247 - O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) decidiu estender por mais 45 dias a linha emergencial de aproximadamente R$ 4 bilhões concedida ao Banco Master, presidido por Daniel Vorcaro. A medida representa a segunda rolagem desse apoio, que havia sido renovado pela primeira vez em maio e cujo prazo se encerrara na semana passada, quando ainda havia incertezas sobre o futuro da instituição.
A informação foi divulgada inicialmente pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, e confirmada em seguida pelo Valor Econômico. Com a decisão, o banco obtém uma margem de tempo adicional para avançar em seu processo de reestruturação financeira e reduzir riscos sistêmicos ligados à sua situação.
<h3>Reestruturação em curso</h3>
No mesmo período em que obteve a prorrogação, o Master também liquidou R$ 200 milhões em certificados de depósito bancário (CDBs) que venciam nesta semana. Além disso, Vorcaro já havia concluído a venda da seguradora Kovr e contratou a consultoria Laplace para conduzir a reorganização do grupo, que inclui a negociação da venda do Will Bank.
A expectativa é que, dentro dos 45 dias de extensão, a operação de venda do Will seja concluída, o que permitiria levantar novos recursos e, ao mesmo tempo, eliminar até R$ 6,9 bilhões em passivos da instituição. Tal movimento reduziria de forma significativa a exposição do FGC em um eventual cenário de resgate da instituição financeira.
<h3>Dívidas honradas e passivos</h3>
Fontes próximas à negociação relatam que, desde março, quando foi anunciado o acordo com o Banco de Brasília (BRB) — posteriormente barrado pelo Banco Central (BC) —, o Master já conseguiu quitar cerca de R$ 10 bilhões em dívidas.
No balanço de 2024, o grupo reportava R$ 16,068 bilhões em compromissos a vencer ao longo de 2025, sendo R$ 7,665 bilhões apenas no primeiro semestre. O balanço do primeiro semestre deste ano, cujo prazo de divulgação expirou em 30 de setembro, ainda não foi publicado pela instituição.

Luis Mauro Filho

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Negócios

FGC prorroga por 45 dias linha de crédito ao Master

247 - O Banco Master, conhecido por suas operações de crédito de alto rendimento, solicitou uma linha de liquidez ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para enfrentar desafios financeiros sem precisar liquidar ativos. A informação foi divulgada pelo jornal <a href="https://www.estadao.com.br/economia/master-pedido-fgc-linha-liquidez-credito/">O Estado de S. Paulo.</a>
A instituição, que recentemente teve parte de suas operações adquiridas pelo Banco de Brasília (BRB), enfrenta dificuldades para manter sua liquidez. A venda ao BRB não abrangeu todos os passivos do Master, deixando cerca de R$ 23 bilhões fora do acordo. Essa lacuna financeira levou o banco a buscar apoio do FGC, enquanto evita medidas mais drásticas, como a venda de ativos, até obter uma resposta do fundo.
O FGC, responsável por garantir depósitos de até R$ 250 mil por CPF em caso de falência de instituições financeiras, possui um patrimônio superior a R$ 120 bilhões. No entanto, estima-se que o passivo do banco Master represente cerca de 50% desse total, o que poderia comprometer significativamente a capacidade do fundo em caso de colapso da instituição.
A situação do Master levanta preocupações sobre a estabilidade do sistema financeiro, especialmente considerando que o banco utilizava o FGC como atrativo para a venda de seus Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com rendimentos superiores ao mercado. A possibilidade de uma intervenção do FGC antes de uma eventual quebra é vista como uma forma de mitigar riscos sistêmicos e evitar impactos mais amplos na economia.
Enquanto aguarda a decisão do FGC, o banco Master mantém suas operações, mas a incerteza sobre o futuro da instituição e a resposta do fundo garantidor continuam a gerar apreensão entre investidores e reguladores.

Laís Gouveia

Economia

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