247 - O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) confirmou nesta sexta-feira (30) que recebeu um ofício enviado pelo <a href="https://www.brasil247.com/brasil/moraes-vira-alvo-do-departamento-de-justica-dos-eua-por-bloqueio-de-conta-no-rumble">Departamento de Justiça dos Estados Unidos</a> com críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. De acordo com a pasta, o documento tem caráter “meramente informativo” e não haverá qualquer encaminhamento no âmbito do governo brasileiro. A carta chegou ao MJSP em 27 de maio, mostrou a <a href="https://www.cartacapital.com.br/politica/eua-enviam-oficio-ao-ministerio-da-justica-sobre-atuacoes-de-alexandre-de-moraes/">CartaCapital</a>.&nbsp;
Relator do inquérito sobre a trama golpista no STF — que já tornou 31 pessoas réus na investigação —, o ministro Alexandre de Moraes tem sido alvo de ataques da extrema-direita brasileira e norte-americana, representada por membros do Partido Republicano dos EUA.
No Brasil, Jair Bolsonaro é um dos réus na investigação da trama golpista. Além desse inquérito, outro motivo dos ataques feitos por bolsonaristas ao ministro do STF são as atuações do magistrado em defesa de políticas que regulamentem plataformas digitais, para evitar discursos de ódio e fake news.&nbsp;
Atualmente, o tema “fake news” também é parte da investigação sobre o plano golpista, porque, segundo a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República, o esquema criminoso tinha espécies de departamentos, de núcleos, para a coordenação das estratégias golpistas. Um núcleo era o de notícias falsas, com ataques ao sistema eleitoral brasileiro.&nbsp;
Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral condenou Bolsonaro à inelegibilidade por fake news. No ano anterior, o político afirmou a embaixadores, em Brasília (DF), que o sistema eleitoral brasileiro não tinha segurança contra fraudes. Partidos de oposição, eleitores e ativistas do campo progressista denunciaram tentativa de golpe e propagação de notícia falsa.&nbsp;
As conexões entre o bolsonarismo e o trumpismo não ocorrem à tona. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro foi aos EUA fazer articulações com a extrema-direita norte-americana, numa tentativa de conseguir apoio nos ataques a Moraes.&nbsp;
Outro ponto em comum entre a extrema-direita brasileira e a norte-americana é a defesa de golpes. Em janeiro de 2021, quando Donald Trump perdeu a eleição nos EUA, vários apoiadores invadiram o Legislativo e acusaram o sistema eleitoral de ser fraudulento.
Após retornar à presidência dos EUA, em 2025, o governo trumpista resolveu dar investidas contra Moraes. Em fevereiro, a Justiça norte-americana rejeitou um pedido de liminar apresentado pela plataforma de vídeos Rumble e pela Trump Media &amp; Technology Group contra o magistrado.
Empresas dos EUA queriam isenção do cumprimento de algumas determinações do magistrado brasileiro, que incluíam a remoção de contas de um apoiador de Jair Bolsonaro de suas plataformas.
No Brasil, o ministro Alexandre de Moraes abriu um inquérito criminal contra Eduardo Bolsonaro após o Ministério Público Federal acusar o parlamentar de ser favorável a possíveis sanções determinadas por autoridades norte-americanas contra o STF.

Leonardo Lucena

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Governo confirma ter recebido carta dos EUA contra Alexandre de Moraes

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