247 - O Instituto Marielle Franco (IMF) apresentou, nesta quarta-feira (27), no salão nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, a pesquisa inédita “Regime de ameaça: a violência política de gênero e raça no âmbito digital (2025)”. O levantamento, divulgado pelo próprio Instituto, revela a dimensão e a gravidade dos ataques virtuais sofridos por mulheres negras no campo político brasileiro.
Segundo os dados, obtidos a partir de atendimentos e monitoramentos realizados pelo IMF em parceria com organizações como Instituto Alziras, AzMina, Vote LGBT, Internet LAB, Justiça Global e Terra de Direitos, a violência política digital é sistêmica, coordenada e tem como alvo preferencial mulheres negras, cis, trans e travestis, além de parlamentares, candidatas, ativistas, periféricas e defensoras de direitos humanos.
Entre os casos mapeados, 71% das ameaças envolvem morte ou estupro, e em 63% delas há referência direta ao assassinato de Marielle Franco. O feminicídio político da vereadora carioca se tornou, assim, um instrumento simbólico de intimidação contra mulheres negras que ocupam ou disputam espaços de poder.
“A violência que atinge cada uma delas é também uma violência contra a democracia. São mulheres que carregam, na vida e na luta, a base que sustenta este país – mas seguem invisibilizadas”, destacou Luyara Franco, diretora executiva do IMF e filha de Marielle.
O relatório também propõe medidas concretas para enfrentar o problema. Entre elas está a criação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça, que deve envolver ações articuladas entre Estado, Legislativo, sociedade civil e plataformas digitais.
Para Luyara Franco, o estudo comprova que a violência política digital contra mulheres negras não pode ser vista como casos isolados, mas como parte de um sistema estruturado para afastar essas mulheres da vida pública. “Queremos que esta publicação sirva de base para ações concretas de proteção e para responsabilizar agressores e plataformas digitais. Nosso compromisso é com a memória, a justiça e a construção de um país em que as mulheres possam existir e disputar espaços políticos sem medo”, afirmou.

Redação Brasil 247

Violência: mulheres negras com pouca renda convivem com agressores

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Brasil

Violência política digital contra mulheres negras atinge nível alarmante, aponta pesquisa do Instituto Marielle Franco

247 - No dia 27 de julho, data que marca o nascimento de Marielle Franco, o Instituto Marielle Franco participa da Marcha Estadual das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, ao lado de familiares, militantes e diversas organizações do movimento negro. O ato é parte da mobilização nacional rumo à Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontece em novembro, em Brasília.
A data carrega grande significado para a família de Marielle. "O dia 27 sempre foi um dia de muita luta, mas também de muita festa, desde sempre. Primeiro é aniversário da Mari, aniversário de casamento da minha mãe. E hoje a gente celebra à frente do Instituto, à frente do Ministério da Igualdade Racial. Mas a família da Mari é essa essência que vem desde quando a gente ainda era criança. Então, é importante a gente estar aqui hoje, com um monte de mulher preta lutando, gritando por resistência - é isso que faz valer a pena. A gente sabe o que é estar de todos os lados da trincheira, e hoje a gente não podia deixar de estar aqui", declarou Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.
Luyara Franco, filha de Marielle e diretora executiva do Instituto, também reforçou o simbolismo do dia: " Estou aqui com a minha avó na Marcha Estadual das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, no dia 27 de julho, que é tão simbólico pra gente. Seria o aniversário da minha mãe, quando ela completaria 46 anos de vida - e boa parte dessa vida foi dedicada às lutas que nos unem hoje. Então, estar aqui é muito simbólico pra gente, reafirmando o nosso compromisso: o compromisso com as mulheres negras, rumo a Brasília em novembro, com a marcha por reparação e a luta pelo bem viver."
Dona Marinete Silva, mãe de Marielle, destacou a importância de ocupar as ruas em memória da filha e em defesa da vida das mulheres negras: "Estamos nas ruas para falar sobre a importância desse dia. Marielle faria aniversário hoje, então é um dia muito simbólico pra gente &nbsp;enquanto família, enquanto 'Marielle Vive' na vida de cada uma dessas mulheres. Estamos celebrando a vida, e celebrar a vida é estar nas ruas, na marcha rumo a Brasília."

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No aniversário de Marielle Franco, Instituto participa da Marcha das Mulheres Negras no Rio

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