<p><b>247</b> - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou nesta quarta-feira (1º) a importância da votação, na Câmara dos Deputados, do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A proposta, segundo ela, representa um avanço na busca por maior justiça tributária em um país marcado por profundas desigualdades sociais.</p>
<p>Gleisi ressaltou que a medida corrige desigualdades e atinge um dos maiores símbolos de privilégio no país: “É o primeiro passo na direção da justiça tributária em um país marcado historicamente pela desigualdade e pelos privilégios de uma parcela ínfima da população”.</p>
<h2><b>Alívio para milhões e cobrança dos mais ricos</b></h2>
<p>Segundo a ministra, a proposta enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai beneficiar mais de 16 milhões de brasileiros, que ficarão isentos ou pagarão menos imposto a partir de 2026. O texto estabelece ainda a criação de um imposto mínimo de até 10% sobre a renda de cerca de 141 mil pessoas que ganham mais de R$ 600 mil por ano e atualmente pagam pouco ou nada.</p>
<p>Para Gleisi, o contraste entre o que pagam assalariados e grandes investidores é inaceitável: “Não há nada que justifique cobrar até 27,5% dos salários, enquanto lucros, dividendos e rendimentos financeiros pagam em média 2,5% atualmente”.</p>
<p>A ministra defendeu que a aprovação do projeto é também um compromisso com o futuro: “Aprovando o projeto apresentado pelo presidente Lula, o Congresso dará sua contribuição para superarmos uma grande injustiça”.</p>
<h2><b>O desenho da proposta</b></h2>
<p>Hoje, a isenção do IR vale apenas para quem ganha até R$ 3.036. Se aprovado, o novo texto ampliará esse limite para R$ 5 mil. Já quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350 terá desconto proporcional.</p>
<p>A tributação mínima começará de forma escalonada para rendimentos acima de R$ 600 mil por ano, e será obrigatória em 10% para quem ultrapassar R$ 1,2 milhão. Os descontos serão aplicados diretamente na fonte de pagamento para salários superiores a R$ 50 mil por mês, com ajustes posteriores na declaração anual.</p>
<h2><b>Equilíbrio fiscal em debate</b></h2>
<p>O relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), declarou ao jornal <i>O Globo</i> que o parecer busca equilíbrio e sustentabilidade fiscal: “Hoje o projeto está justo, com um pequeno déficit para 2028, plenamente assimilável pelo governo”.</p>
<p>Estudos preliminares apontam que a renúncia fiscal pode chegar a R$ 31,7 bilhões anuais, enquanto a nova tributação dos super-ricos deve gerar cerca de R$ 34 bilhões. O relatório também prevê exceções para alguns investimentos, como fundos imobiliários e Fiagro, além de um mecanismo automático de correção da tabela do IR, congelada há anos.</p>
<h2><b>Próximos passos</b></h2>
<p>Caso seja aprovado na Câmara e depois no Senado, o novo modelo de Imposto de Renda entrará em vigor em 2026. O governo federal considera a medida central para aliviar a carga tributária da classe média e reduzir privilégios, enquanto busca reforçar a progressividade do sistema.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">O Brasil está atento hoje à votação na Câmara dos Deputados do projeto de isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil. É o primeiro passo na direção da justiça tributária em um país marcado historicamente pela desigualdade e pelos privilégios de uma parcela ínfima…</p>— Gleisi Hoffmann (@gleisi) <a href="https://twitter.com/gleisi/status/1973360806885564680?ref_src=twsrc%5Etfw">October 1, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Otávio Rosso

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Brasil

Câmara vota isenção de IR até R$ 5 mil e Gleisi defende combate à "grande injustiça" da desigualdade

<p><b>247 - </b>Em entrevista à TV 247, o jurista Jorge Folena defendeu que o país deve “tomar as rédeas de seu destino”. A fala ocorreu no contexto do evento "Ato pela Soberania", realizado no Rio de Janeiro. O encontro, que também contou com a participação de figuras como José Dirceu, trouxe à tona temas relacionados à intervenção externa no Brasil, a postura da elite brasileira e o fortalecimento da democracia.</p>
<p>Folena, que esteve presente no evento, compartilhou a emoção que sentiu ao perceber a magnitude do momento histórico. "Saí de lá com a sensação de que estávamos vivenciando uma nova independência do Brasil", afirmou, destacando o simbolismo do ato e o hino da independência que foi entoado ao final do evento. De acordo com ele, a crise que o país atravessa exige uma mobilização nacional em defesa da soberania, especialmente frente à crescente interferência externa por parte dos Estados Unidos.</p>
<p>O ex-ministro José Dirceu também fez duras críticas ao governo norte-americano, afirmando que a administração de Donald Trump busca impedir que o Brasil cumpra seu destino soberano. Dirceu relembrou declarações feitas na década de 80, onde o presidente Ronald Reagan afirmou que o Brasil não poderia se tornar uma nova potência, comparável ao Japão. Segundo Dirceu, o cenário global atual, com o fortalecimento do bloco dos BRICS e da China, oferece ao Brasil uma janela de oportunidades para almejar o desenvolvimento nacional com justiça social, democracia e soberania.</p>
<p>Folena reforçou que, além da intervenção externa, um dos maiores problemas do Brasil é a sua elite, que, segundo ele, não tem pensado de forma estratégica para o desenvolvimento do país. “Como o ministro Dirceu falou, um dos graves problemas do Brasil, talvez o mais grave, é sua própria elite, que pensa em desacordo com o desenvolvimento e com a soberania”.</p>
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Guilherme Levorato

Entrevistas

"Estamos vivenciando uma nova independência do Brasil", diz Jorge Folena

<p><b>247 - </b>Em entrevista concedida à <b>TV 247</b>, o ex-deputado federal e ex-presidente do PT José Genoino traçou um diagnóstico contundente sobre os bastidores da tentativa de golpe de Estado articulada no governo de Jair Bolsonaro (PL). Para ele, a trama revela a degradação das instituições brasileiras e escancara a conivência de setores da elite nacional com a extrema direita. “Esses fatos revelam o fundo do poço da classe dominante brasileira”, afirmou.</p>
<p>Ao comentar os desdobramentos da investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Genoino criticou duramente a banalização do debate político e a instrumentalização das instituições por parte de Bolsonaro e seus aliados. “A que ponto esse pessoal colocou as instituições, o país, Forças Armadas, Congresso Nacional, Presidência da República a serviço de uma aventura, aventura golpista, de total descalabro”, declarou.</p>
<p>Segundo ele, os conspiradores trataram temas sensíveis da vida nacional com desdém. “Se conversava sobre esses assuntos como um assunto de bar. O presidente da República articulando no Palácio e fora do Palácio. Acampamentos… Veja bem a que ponto essa extrema direita chegou”.</p>
<p>Genoino destacou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à frente das investigações. Para ele, o trabalho conduzido pelo magistrado expôs a natureza irresponsável e criminosa da articulação: “está mais do que provado, pela denúncia, pela competência do ministro Alexandre de Moraes, que conduziu com muita competência e sobriedade os interrogatórios, como esse pessoal é inescrupuloso, não tem limite, não tem vergonha do que articulava”.</p>
<p>O ex-parlamentar também chamou atenção para a presença de oficiais de alta patente no núcleo da conspiração. “Ajudante de ordens com general quatro estrelas, com ministro da Defesa, com Palácio do Planalto, assessor… Eles transformaram os assuntos de Estado em uma coisa totalmente banal, inescrupulosa, de brincar com as instituições. Olha o risco que nós corremos”.</p>
<p>Para Genoino, há uma tentativa desesperada dos envolvidos em se desvincular da trama, mesmo sem negar sua existência. “Eles não negam a intentona [golpista]. Ninguém ali nega a intentona do 8 de janeiro e os fatos que precederam a intentona. O que está se buscando é cada um livrar sua cara. Ali se estabeleceu o salve-se quem puder. O baixo clero está na cadeia. Quase 400 já foram condenados”.</p>
<p>A principal preocupação do ex-presidente do PT, no entanto, recai sobre a resiliência eleitoral do bolsonarismo e a normalização do discurso autoritário entre lideranças políticas regionais. “O que mais me preocupa é esse cara [Jair Bolsonaro], que fez parte dessa tramóia, dessa intentona, ter a aceitação que tem nas pesquisas, e tentando embalar candidaturas desse time, tipo [Romeu] Zema, Ratinho Jr., Tarcísio [de Freitas], [Ronaldo] Caiado”.</p>
<p>Genoino apontou ainda o discurso revisionista que ganha força entre esses nomes: “tanto o Caiado como o Zema começam a relativizar a ditadura, ‘é uma questão de interpretação, de exagero’. Olha bem o risco que estamos correndo”.</p>
<p>Ao final, ele sublinhou a profundidade da crise moral da elite brasileira revelada pelas investigações: “esse pessoal teve apoio, esse pessoal governou, esse pessoal teve apoio do sistema financeiro. O Tarcísio é governador, o Zema, o Caiado, o Ratinho… Não estamos falando de uma oposição. Eles têm maioria no Congresso, a extrema direita. Olha o risco que estamos correndo. Isso está revelado”.</p>

'Golpistas revelam o fundo do poço da classe dominante brasileira', diz José Genoino

<p><b>247 – </b>Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o historiador André Jacobina comentou a recente proposta do bilionário Armínio Fraga de congelar o salário mínimo no Brasil por seis anos. A ideia, que foi alvo de críticas da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ganhou repercussão após o alerta de que isso afetaria drasticamente o poder de compra dos trabalhadores.</p>
<p>Para Jacobina, a sugestão de Fraga seria “absurda” e reflete o descaso de parte da elite brasileira em relação às classes de menor renda. “Nossa elite, que o Jessé de Souza definiu como elite do atraso, é danosa para o próprio capitalismo. Ao querer espremer o poder de consumo das famílias mais pobres, eles prejudicam os negócios dos empresários que dependem do poder de compra”, avaliou o historiador. Segundo ele, a busca por concentrar renda e poder acaba por minar a própria sustentabilidade do mercado interno, pois sem consumo não há estímulo para a produção.</p>
<p>Jacobina ressalta que a decisão de congelar o salário mínimo prejudicaria principalmente a população mais vulnerável, que já enfrenta dificuldades para se manter em um cenário de inflação e aumento do custo de vida. “A única coisa que explica isso é o desejo de concentrar poder”, afirmou, acrescentando que um capitalismo minimamente funcional depende de consumidores com algum grau de renda disponível.</p>
<p>Ele defende que, assim como nos Estados Unidos, o Brasil também precisa rever suas bases políticas e econômicas. “Hoje não temos mais nem democracia liberal. Temos repúblicas oligárquicas”, criticou. Na visão do historiador, o modelo neoliberal adotado por certos setores da política brasileira falha ao não considerar as demandas sociais e ao favorecer a concentração de riqueza em detrimento do fortalecimento de um mercado interno sólido.</p>
<p>Por fim, Jacobina enfatiza que cada vez mais pessoas buscam alternativas ao capitalismo atual, refletindo sobre conceitos como social-democracia e até mesmo socialismo. “Temos que olhar para o sistema atual e chegar à conclusão de que o capitalismo não é o destino da humanidade. As ideias socialistas estão circulando mais porque há o anseio por uma outra alternativa. O capitalismo está mostrando todos os limites da sua experiência”, concluiu. Assista:</p>
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Redação Brasil 247

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