em duelo pelo Brasileirão; confira onde assistir ao jogo

247 - O Cruzeiro confirmou sua força como mandante ao golear o Juventude por 4 a 0, neste domingo (20), no Mineirão, consolidando-se na liderança isolada do Campeonato Brasileiro, agora com 33 pontos 
A torcida compareceu em peso — mais de 50 mil presentes –, e viu os anfitriões imprimirem amplo domínio sobre a partida, abalando ainda mais as chances do Juventude na competição.
O placar foi aberto por Christian, que aproveitou uma sobra na pequena área aos 38 minutos do primeiro tempo. No segundo tempo, Gabigol brilhou: aos cinco minutos, finalizou após assistência de Kaio Jorge; depois converteu pênalti sofrido pelo mesmo Kaio. Nos acréscimos, Eduardo fechou o placar com gol de cabeça aproveitando escanteio .&nbsp;
A vitória mantém o Cruzeiro invicto em 10 rodadas no Brasileirão.&nbsp;

Cruzeiro goleia o Juventude no Mineirão por 4 a 0 - 20/07/2025

Cruzeiro goleia o Juventude e se isola na liderança do Brasileirão

247 - O vício em apostas online tem interferido diretamente no acesso à educação superior no Brasil. Segundo levantamento da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), realizado em parceria com a consultoria Educa Insights, 34% dos jovens brasileiros entre 18 e 35 anos adiaram o início da graduação em 2025 por conta de gastos com apostas em plataformas conhecidas como "bets" — entre elas o popular “jogo do tigrinho”. Os dados foram divulgados pelo portal<a href="https://educacao.uol.com.br/noticias/2025/07/09/jovens-adiaram-graduacao-devido-gastos-com-bets-pesquisa.htm"> UOL </a>nesta terça-feira (9).
O impacto é ainda mais severo nas regiões Nordeste e Sudeste, onde os índices sobem para 44% e 41%, respectivamente. Entre os jovens das classes D e E — cuja renda familiar gira em torno de R$ 1 mil —, 43% afirmam que precisarão abandonar os gastos com apostas para iniciar um curso superior em 2026. Entre os jovens da classe A, com renda média de R$ 26,8 mil, o número cai para 22%.
A pesquisa ouviu 11.762 pessoas entre os dias 20 e 24 de março. Para o diretor-geral da Abmes, Paulo Chanan, os dados revelam um cenário preocupante. “O impacto das bets vai além da captação de novos alunos, afeta a permanência dos que já estão matriculados”, afirma. Segundo ele, a evasão provocada pelas apostas é uma realidade crescente nas universidades. “A crescente popularização das bets impacta justamente o público-alvo da educação superior: brasileiros de 18 a 35 anos.”
Além de impedir o início dos estudos, as apostas também comprometem a permanência de quem já está na universidade: 14% dos alunos afirmaram ter atrasado o pagamento das mensalidades ou precisaram trancar a matrícula por causa do vício em bets. No Nordeste, esse índice sobe para 17%.
Com base nos dados, a Abmes estima que cerca de 986 mil potenciais universitários devem ficar de fora das instituições de ensino superior neste ano. O motivo principal é o comprometimento da renda desses jovens com os sites de apostas, que hoje dominam o tráfego online no Brasil — já são o segundo maior destino da internet, atrás apenas do Google, superando até YouTube e WhatsApp.
A pesquisa também revela que o problema se estende para outros aspectos da vida cotidiana. Entre os entrevistados, 24% afirmaram que deixaram de investir em academias ou atividades físicas para gastar com apostas, enquanto 28% disseram ter abandonado momentos de lazer, como idas a bares e restaurantes, por preferirem usar o tempo e o dinheiro nas plataformas de betting.
A crescente influência das apostas levou à instalação de uma CPI das Bets no Senado, que apurou os efeitos econômicos e sociais do setor. Influenciadores digitais populares, como Virgínia Fonseca, foram ouvidos. A relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), chegou a pedir o indiciamento de alguns deles, mas o relatório final foi rejeitado. Ainda assim, Soraya alertou: “Se por um lado observamos um crescimento expressivo entre a população mais pobre e vulnerável, por outro, chama a atenção o número crescente de jovens, muitos com acesso à informação e ao ensino superior, que estão sucumbindo ao vício.”
A Abmes evita adotar uma posição contra a regulamentação das apostas, mas defende a criação de políticas públicas de controle, conscientização e responsabilidade. A entidade propõe que o problema seja enfrentado com base em dados e discutido tanto no meio educacional quanto político.
Enquanto isso, no Congresso, segue sem previsão a votação do projeto que pretende legalizar cassinos, jogo do bicho e bingos no Brasil. A proposta não aborda diretamente as apostas online, que, para muitos senadores, representam uma ameaça ainda maior. Como afirmou Soraya Thronicke: “Considero o cassino físico menos prejudicial do que o online, que fica 24 horas disponível nas casas de todos os brasileiros.”

Laís Gouveia

Brasil

Vício em bets adia graduação de 34% dos jovens em 2025, revela pesquisa com universidades

247 - 2 milhões de adolescentes e jovens de 14 a 29 anos atuam em empregos verdes no Brasil, o equivalente a 30% de todos os brasileiros que trabalham nesse setor. É o que aponta o relatório “Habilidades e empregos verdes para adolescentes e jovens no Brasil”, lançado nesta quarta-feira (25) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por meio da iniciativa 1 Milhão de Oportunidades, em parceria com a Plan Eval. Para fortalecer a participação da juventude no setor, o Unicef também lançou um <a href="https://1mio.com.br/seu-papel-crise-climatica">curso online e gratuito </a>sobre como lidar com a crise climática.&nbsp;
O estudo identificou um total de 6,8 milhões de empregos verdes no Brasil, que correspondem a quase nove de cada 100 vínculos empregatícios registrados no país. O cálculo considera ocupações que preservam, promovem ou restauram ambientes limpos, saudáveis e sustentáveis, em uma tradução e adaptação para o contexto brasileiro da definição internacional sobre o tema.&nbsp;
O documento mostra uma oportunidade para que governos e empresas acelerem a transição ecológica, promovam o desenvolvimento socioeconômico e criem oportunidades de inclusão ao investir na formação de profissionais para atuar no setor sustentável. Porém, apesar de esforços crescentes para incluir habilidades verdes na educação profissional, essa oferta ainda é limitada e concentrada em regiões específicas, como os grandes centros urbanos. Isso significa que muitos adolescentes e jovens seguem excluídos de conquistar o conhecimento que os levará a acessar empregos verdes.&nbsp;
“É preciso educar crianças, adolescentes e jovens para promover e viver uma vida sustentável, e isso inclui a participação na economia verde. Estamos diante de uma oportunidade de incluir de forma sistemática nos currículos educacionais brasileiros a educação ambiental e de expandir a educação profissional, para que a juventude adquira as habilidades profissionais necessárias para conseguir esses empregos e liderar o desenvolvimento sustentável no País”, diz Mônica Pinto, chefe de Educação do Unicef no Brasil.&nbsp;
Em um mercado de trabalho com altos níveis de informalidade, como é o caso do Brasil, essa educação precisa ainda integrar treinamentos não formais e validar competências adquiridas na prática ou desenvolvidas por comunidades tradicionais, como os saberes e experiências de povos indígenas, por exemplo.&nbsp;
Empregos verdes - Além de analisar a quantidade e a distribuição dos empregos verdes no Brasil, a publicação destacou o potencial para inclusão socioprodutiva de adolescentes e jovens que setores como a agroecologia, as cadeias de produção florestal, a gestão de resíduos, a reciclagem, o saneamento e a geração de energias renováveis possuem.&nbsp;
Segundo o estudo, os empregos verdes atualmente ocupados no país estão dispersos de forma desigual no território brasileiro, com poucos municípios tendo uma alta concentração dessas vagas. As quase 7 milhões de vagas do setor estão principalmente nos grandes centros urbanos: essas cidades reúnem 53% das vagas sustentáveis, apesar de terem só 43% de todos os vínculos empregatícios do Brasil.&nbsp;
Outro achado foi que mais homens do que mulheres ocupam vagas de empregos verdes. Enquanto trabalhadores do sexo masculino representam 60,5% dessa força de trabalho no Brasil, as mulheres são 39,5%. Na faixa etária de 14 a 29 anos, a desigualdade é um pouco menor, de 56,1% (homens) em comparação a 43,8% (mulheres).&nbsp;
O estudo também faz uma comparação entre grandes cidades, e identificou Cuiabá (MT), Florianópolis (SC) e Rio Branco (AC) como as capitais que possuem os maiores porcentuais de empregos verdes no Brasil, com cerca de 20% de seus vínculos empregatícios sendo sustentáveis. &nbsp;
Percepções da juventude - O relatório escutou adolescentes e jovens de diferentes regiões do Brasil para compreender o que pensam sobre sua participação no mercado de empregos verdes. A dificuldade de acessar cursos sobre sustentabilidade e de conseguir empregos formais na área foram os temas mais abordados pelos grupos focais realizados, com a discriminação por raça, gênero ou etnia sendo outro fator que adolescentes e jovens dizem influenciar a entrada e permanência no setor.&nbsp;
“Está claro que os adolescentes e os jovens querem acessar empregos sustentáveis e dignos, mas têm dificuldade de se capacitar e se candidatar. Isso é ainda pior para aqueles sem experiência, que vivem em cidades pequenas ou em maior situação de vulnerabilidade. Por isso, empresas e governos devem atuar juntos para expandir programas de capacitação, de orientação e mentoria profissional, adotar políticas afirmativas e abrir as portas da economia verde para os jovens”, diz Mônica Pinto.&nbsp;
A participação de adolescentes e jovens no mercado de trabalho verde é ainda mais relevante considerando que são eles os mais impactados pelos efeitos das mudanças climáticas. “Como são os que mais sofrem com a crise climática, é um princípio de justiça intergeracional que as crianças, adolescentes e jovens se beneficiem das soluções pensadas para essa crise. E parte dessa solução é a participação digna em uma economia de baixo carbono”, afirma Danilo Moura, especialista em Clima e Meio Ambiente no Unicef. &nbsp;
Recomendações - Com base na quantidade e distribuição de empregos verdes no Brasil, nas políticas públicas brasileiras de transição ecológica e na escuta de adolescentes e jovens, o Unicef recomenda que governos e empresas:&nbsp;
<ul>
 <li>Ampliem o acesso à educação e à capacitação profissional voltada para o mercado verde, em especial em regiões interioranas e cidades metropolitanas;&nbsp;</li>
 <li>Implementem políticas de ações afirmativas nos processos de contratação para jovem aprendiz, estágios e vagas de emprego e nos processos de formação técnica, para aumentar a participação de minorias em ocupações verdes.&nbsp;</li>
 <li>Ampliem o acesso e subsídio para transporte e mobilidade de adolescentes e jovens de regiões periféricas e municípios de pequeno e médio porte, facilitando o acesso a entrevistas de emprego, capacitações e treinamentos sobre empregabilidade verde;&nbsp;</li>
 <li>Incentivem a conectividade à Internet para adolescentes e jovens, apoiando o acesso aos processos formativos a distância e facilitando a candidatura a vagas de trabalho;&nbsp;</li>
 <li>Criem e implementem programas de orientação e aconselhamento profissional para adolescentes e jovens, especialmente em setores sustentáveis.&nbsp;</li>
</ul>
Sobre os dados - O cálculo de empregos verdes no país foi feito com dados de 2022 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), e considerou em especial empregos que promovem a economia circular, adotam processos de baixa emissão de gases do efeito estufa ou operam com rígidos controles ambientais. Isso inclui uma gama de vagas, incluindo – mas não se restringindo a – a reciclagem e reutilização de materiais, o setor de eficiência energética, a geração de energia limpa e setores como saneamento básico. Das 673 classes de trabalho disponíveis no CNAE, 69 foram classificadas como atividades verdes.&nbsp;
Sobre o 1 Milhão de Oportunidades (1MiO) - O 1MiO é uma iniciativa do Unicef, em parceria com governos, empresas privadas, organizações da sociedade civil e agências da ONU. A iniciativa tem como objetivo proporcionar a jovens e adolescentes de 14 a 29 anos, em situação de vulnerabilidade, acesso a oportunidades de ensino de qualidade, habilidades digitais, conexão com a internet, participação cívica, treinamento profissional e empregabilidade, por meio de programas de aprendizagem, estágio e emprego. Para esta iniciativa, o Unicef conta com a parceria estratégica de Silatech, Iberdrola, Microsoft e Accenture.

Brasil: 2 milhões de adolescentes e jovens estão em empregos verdes, aponta Unicef

247 - O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), realizou nesta terça-feira (20) uma operação para investigar o atacante Ênio, de 24 anos, jogador do Juventude, por suspeita de envolvimento em esquema de manipulação de resultados em partidas da Série A do Campeonato Brasileiro. A ação também atinge outros investigados e foi solicitada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), informa a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2025/05/ministerio-publico-faz-operacao-contra-jogador-do-juventude-por-suspeita-de-manipulacao-de-resultados.shtml?utm_source=bluesky&amp;utm_medium=social&amp;utm_campaign=bskfolha">Folha de S. Paulo</a>.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão: um na residência do atleta e outro no estádio Alfredo Jaconi, especificamente no armário pessoal do jogador. A operação tem como objetivo reunir provas relacionadas aos crimes de organização criminosa e estelionato, em um contexto de manipulação de apostas esportivas que, segundo o MP, "prejudicaram centenas de pessoas para favorecer algumas".
Clube colabora e acompanha investigação - Em nota oficial, o Esporte Clube Juventude confirmou que foi informado da ação do Gaeco e que colaborou com o fornecimento de todos os acessos solicitados, tanto no estádio quanto no centro de treinamento. A direção da equipe destacou que "permanece atenta aos desdobramentos da ação" e reforçou seu "total interesse em acompanhar o completo esclarecimento dos fatos".
A defesa de Ênio ainda não havia sido localizada até a publicação da matéria.
Apostadores teriam informações privilegiadas - De acordo com as investigações, o suposto esquema envolvia informações privilegiadas sobre momentos específicos em que o jogador receberia cartões amarelos, o que despertou alertas em plataformas de apostas. O primeiro indício surgiu ainda na estreia do Juventude na Série A, em partida contra o Vitória. O segundo alerta ocorreu em 10 de maio, no jogo contra o Fortaleza.
Após esse segundo episódio, o clube gaúcho voltou a se manifestar publicamente, reafirmando seu "total e irrestrito compromisso com a integridade" e anunciando que adotaria medidas internas. Desde então, Ênio foi afastado e não participou do jogo seguinte, contra o Fluminense, no último domingo (18).
Atleta nega irregularidades - Na ocasião do primeiro alerta, Ênio usou suas redes sociais para negar qualquer conduta imprópria. “Sempre tive uma conduta correta e trabalhei muito ao longo dos anos para voltar a um clube da Série A”, afirmou o jogador na época.
Na temporada 2025 do Campeonato Brasileiro, o atacante já recebeu cinco cartões amarelos. O Gaeco segue investigando o caso em conjunto com a CBF para verificar a existência de um esquema maior envolvendo casas de apostas e a manipulação de eventos esportivos.

Ministério Público faz busca e apreensão contra Ênio, atacante do Juventude

247 - Os políticos estão assumindo um papel cada vez mais próximo ao de influenciadores digitais entre os jovens latino-americanos, especialmente aqueles que se destacam nas redes sociais. Essa percepção, segundo um estudo realizado pelo InternetLab e divulgado pela <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/12/politicos-sao-encarados-por-jovens-como-influenciadores-com-destaque-na-direita.shtml">Folha de S. Paulo</a>, pode moldar expectativas sobre como os políticos devem agir e responder às demandas da sociedade, influenciando a forma como os jovens encaram o tempo e as dinâmicas da política. &nbsp;
A pesquisa, que envolveu mais de 350 jovens de 16 a 24 anos do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México, foi realizada em três etapas ao longo de 2023 e 2024. Além dos questionários iniciais, foram realizados grupos focais e entrevistas com influenciadores e especialistas da indústria digital. O levantamento mapeou influenciadores políticos que utilizam estratégias típicas das redes sociais, como memes, lives e até danças no TikTok, para engajar seu público. &nbsp;
Direita domina preferências no Brasil, Chile e Argentina - Enquanto nomes da direita, como Jair Bolsonaro (PL), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Javier Milei, lideram entre os jovens no Brasil, Chile e Argentina, políticos progressistas, como Gabriel Boric (Chile) e Claudia Sheinbaum (México), são mais citados na Colômbia e no México. No caso brasileiro, Bolsonaro e Nikolas Ferreira aparecem como os únicos políticos citados espontaneamente entre os 85 influenciadores mais seguidos pelos jovens. &nbsp;
Embora Lula (PT) seja mencionado em perguntas fechadas por 42% dos entrevistados, ele não aparece entre os citados espontaneamente, indicando que sua presença nas redes sociais pode ser percebida de forma distinta, sem o apelo de um "influenciador". &nbsp;
Segundo Ester Borges, coordenadora do InternetLab, "políticos que acabam mais populares entre os jovens são aqueles que oferecem respostas aos anseios de um público que está pessimista em relação à política e à economia".&nbsp;
O impacto da mídia social na percepção política - A pesquisa destaca que políticos como o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, são admirados por sua capacidade de se conectar diretamente com a população por meio das redes sociais, dispensando os grandes meios de comunicação. Para muitos jovens, Bukele simboliza uma liderança "moderna, jovem e autêntica". &nbsp;
Contudo, o Brasil enfrenta um cenário de "fadiga política", especialmente entre jovens desiludidos com a polarização. Quase 40% dos entrevistados no país afirmaram preferir evitar discussões políticas nas redes, enquanto outros 29% acreditam que esses debates ajudam a formar opiniões. &nbsp;
O desafio da autenticidade e da imediatidade - O estudo também aponta para uma tensão entre a dinâmica das redes e a natureza da política. Para os jovens, a coerência comportamental dos influenciadores é essencial, sendo associada à autenticidade. Mudanças de posicionamento político podem ser vistas como manipulação, o que dificulta a compreensão de negociações que são parte intrínseca do cenário político. &nbsp;
Comparar políticos a influenciadores pode trazer implicações, como a busca por uma política cada vez mais "imediatista", alerta Borges. Isso reflete uma possível desconexão entre o tempo acelerado das redes sociais e os processos mais complexos da política tradicional. &nbsp;&nbsp;&nbsp;
O estudo conclui que, embora a "política moderna" representada por influenciadores atraia os jovens, ela também carrega desafios relacionados à compreensão das nuances e complexidades do jogo político. Ao buscar soluções rápidas e imediatas, a geração jovem pode reforçar expectativas desalinhadas com a realidade da política tradicional.

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