<p><b>247 – </b>O jornalista Pepe Escobar, analista geopolítico, afirmou, em entrevista à TV 247, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu magistralmente a relação do Brasil com a China, elevando-a ao mais alto patamar histórico durante a recente visita de Estado do presidente chinês Xi Jinping, mesmo sem aderir formalmente à Nova Rota da Seda. “O Império está beijando a lona e Lula foi Garrincha na política mundial”, declarou, em alusão à habilidade estratégica do presidente brasileiro.</p>
<p>Para Escobar, o Brasil consolidou sua posição como um parceiro estratégico da China, enquanto os Estados Unidos enfrentam desafios geopolíticos e militares crescentes. “Depois de 80 anos de dominação unilateral, o Império não aceitará ser um parceiro equânime dos outros países, mas a realidade está mudando rapidamente. O Brasil agora está no nível mais alto de relação com a China, e isso não é por acaso”, afirmou.</p>
<h3><b>O avanço da parceria Brasil-China</b></h3>
<p>A assinatura da <i>Declaração Conjunta entre a República Popular da China e a República Federativa do Brasil sobre a Formação Conjunta da Comunidade de Futuro Compartilhado China-Brasil por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável</i> marcou a visita de Xi Jinping ao Brasil, em 20 de novembro de 2024. A declaração simboliza a intensificação da parceria bilateral em áreas como comércio, infraestrutura, desenvolvimento sustentável e segurança global.</p>
<p>Segundo Escobar, essa aproximação demonstra a habilidade de Lula em reposicionar o Brasil no cenário global, especialmente em um momento de transição na ordem mundial. “O Garrincha, o Lula, me surpreendeu. Ele driblou a hegemonia americana com uma visão clara de multipolaridade, consolidando o Brasil como um ator relevante no Sul Global.”</p>
<h3><b>O enfraquecimento do "Império" americano</b></h3>
<p>Escobar também analisou os desafios enfrentados pelos Estados Unidos, que, segundo ele, estão perdendo sua posição de domínio unilateral. “O Império começou a se estatelar e beijar o chão”, afirmou, citando eventos recentes que demonstram a fragilidade da política externa americana, como a guerra na Ucrânia e a escalada do conflito entre Israel e o eixo da resistência.</p>
<p>Ele apontou que a autorização do envio de mísseis de longo alcance à Ucrânia “não foi do Biden, mas das pessoas que realmente mandam na política externa americana”. Além disso, destacou que a Rússia, liderada por Vladimir Putin, está reagindo com força: “Putin fez um upgrade da doutrina de defesa e da defesa nuclear russa. Um ataque com armas da coalizão da OTAN torna, segundo ele, qualquer país da OTAN um alvo legítimo. Os mísseis hipersônicos russos já provaram que podem atingir Berlim em 11 minutos e Londres em 19 minutos.”</p>
<h3><b>Mudanças no tabuleiro global</b></h3>
<p>Para Escobar, o eixo central da geopolítica global está mudando. Ele argumenta que a guerra entre Israel e o eixo da resistência está se tornando o principal foco das tensões globais, superando a guerra na Ucrânia. “Trump mudará o tom da guerra, mas o xis da questão será a guerra entre Israel e o eixo da resistência – e não mais a Rússia”, analisou.</p>
<p>No entanto, ele questiona se as ações militares de grandes potências podem levar a uma desescalada: “Será que a resposta russa com os mísseis hipersônicos é capaz de provocar uma desescalada?”.</p>
<h3><b>O papel do Brasil no novo cenário</b></h3>
<p>Apesar do cenário global turbulento, Escobar destacou que o Brasil, sob a liderança de Lula, está desempenhando um papel estratégico no fortalecimento do Sul Global. A relação com a China, consolidada durante a visita de Xi Jinping, é um exemplo dessa postura. “Estamos vendo o início de uma nova era nas relações internacionais, e Lula, com sua habilidade política, colocou o Brasil no centro dessa transformação”, concluiu. Assista:</p>
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