247 - A Ferrovia Transnordestina entra em uma nova fase neste mês de outubro com o início da operação experimental, etapa que marca o avanço de um dos maiores projetos de infraestrutura do país. &nbsp;Durante o período de testes, serão transportadas cargas como soja, milho, farelo de soja e calcário entre os municípios de Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE), dando início à operação que deverá, em 2027, conectar 1.061 quilômetros de ferrovia entre Ceará, Pernambuco e Piauí.
<h2>Avanço das obras e investimento bilionário</h2>
A primeira etapa da Transnordestina já alcançou 76% de avanço físico. Seis lotes estão em execução e outros dois ainda serão contratados. O projeto é financiado pela Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI), órgão ligado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
O investimento total é de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 4,4 bilhões são recursos diretos do Governo Federal. Outros R$ 3,6 bilhões vêm do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), conforme termo aditivo assinado em 2024 que prevê desembolsos até 2027.
<h2>Integração com portos e outras ferrovias</h2>
A conexão da ferrovia com os portos e outros modais logísticos será um dos principais ganhos do projeto. Segundo o secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, “a partir do momento que essa ferrovia chegar ao Porto do Pecém, ela ganhará uma nova escala, e, inclusive, mais oportunidades para viabilizarmos outras expansões — como é o caso do Porto de Suape, em Pernambuco, e uma interligação com a Ferrovia Norte-Sul”.
<h2>Terminais logísticos impulsionarão o transporte de cargas</h2>
A Transnordestina contará com seis terminais logísticos ao longo dos 1.750 km de extensão total. Dois já estão em construção — o Terminal Intermodal do Piauí e o Terminal Logístico de Iguatu, no Ceará — enquanto os demais ainda terão localização definida.
Esses terminais devem facilitar o escoamento da produção agrícola e mineral, reduzindo custos e ampliando a competitividade do Nordeste no mercado nacional e internacional.
<h2>Transformação econômica e social no semiárido</h2>
De acordo com Tavares, os impactos da ferrovia vão além da logística. “A Transnordestina passa também por essa região, no coração do semiárido, onde esperamos um crescimento estimado anual de R$ 7 bilhões. Será muita transformação”, destacou.
A expectativa é que o empreendimento gere crescimento econômico, novos empregos e maior integração regional, atuando em sinergia com outras iniciativas do MIDR, como a Transposição do Rio São Francisco e projetos de segurança hídrica e irrigação.

Paulo Emilio

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Nordeste

Ferrovia Transnordestina atinge 76% das obras e inicia testes este mês

247 - O Brasil vive um dos períodos mais intensos de investimentos em infraestrutura de sua história recente, com mais de R$ 260 bilhões movimentados em 2025. O ritmo, porém, pode perder força caso o país mantenha o atual nível de juros, avalia Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES.
Em entrevista ao C-Level Entrevista, da <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/10/juros-precisam-cair-para-brasil-manter-superciclo-de-infraestrutura-diz-diretora-do-bndes.shtml">Folha de S.Paulo</a>, a executiva disse que há espaço para iniciar a redução das taxas ainda este ano. “Não dá para crescer tanto o investimento em infraestrutura com o nível que [o juro] está. O Brasil tem uma das taxas reais mais altas do mundo e ela é uma concorrente direta do nosso investimento”, afirmou.
<h2>Ciclo de infraestrutura em risco</h2>
Luciana Costa considera que o atual ciclo de expansão do setor é sólido, sustentado por segurança jurídica e avanços regulatórios. “Não é um voo de galinha, porque o país vem amadurecendo os marcos regulatórios nos vários setores de infraestrutura. O investidor internacional enxerga o Brasil como um lugar onde os contratos são honrados”, destacou.
Ela observa, contudo, que a entrada de fundos de investimento muda o perfil das demandas. “Alguns setores, como o de mobilidade urbana, precisam ter uma regulação melhor. Os investidores desses fundos cobram retorno mais rápido e o país precisa se adaptar a essa nova realidade”, explicou.
<h2>Juros e custo do capital: o grande obstáculo</h2>
A diretora destaca que o maior desafio para sustentar o ritmo dos investimentos é o custo do dinheiro. “O grande insumo, a grande variável de investimento de infraestrutura é taxa de juros. É o custo do dinheiro. Mais do que regulação e segurança jurídica”, pontuou.
Para ela, o momento exige ação imediata do Banco Central. “Acho que está na hora de reduzir, sim, a taxa de juros. A inflação está sob controle e não vejo por que manter o patamar atual”, completou.
<h2>Equilíbrio financeiro e relação com o governo</h2>
Luciana Costa também comentou sobre a política de dividendos do BNDES e o diálogo com o Ministério da Fazenda. “Tem uma negociação muito justa de quanto a gente vai pagar de dividendos sem comprometer o balanço do BNDES. O presidente [Aloizio] Mercadante é muito próximo do ministro Fernando Haddad, e isso garante bom diálogo”, afirmou.
<h2>Inovação e nova economia</h2>
O braço de participações do banco, o BNDESPar, voltou a investir em empresas inovadoras. “Nós fizemos dois investimentos: um na Eve, da Embraer, e outro em uma empresa de bioinsumo. São duas vertentes da nova economia”, disse.
Ela acrescenta que o objetivo é preencher lacunas de mercado: “O BNDESPar vai colocar dinheiro em empresas para tentar fechar gaps de mercado, seja investindo diretamente, seja por meio de fundos.”
<h2>Projetos sustentáveis e legado para a COP30</h2>
Com foco na sustentabilidade, o banco aprovou R$ 14 bilhões em empréstimos para o Pará, com o objetivo de deixar um legado para Belém, sede da COP30. “Nossa grande preocupação é deixar um legado para a cidade. Belém sofre muito com alagamentos e enchentes. Estamos investindo mais de R$ 800 milhões em obras de macrodrenagem e mobilidade urbana”, disse Costa.
Ela também destacou a maior chamada de investimentos climáticos da história do banco: “São R$ 5 bilhões que o BNDES vai alocar em fundos geridos por gestores privados, locais e internacionais. Para cada real colocado, o mercado terá que trazer mais três.”
<h2>Obras avançadas e perspectivas positivas</h2>
A diretora afirma que o andamento das obras é satisfatório. “Na macrodrenagem, tem obra que já está 97% concluída. A gente não espera atrasos significativos”, concluiu.

Economia

Diretora do BNDES diz que ‘está na hora de reduzir a taxa de juros no Brasil’

247 - A China está prestes a inaugurar neste mês a ponte mais alta do planeta, a Ponte do Grande Cânion Huajiang, erguida na província de Guizhou. Segundo a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/09/china-vai-inaugurar-ponte-mais-alta-do-mundo-em-nova-investida-em-infraestrutura-veja-fotos.shtml">Folha de S.Paulo</a>. A megaestrutura atinge 625 metros de altura — quase o dobro da Torre Eiffel — e se estende por 2,9 quilômetros sobre um profundo cânion conhecido como “fenda da Terra”.
Segundo a agência estatal Xinhua, a obra passou por rigorosos testes de carga em agosto e será aberta ao tráfego ainda neste mês. A nova ligação encurtará drasticamente o trajeto entre os condados de Guanling e Zhenfeng, onde vivem cerca de 600 mil pessoas, reduzindo o tempo de viagem de duas horas para apenas dois minutos. O projeto, iniciado em 2022, representa mais um marco da estratégia chinesa de transformar grandes obras em motores de crescimento e símbolos de prestígio político.
<h2>Símbolo de poder e tecnologia</h2>
O People’s Daily, jornal oficial do Partido Comunista, celebrou a inauguração como um novo “milagre chinês” e destacou que a ponte simboliza a “velocidade e sabedoria de Guizhou”. Para especialistas, trata-se de uma vitrine de poder. “O Partido Comunista acredita em erguer projetos enormes para impulsionar a economia e reforçar o prestígio político”, analisou Dan Wang, pesquisadora da Hoover Institution, em Stanford.
O engenheiro-chefe Liu Hao, de 42 anos, expressou orgulho pela conquista. “Inúmeros engenheiros como eu tiveram a sorte de viver a era dourada da infraestrutura de transporte da China”, afirmou. Ele já supervisionou seis outras megapontes na região e revelou planos pessoais: “Quando a ponte abrir, vou trazer minha filha para mostrar a ela com orgulho: ‘esse é mais um megaprojeto que seu pai e tantos outros realizaram juntos’”.
<h2>Desafios e inovações</h2>
A obra enfrentou condições extremas, como encostas íngremes e ventos fortes. Para aumentar a segurança, os engenheiros adotaram um arco mais leve, reduzindo em 30% o peso da estrutura. Além da função de transporte, o projeto aposta no turismo: a ponte contará com um elevador panorâmico de 213 metros, um mirante e um caminho de vidro de quase 1 quilômetro para pedestres, segundo a emissora estatal CCTV.
“O que fazemos é preencher lacunas e fortalecer os pontos fracos da malha viária”, destacou Li Mingshui, professor de engenharia civil da Universidade de Jiaotong, em Chengdu, ao comparar a realidade chinesa com a dos Estados Unidos, que já têm uma rede rodoviária consolidada.
<h2>Estratégia nacional de infraestrutura</h2>
A nova ponte se soma a outras obras monumentais já entregues pelo país, como a Ponte Beipanjiang, inaugurada em 2016 a 565 metros de altura, e a Hangzhou Bay Bridge, a mais longa sobre o oceano aberto, com 35 quilômetros de extensão.&nbsp;
Os megaprojetos seguem como prioridade. Um relatório da consultoria McKinsey de 2023 apontou que a expansão da infraestrutura foi o principal motor do crescimento chinês nas últimas quatro décadas.
O presidente Xi Jinping mantém a defesa de uma “ofensiva abrangente” de infraestrutura como peça-chave da recuperação econômica pós-pandemia. Em agosto, o premiê Li Qiang reforçou que grandes obras devem servir de “exemplo e motor” para estimular investimentos e consumo. Guizhou, uma das províncias mais pobres e montanhosas do país, tornou-se vitrine dessa estratégia ao reunir modernos aeroportos, rodovias e agora algumas das pontes mais impressionantes do mundo.
Como resumiu o pesquisador Dan Wang, a opção por grandes obras revela uma escolha política: “Em vez de distribuir recursos diretamente à população, os líderes em Pequim preferem canalizá-los para erguer projetos monumentais”.

Guilherme Levorato

Ponte do Grande Cânion Huajiang, em Guizhou

Mundo

China inaugura a ponte mais alta do mundo em Guizhou

Reuters - As aprovações de recursos do BNDES para infraestrutura esse ano devem alcançar ao menos R$ 80 bilhões, disse nesta segunda-feira a diretora do banco para a área, Luciana Costa.
Segundo ela, o banco está fazendo um esforço para igualar o patamar de 2024 uma vez que os juros mais altos já começam a afetar a demanda por recursos do banco.
Costa vê a postergação de projetos na área de energia, especialmente aqueles que envolvem novas tecnologias. "Esses projetos são mais desafiadores", afirmou ela. "Com a Selic mais alta, alguns projetos atrasam. Os projetos que têm que cumprir capex porque são concessão não têm opção. Mas os de eficiência energética podem escorregar por conta da Selic", acrescentou.
No primeiro trimestre deste ano, as aprovações de crédito do BNDES somaram R$ 33,3 bilhões, aumento de 35% em relação ao mesmo período de 2024 e de 158% sobre 2022.
O volume cresceu em todos os setores, com destaque para o aumento de 100% na infraestrutura em comparação com 2024, para R$ 13,2 bilhões. Entre os projetos aprovados, R$ 7,3 bilhões foram para a Ecorodovias investir em três rodovias federais (trechos da BR-116, BR-465 e BR-493) entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais. E o apoio de R$ 2,4 bilhões para a expansão da Linha 2-Verde do metrô de São Paulo (SP).
O banco aguarda ainda esse ano mais R$ 10 bilhões do Tesouro Nacional para abastecer o Fundo Clima a partir da emissão de bonds tidos como "verdes", disse Costa. "Falta a Fazenda liberar."

BNDES deve aprovar R$ 80 bi em crédito para infraestrutura este ano

Por Cui Xingyu, repórter da CGTN, especial para o Brasil 247 – Ao longo da última década, China e América Latina construíram uma parceria dinâmica marcada pelo aprofundamento da cooperação econômica, intercâmbios culturais e compreensão mútua. Desde o lançamento do Porto de Chancay, no Peru — um polo logístico crucial que conecta a região da Ásia-Pacífico — até a construção da Linha 1 do Metrô de Bogotá, o primeiro projeto ferroviário da Colômbia, a ambição compartilhada entre os dois lados tem se traduzido em avanços concretos no terreno. E além da infraestrutura, são as experiências vividas por indivíduos que realmente fortalecem esse vínculo crescente. Através de suas jornadas pessoais, vemos como duas regiões geograficamente distantes podem — e estão — construindo conexões significativas. <h3>O vínculo vitalício de um acadêmico brasileiro com a China</h3> Para Evandro Menezes de Carvalho, chefe do Grupo de Pesquisa Brasil-China na Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, a China é mais que um objeto de estudo. Sua conexão com o país começou em 2013. Movido por uma profunda curiosidade sobre sistemas jurídicos diferentes e pelo crescente interesse no maior parceiro comercial do Brasil, Carvalho chegou a Xangai como pesquisador visitante. Sua estadia de três anos lhe proporcionou uma visão radicalmente distinta da China em relação àquela frequentemente retratada pela mídia ocidental. O que começou como uma investigação acadêmica logo se transformou em um engajamento profundo com a sociedade, cultura e governança chinesas. Desde então, Carvalho retornou com frequência à China, e cada visita enriqueceu ainda mais sua compreensão sobre o país. Em 2023, passou quase um ano na Universidade de Pequim, aprofundando suas pesquisas e vivências. Atualmente, é Professor Catedrático Wutong na Universidade de Língua e Cultura de Pequim e segue empenhado em promover o diálogo intercultural. Ele também leva seus aprendizados para a sala de aula no Brasil, incentivando uma nova geração de estudantes a explorar e compreender a China além dos estereótipos. Fora da academia, traduziu para o português o livro do presidente chinês Xi Jinping, Acabar com a Pobreza, tornando seu conteúdo acessível ao público brasileiro. Além disso, é autor do livro China: Tradição e Modernidade na Governança do País, que oferece aos leitores locais uma visão acessível e detalhada da China.Em 2023, Carvalho foi agraciado com o Prêmio de Amizade do Governo Chinês – a mais alta honraria concedida a especialistas estrangeiros na China.  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20250413050452_edcc4c6f97fd02406827179805a92a71b4b21441315020cdbcf2fc37f58e6b10.png" data-media-id="editor_0" data-image-id="20250413050452_edcc4c6f97fd02406827179805a92a71b4b21441315020cdbcf2fc37f58e6b10" data-rendition-name="original" width="2698" height="2058" loading="lazy" alt="Evandro Menezes de Carvalho"><figcaption>Evandro Menezes de Carvalho(Photo: Divulgação)</figcaption></figure>  Evandro Menezes de Carvalho (à esquerda) recebe o Prêmio de Amizade do Governo Chinês no Grande Palácio do Povo, em Pequim, China, 4 de fevereiro de 2024. / Foto: cortesia de Evandro Menezes de Carvalho <h3>O negócio de sucesso de um comerciante peruano na China</h3> Em Yiwu, uma cidade movimentada na Província de Zhejiang, no leste da China — conhecida como a “capital mundial dos pequenos produtos” — Harold Mori, um jovem empreendedor do Peru, está construindo um próspero negócio de exportação. Como muitos outros, a jornada de Mori começou com o objetivo de estudar no exterior. Recém-formado na universidade, ele queria aprender um novo idioma e rapidamente escolheu a China como destino. Em 2015, chegou a Xangai para estudar chinês e depois cursou um MBA na cidade. Imerso na vida urbana e dinâmica do país, Mori ficou fascinado pelo mercado em constante evolução. Após concluir seus estudos, tomou uma decisão ousada: em vez de retornar ao Peru, decidiu permanecer e abrir um negócio na cidade vizinha de Yiwu. Lá, encontrou uma oportunidade de ouro — uma infinidade de produtos a preços competitivos. De acessórios para celular e brinquedos a utensílios de cozinha e pequenos eletrodomésticos, o negócio de Mori se especializou na exportação de produtos chineses populares para o Peru. Agora, com o lançamento do Porto de Chancay — um projeto emblemático da Iniciativa do Cinturão e Rota da China — o tempo de envio da China para o Peru foi reduzido para cerca de 20 dias. Para empreendedores como Mori, isso representa mais do que entregas mais rápidas: é a abertura de novas oportunidades e de um futuro com ainda mais potencial. <h3>A missão curativa de um médico chinês na Argentina</h3> No coração de Buenos Aires, Dr. Li Wenzhong tornou-se um pioneiro na construção de pontes culturais através do poder curativo da medicina tradicional chinesa (MTC). Como fundador de uma clínica e empresa farmacêutica de MTC, ele introduziu a acupuntura, terapias herbais e técnicas diagnósticas a pacientes distantes de sua cidade natal, Pequim. Sua jornada para a Argentina começou nos anos 1980, no início do período de reformas e abertura da China. Com a visão de compartilhar os benefícios da MTC com o mundo, mudou-se para Buenos Aires e iniciou sua prática médica em um cenário cultural completamente diferente. Na época, a infestação por piolhos era um problema de saúde comum na Argentina, especialmente entre crianças em idade escolar. Os tratamentos convencionais muitas vezes eram ineficazes e causavam efeitos colaterais indesejados. Após meses de pesquisa e testes clínicos, o Dr. Li desenvolveu um tratamento baseado na MTC que se mostrou seguro e eficaz. A terapia rapidamente se popularizou e conquistou a confiança das famílias locais. Posteriormente, passou a se dedicar à educação e ao intercâmbio cultural, tornando-se professor visitante na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires, onde introduziu a MTC a uma nova geração de estudantes argentinos. Entre 2012 e 2015, com apoio do Dr. Li, o Ministério da Saúde da Argentina enviou diversas delegações à China para explorar parcerias na área da MTC. Esses intercâmbios lançaram as bases para uma colaboração mais ampla na saúde pública entre os dois países. <h3>Distantes geograficamente, unidos pelo coração</h3> “Amigos de verdade sempre se sentem próximos, não importa a distância que os separe.” O presidente chinês Xi Jinping já citou esse verso de um antigo poema chinês para definir o relacionamento entre a China e a América Latina e o Caribe. Desde 2012, a China é o segundo maior parceiro comercial da região, com uma cooperação que vai além de matérias-primas e bens manufaturados, abrangendo energia verde, inovação digital e comércio eletrônico transfronteiriço. Ao longo da última década, a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) deu novo impulso a essa parceria. Até o momento, 22 países da região assinaram acordos de cooperação com a China no âmbito da BRI, aprofundando a integração e abrindo novos caminhos para o desenvolvimento mútuo. Essas histórias reais são lembretes poderosos de que, embora oceanos separem os continentes, aspirações compartilhadas e amizades duradouras podem aproximar ainda mais os povos. Cui Xingyu é repórter da CGTN e apresentadora do podcast “Footprints” – que explora histórias pessoais por trás das conexões globais da China.

Redação Brasil 247

Sul Global

China se aproxima da América Latina com laços culturais, comerciais e humanos

247 - Durante visita às obras de duplicação da Rodovia Presidente Dutra, na região da Serra das Araras (RJ), nesta terça-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que a retomada do crescimento econômico passa pela modernização da logística nacional. Segundo ele, obras como a da Serra das Araras — que recebe investimento de R$ 1,5 bilhão para duplicação de apenas 8 km — são essenciais não pelo tamanho, mas pelo impacto no escoamento da produção e na segurança dos usuários.
“Não haverá a possibilidade de esse país ser competitivo do ponto de vista internacional, nem na quantidade nem na qualidade, se a gente não tiver capacidade de facilitar o escoamento da nossa produção”, disse o presidente. Ele também defendeu a necessidade de um sistema de transporte mais eficiente e integrado: &nbsp;“O Brasil não precisa apenas de rodovia, precisa de ferrovia. E precisa recuperar a sua cabotagem, porque é preciso que a gente tenha transporte marítimo, transporte ferroviário e transporte rodoviário. É essa combinação intermodal que vai permitir que a gente possa fazer com que o país dê um salto de qualidade.”
Em sua fala, Lula fez um balanço dos dois anos e quatro meses de governo, comparando com gestões anteriores. Ele ressaltou o aumento do salário mínimo acima da inflação, o crescimento do emprego formal e a retomada de programas sociais e de crédito para pequenos empreendedores. &nbsp;“Já fizemos mais coisas neste país do que nos últimos sete anos. Muito mais. A economia voltou a crescer, o salário mínimo voltou a crescer acima da inflação, a massa salarial voltou a crescer, o trabalho com carteira profissional voltou a crescer”, afirmou.
O presidente também mencionou a reestruturação de bancos públicos como o BNDES e o Banco do Brasil, fundamentais para o financiamento de programas sociais e obras de infraestrutura. &nbsp;“A gente está fazendo mais crédito que qualquer outro momento da história do Brasil, porque para o país crescer é preciso que o dinheiro circule nas mãos das pessoas.”
Lula defendeu ainda a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, com a meta de entregar 2 milhões de unidades habitacionais, e rebateu críticas ao alto custo da obra na Dutra: “Muita gente que não conhece pode dizer ‘puxa, gastar R$ 1,5 bilhão para cuidar de 8km de estrada?’. A importância não é o tamanho. A importância é a qualidade do serviço que ela vai prestar para a sociedade, para os caminhoneiros, para os carros, para as cargas e as centenas de contêineres que passam por essa estrada todo santo dia.”
<blockquote>"O Brasil era conhecido como cemitério de obras paradas. O que aconteceu quando Dilma foi alvo de impeachment? As obras do Minha Casa, Minha Vida, creches, foram paralisadas. Não teremos mais irresponsabilidade administrativa".</blockquote>
Ao final, o presidente reforçou seu objetivo de transformar o Brasil em um país mais justo, com oportunidades e consumo dignos para toda a população: “O que nós queremos é garantir que este país deixe de ser eternamente um país pequeno, pobre, e se transforme em um país rico, em que as pessoas tenham poder de classe média [...] É preciso que a gente pare de nivelar a qualidade das pessoas por baixo.”
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Laís Gouveia

Presidente Lula visita obras da rodovia Presidente Dutra, na Serra das Araras 

Brasil

Lula: 'esse país não será competitivo sem investimento em infraestrutura'

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve nesta terça-feira (15) na região da Serra das Araras, no estado do Rio de Janeiro, para acompanhar o avanço das obras de duplicação e modernização da Rodovia Presidente Dutra, uma das mais importantes vias de circulação de cargas e passageiros do país. A intervenção integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e já alcançou 25% de execução.
Com investimento federal de R$ 1,5 bilhão, o projeto transforma o trecho que liga os estados de São Paulo e Rio de Janeiro — responsável por receber mensalmente cerca de 390 mil veículos, dos quais 36% são de carga. A nova estrutura terá 16 quilômetros de extensão com quatro faixas por sentido, além de acostamento, faixa de segurança e duas rampas de escape. As melhorias devem aumentar a fluidez do tráfego e ampliar a segurança na região, uma das mais movimentadas do país.
Durante a cerimônia, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o impacto econômico da rodovia: “pela Dutra passa metade do PIB brasileiro. De tudo que o Brasil produz, metade circula na Dutra. São 32 municípios no entorno da Dutra e as duas grandes megalópoles, Rio de Janeiro e São Paulo".
Financiamento inovador viabiliza maior obra rodoviária do país - O projeto conta com um modelo inédito de financiamento no Brasil, estruturado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio do chamado project finance. Mercadante explicou que o formato, comum em outros países, foi adaptado para a realidade nacional e permite que a própria obra seja sua garantia financeira, viabilizando a emissão de debêntures no mercado — uma operação histórica.
“Emitimos debêntures no mercado — o maior financiamento rodoviário da história do Brasil. Captamos recursos, uma parte importante, do mercado, R$ 2,5 bilhões é com recursos próprios e garantimos com o pedágio”, afirmou. A operação envolveu ainda garantias dos bancos Itaú, Bradesco e Santander para cobrir os riscos de construção.
Mercadante também destacou a importância dos trabalhadores envolvidos na execução: “tudo que eu disse é muito importante, mas se a ‘peãozada’ não estivesse aí construindo, nada disso ia acontecer no Brasil. Vocês vão ter muito orgulho da obra que estão fazendo e entregando".
Tecnologia, segurança e geração de empregos - Com 620 km de extensão modernizados sob a nova concessão da CCR, a rodovia contará com iluminação LED de ponta a ponta, cobertura de rede 5G, viadutos em todos os municípios do trecho e vias marginais para desviar o tráfego pesado das áreas urbanas. Na região da Serra das Araras, a nova pista terá quatro faixas para subida e quatro para descida, o que permitirá reduzir em até 50% o tempo de deslocamento no sentido Rio de Janeiro e 25% no sentido São Paulo. A velocidade média prevista será de 80 km/h.
Além da modernização da infraestrutura, o empreendimento também impulsiona o mercado de trabalho local. Já foram criados mais de dois mil empregos diretos, com expectativa de chegar a cinco mil vagas entre diretas e indiretas. A conclusão da subida está prevista para 2028, enquanto a descida deve ser entregue em 2029.
Melhorias urbanas e impacto regional - O projeto também contempla 93 intervenções de contenção, implantação de oito novos pontos de ônibus, três passarelas e a requalificação de 14 acessos viários. A pista sul da rodovia, no sentido São Paulo, ganhará uma via marginal para facilitar o acesso às comunidades e diminuir o impacto do tráfego na região.
Para Mercadante, o projeto só está sendo possível graças ao empenho do presidente Lula: “se não fosse esse presidente, ia continuar no papel. Vai ter Dutra. Estamos fazendo obras entre Minas e Rio, em Goiás e no Brasil inteiro com este novo modelo".

Lula, Renan Filho e Aloizio Mercadante em visita às obras da Rodovia Presidente Dutra, na Serra das Araras

Sudeste

Obras na Dutra avançam e Mercadante exalta Lula e trabalhadores: 'nada aconteceria sem a peãozada'

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está nesta terça-feira (15) na região da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, para acompanhar de perto o andamento das obras de duplicação e modernização da Rodovia Presidente Dutra. A intervenção integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e, segundo informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, já alcançou 25% de execução após um ano de trabalhos.
Com investimento federal de R$ 1,5 bilhão, o projeto é considerado estratégico para a logística nacional. O trecho, que liga os estados de São Paulo e Rio de Janeiro e registra mensalmente cerca de 390 mil veículos — sendo 36% de carga —, passará por uma transformação profunda. Estão em curso serviços de contenção, drenagem, fundação de viadutos, implantação de um canteiro industrial e abertura de novas rotas de serviço.
A nova estrutura terá 16 quilômetros de extensão, com quatro faixas por sentido, acostamento, faixa de segurança e duas rampas de escape, desenhadas para ampliar a segurança e dar mais fluidez ao tráfego. As melhorias são aguardadas com otimismo por motoristas e trabalhadores da região.
Geração de empregos e prazos - O empreendimento tem gerado impacto positivo também no mercado de trabalho local. Até o momento, mais de dois mil empregos diretos foram criados, e a expectativa é de que o total chegue a cinco mil postos, somando diretos e indiretos, ao longo da execução da obra.
As previsões de entrega são distintas para cada sentido da rodovia: a subida, no sentido São Paulo, deve ser concluída em 2028; já a descida, rumo ao Rio de Janeiro, tem conclusão estimada para 2029. A expansão permitirá maior agilidade na circulação: a velocidade média no trecho será de 80 km/h, com redução de 25% no tempo da subida e até 50% na descida.
Estrutura adicional e financiamento histórico - O projeto contempla ainda 93 contenções ao longo do trecho, oito novos pontos de ônibus, três passarelas e melhorias em 14 pontos de acesso. Uma via marginal será implantada na pista sul, no sentido São Paulo, visando facilitar os deslocamentos locais e o acesso às comunidades da região.
O financiamento das obras foi viabilizado por meio de uma operação histórica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com a maior emissão de debêntures incentivadas já registrada no país. Esses recursos foram fundamentais para destravar projetos considerados essenciais à mobilidade urbana e à infraestrutura rodoviária brasileira.

Lula visita obras da Via Dutra e celebra avanços do Novo PAC na Serra das Araras

247 - Com pouco mais de dois anos de execução, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) já ultrapassou a marca de R$ 711 bilhões em investimentos até o fim de 2024, o que representa 53,7% do total de R$ 1,3 trilhão previsto para o período até 2026. Os dados, atualizados e disponíveis no <a href="https://www.gov.br/casacivil/pt-br/novopac">portal oficial</a>, revelam a aceleração dos empreendimentos em diversas áreas estruturais do país.&nbsp;
Segundo o secretário especial do Novo PAC, Maurício Muniz, “os números mostram que superamos o volume de investimentos previstos para o período de 2023-2026 cumprindo o cronograma anunciado pelo presidente Lula no lançamento do programa em agosto de 2023”.
Perfil dos investimentos - Do montante já aplicado, a maior fatia — R$ 345,7 bilhões — teve origem em recursos privados. Financiamentos respondem por R$ 183,1 bilhões, enquanto estatais contribuíram com R$ 106 bilhões. O Orçamento Geral da União (OGU) destinou R$ 71,3 bilhões, e os fundos setoriais somaram R$ 5,1 bilhões.
O programa contempla atualmente mais de 23 mil empreendimentos. Destes, até dezembro de 2024, 3.872 já estavam concluídos, 5.178 em execução e 2.836 em fase de licitação ou leilão. Cerca de 48,6% ainda se encontravam em fase preparatória. A gestão descentralizada por estados e municípios, por meio do Novo PAC Seleções, corresponde a 47% dos projetos.
“Estamos em diálogo constante com os estados e municípios para que estes empreendimentos – realizados com recursos federais, mas com gestão local – ganhem mais agilidade em sua execução. Para tanto, é importante o diálogo, principalmente, com as prefeituras e governos estaduais para que os empreendimentos avancem e sejam entregues", destacou Muniz.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), tem liderado uma comitiva para visitas aos estados, com o objetivo de monitorar o andamento das obras e manter a articulação direta com governos locais.
Habitação e inclusão social - Um dos maiores destaques do Novo PAC é a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida. Até dezembro de 2024, foram contratadas 1,3 milhão de novas unidades habitacionais, com investimento de R$ 190 bilhões. Destas, mais de 80% (1.047.829 moradias) já foram entregues. Além disso, 43 mil residências paralisadas ou em ritmo lento foram concluídas, beneficiando aproximadamente 173 mil brasileiros.
No eixo Água Para Todos, voltado à segurança hídrica, foram entregues 191 sistemas de abastecimento e instaladas mais de 54 mil cisternas, ampliando o acesso à água potável em regiões vulneráveis.
Saúde pública e emergência - A área da saúde também avança. Um total de 1.478 municípios com vazios assistenciais foi selecionado para receber novas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Mais de 370 já iniciaram obras. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi reforçado com a entrega de 2.222 novas ambulâncias.
Infraestrutura de transporte e energia - O Novo PAC contribuiu diretamente para a melhora das rodovias federais. De acordo com o governo, a proporção de estradas com boas condições de tráfego subiu de 50% (em 2022) para 75% (em 2024). Também estão em andamento investimentos significativos nas ferrovias Transnordestina, FIOL e FICO, visando fortalecer a logística nacional.
Na área de Transição e Segurança Energética, dos R$ 466,7 bilhões previstos até 2026, 40% dos empreendimentos já foram concluídos, 35% estão em execução e os 25% restantes em fase de preparação ou licitação.
Educação e ciência - Na educação, 990 obras já foram entregues, incluindo creches, escolas e quadras. Mais de 800 municípios receberam novos veículos para transporte escolar. O programa também destina R$ 2,5 bilhões para a implantação de 101 novos campi de Institutos Federais em 98 cidades, o que deve criar 140 mil vagas e abrir 11,4 mil novos postos de trabalho nos próximos cinco anos.
Na área de conectividade, mais de 70 mil escolas públicas já foram conectadas à internet. A meta é alcançar 138 mil até 2026, conforme a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas.
Participação dos entes federativos - O Novo PAC Seleções — mecanismo que permite a estados e municípios proporem obras e projetos diretamente ao governo federal — selecionou 13,7 mil projetos em sua primeira fase, com R$ 81,1 bilhões em investimentos. A segunda fase recebeu 35 mil propostas, com previsão de investimento de R$ 49,2 bilhões.
Crescimento sustentável e inclusão - O Novo PAC consolida-se como um eixo estruturante do projeto de desenvolvimento do país, integrando moradia, saneamento, saúde, educação, transporte, energia, conectividade e inclusão social. Ao articular governos e iniciativa privada, a iniciativa busca destravar gargalos históricos, impulsionar a geração de empregos, fortalecer o mercado interno e colocar o povo no centro das decisões.

Investimentos do Novo PAC superam R$ 700 bilhões e atingem mais da metade do previsto até 2026

247 - Lançada em janeiro de 2024 como parte do esforço do governo Lula para reindustrializar o país com base em critérios sustentáveis, a política Nova Indústria Brasil (NIB) mobilizou R$ 9,5 bilhões em crédito apenas no primeiro ano, por meio do Banco do Nordeste (BNB). Os dados foram divulgados pela instituição nesta segunda-feira (31) e contemplam contratações em todos os estados da região Nordeste, além de parte de Minas Gerais e Espírito Santo.
O volume de recursos reflete o vigor da estratégia federal voltada a estimular cadeias produtivas sustentáveis, promover infraestrutura com impacto social e acelerar a descarbonização da economia brasileira. O maior aporte, segundo o BNB, concentrou-se em iniciativas ligadas à bioeconomia, transição energética e ações de descarbonização, que somaram R$ 4,3 bilhões.
Outros R$ 3,9 bilhões foram aplicados em projetos de infraestrutura, saneamento e mobilidade com foco na integração produtiva regional. O valor restante foi destinado a cadeias agroindustriais sustentáveis, com atenção à segurança alimentar.
“Sabemos que é importante tornar nossa indústria mais competitiva, e isso passa por investimento em inovação e práticas de sustentabilidade. O reflexo será a geração de emprego e renda na nossa área de atuação, reduzindo as desigualdades, que são diretrizes do governo do presidente Lula”, disse o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara.
No estado de Pernambuco, os investimentos contratados chegaram a R$ 558 milhões, sendo R$ 363 milhões voltados especificamente para ações relacionadas à bioeconomia, à descarbonização e à segurança energética — pilares da política voltados à garantia de recursos naturais e energéticos para as próximas gerações.
A Nova Indústria Brasil estabelece metas específicas até 2033 para seis missões estratégicas: infraestrutura, moradia e mobilidade; agroindústria; complexo industrial da saúde; transformação digital; bioeconomia e transição energética; e tecnologia de defesa. Cada uma dessas frentes possui áreas prioritárias de investimento, com foco em inovação, soberania tecnológica e sustentabilidade.
Além dos financiamentos, a NIB também aposta no poder de indução das compras públicas. Decretos assinados pelo governo federal definem áreas estratégicas que devem seguir critérios de aquisição nacional, fortalecendo empresas brasileiras e ampliando a capacidade produtiva do país em setores estratégicos, como mobilidade urbana e economia de baixo carbono.

Nova Indústria Brasil recebe R$ 9,5 bilhões em crédito do Banco do Nordeste

Reuters - A câmara alta do parlamento alemão, o Bundesrat, aprovou na sexta-feira planos para uma onda de gastos que visa reavivar o crescimento da maior economia da Europa e ampliar as forças armadas, superando o obstáculo final para a histórica mudança de política.
Pondo fim a décadas de conservadorismo fiscal alemão, a legislação cria um fundo de 500 bilhões de euros (US$ 546 bilhões) para gastar em infraestrutura e flexibiliza regras rígidas de empréstimos para permitir maiores gastos em defesa.
Os conservadores e o SPD, que estão em negociações para formar uma coalizão após a eleição do mês passado , aprovaram o pacote no parlamento cessante, caso ele fosse bloqueado por um contingente maior de parlamentares de extrema esquerda e extrema direita no próximo Bundestag, que começa em 25 de março.
O futuro chanceler Friedrich Merz defendeu o cronograma apertado, que irritou partidos de oposição marginais, apontando para uma situação geopolítica em rápida mudança.
Líderes europeus temem que mudanças na política dos EUA, especialmente sob o comando do presidente Donald Trump, possam deixar o continente exposto a uma Rússia cada vez mais hostil e a uma China assertiva.
"A ameaça do Leste, de Moscou, ainda está presente, enquanto o apoio do Ocidente não é mais o que estávamos acostumados", disse o primeiro-ministro da Baviera, Markus Soeder.
"Sou um transatlanticista convicto, mas a relação de confiança nos Estados Unidos da América foi, pelo menos para mim e para muitos outros, profundamente abalada. Os alemães estão preocupados."
Um "PLANO MARSHALL" ALEMÃO - As reformas marcam um grande retrocesso do chamado "freio da dívida" imposto após a crise financeira global de 2008, mas desde então criticado por muitos por ser ultrapassado e colocar a Alemanha em uma camisa de força fiscal.
"Vamos ser honestos: a Alemanha, em parte, foi levada à ruína ao longo de décadas", disse o prefeito de Berlim, Kai Wegner. "Nossa infraestrutura, nos últimos anos, tem sido mais administrada do que ativamente desenvolvida."
"Por muito tempo, fizemos apenas o mínimo necessário - e isso não pode, não deve, continuar assim", disse ele.
Soeder chamou o pacote de "Plano Marshall", referindo-se à ajuda econômica dos EUA responsável pela revitalização da economia europeia após a Segunda Guerra Mundial.
Ainda assim, economistas dizem que levará algum tempo até que o estímulo entre em ação e ajude a impulsionar uma economia que se contraiu por dois anos consecutivos.
"Provavelmente ainda levará até meados do ano para que o novo governo aprove um orçamento regular para 2025", disse o economista Salomon Fiedler, da Berenberg.
"Portanto, levará até o final deste ano para que novas iniciativas de gastos comecem a surgir."
Além disso, espera-se que os procedimentos burocráticos necessários para lançar planos de gastos, bem como a escassez crônica de mão de obra, retardem o efeito cascata positivo.
COMEÇO FORTE PARA MERZ? - A aprovação da legislação dá a Merz, cujos conservadores venceram a eleição do mês passado, uma grande vitória antes mesmo de ele ser empossado como chanceler.
Mas também lhe custou apoio. Merz passou a campanha eleitoral prometendo não abrir imediatamente as torneiras de gastos, apenas para anunciar uma mudança tectônica na política fiscal dias após vencer.
Alguns apoiadores, inclusive dentro de seu próprio campo, o acusaram de enganar os eleitores. Uma pesquisa divulgada pela emissora ZDF na sexta-feira mostrou que 73% dos entrevistados se sentiram enganados por ele, incluindo 44% dos eleitores do bloco conservador CDU/CSU.
A mesma pesquisa mostrou que o apoio à CDU/CSU caiu um ponto, para 27%, e o apoio à extrema direita Alternativa para a Alemanha subiu 1 ponto, para 22%.
Merz disse na sexta-feira que as acusações o incomodavam — e até certo ponto ele as entendia — mas o curso tomado pelo governo Trump significava que ele tinha que avaliar se deveria agir rapidamente ou esperar.
"Sei que agora confio muito na minha credibilidade, incluindo minha confiabilidade pessoal", disse ele em um evento em Frankfurt.
O político de 69 anos espera concluir as negociações de coalizão com o SPD até a Páscoa, com a política de migração provavelmente se mostrando um ponto de discórdia, dado o desejo de seus conservadores por uma postura muito mais rígida.
Merz disse que se o próximo governo não endurecer as regras de migração, então ele pode muito bem estender o tapete vermelho para a extrema direita na próxima eleição em 2029, depois de ter ficado em segundo lugar na votação do mês passado.
"E não tenho intenção de fazer isso", disse ele.

Alemanha cria fundo de 500 bilhões de euros para infraestrutura e flexibiliza regras de empréstimos para gastos em defesa

247 – Mesmo com a taxa básica de juros em um patamar elevado – a Selic deve atingir 15% –, os investimentos em infraestrutura continuam avançando no Brasil e devem se manter aquecidos em 2025. Segundo estimativas da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o investimento no setor atingiu 2,22% do PIB em 2024, totalizando R$ 259,3 bilhões. Se confirmado, o valor supera o recorde recente de R$ 239,7 bilhões registrados em 2014. A consultoria Inter B, por sua vez, calcula que os aportes tenham chegado a 1,87% do PIB no último ano, o maior patamar desde 2016, como aponta <a href="https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/03/05/investimento-em-infraestrutura-ruma-para-melhor-ano-em-uma-decada.ghtml">reportagem do Valor</a>.
"O investimento como proporção do PIB vem crescendo desde 2021, mesmo em um cenário de expansão da economia acima de 3% ao ano. Esse não é um movimento desprezível", destaca Roberto Guimarães, diretor de Planejamento e Economia da Abdib. Para 2025, a entidade projeta um avanço de 11,14%, elevando os investimentos para R$ 288,2 bilhões.
A onda recente de investimentos é reflexo do grande número de leilões de infraestrutura realizados nos últimos anos, cujos contratos estão em fase de obras apenas agora. “O investimento elevado de hoje é fruto da quantidade significativa de concessões em diversos setores. Isso tem mantido o ritmo de expansão, independentemente do cenário macroeconômico”, analisa Ewerton de Souza Henriques, sócio da SH Consultoria.
<h3>Ambiente regulatório mais sólido, mas desafios persistem</h3>
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios estruturais. Segundo a Abdib, o investimento necessário para cobrir a depreciação do capital e garantir a manutenção e expansão da infraestrutura nacional deveria ser 2,27% do PIB, o que significa um déficit de R$ 266 bilhões em 2024. O setor de transportes e logística concentra a maior parte dessa defasagem, com uma lacuna de R$ 201,4 bilhões.
Para Eric Brasil, diretor da LCA Consultoria, a resiliência do investidor de infraestrutura aumentou nos últimos anos, impulsionada por um ambiente regulatório mais sólido e contratos com mecanismos mais robustos de compartilhamento de riscos. “Hoje, há mais segurança jurídica e os investidores estão menos sensíveis a crises de curto prazo. As concessões foram aprimoradas e as agências reguladoras passaram a atuar com maior transparência”, afirma.
No entanto, a falta de concorrência nos leilões pode ser um risco. “Quando há poucas propostas, a falta de comparação pode resultar em projetos menos sustentáveis no longo prazo, com orçamentos que podem não se sustentar diante das oscilações de preços de insumos”, alerta Henriques.
<h3>Impacto da Lava Jato e a transformação do setor</h3>
O atual ciclo de investimentos se diferencia do boom da década passada, quando grandes empreiteiras dominavam as obras públicas. Com a Operação Lava Jato e o esvaziamento das construtoras nacionais, o setor passou por uma reestruturação. “Desde 2016, o Brasil teve que encontrar novas fontes de financiamento, o que levou a um fortalecimento do investimento privado e a entrada de novos atores”, explica André Kimura, diretor da consultoria Kearney no Brasil.
Em 2014, o setor privado respondia por 60% dos investimentos em infraestrutura. Em 2024, essa fatia subiu para 76%, de acordo com a Abdib. O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também tem impulsionado projetos em diversos segmentos, incluindo concessões municipais e estaduais.
Ainda assim, o Brasil enfrenta um déficit significativo de mão de obra qualificada no setor de engenharia e construção. Durante quase uma década de estagnação, muitos profissionais migraram para outras áreas ou buscaram oportunidades no exterior. “Estamos começando a reverter essa tendência, mas a contratação de engenheiros tem ocorrido com prêmios salariais elevados, pois a formação de novos profissionais foi insuficiente”, pontua Fabio Yoshitome, também da Kearney.
<h3>Perspectivas para 2025: desafios e oportunidades</h3>
Apesar do cenário macroeconômico desafiador, com juros elevados e instabilidade nos preços dos insumos, as expectativas para 2025 seguem otimistas. O volume de leilões programados para o próximo ano pode até superar o de 2024, desde que não haja deterioração significativa do ambiente econômico.
Para Nelson Barbosa, diretor de planejamento e relações institucionais do BNDES, os juros altos podem afetar as ofertas dos investidores, mas não inviabilizam os projetos. “O mercado se ajusta por meio dos lances. Além disso, há um grande potencial de ganho de produtividade nessas concessões, o que compensa o custo mais elevado do capital”, avalia.
Ainda assim, os desafios persistem. O Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que 43% das obras ligadas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ultrapassaram o prazo previsto em três vezes. Além disso, 30% tiveram aumento de custo de até 25%, e 18% registraram estouros superiores a esse percentual.
A falta de planejamento de longo prazo segue sendo um entrave. “O Brasil ainda não tem uma cultura de planejamento robusta. Muitas empresas tentam economizar na fase inicial dos projetos, o que resulta em cronogramas pouco realistas e falhas na identificação de gargalos”, observa Yoshitome.
A despeito dos desafios, o setor de infraestrutura segue como um dos motores da economia brasileira. Com um ambiente regulatório mais seguro e novos modelos de concessão, o país tem potencial para superar as barreiras e consolidar um novo ciclo de crescimento sustentável no setor.

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