247 - A Academia Brasileira de Cinema anunciou a lista dos 16 filmes que vão disputar a indicação oficial do Brasil ao Oscar 2026 na categoria de melhor filme internacional. Segundo reportagem do <a href="https://www.uol.com.br/splash/noticias/2025/08/14/filmes-brasileiros-oscar.htm">UOL</a>, a cerimônia do Oscar está marcada para 15 de março de 2026, com a primeira pré-seleção prevista para 16 de dezembro de 2025 e a divulgação final dos indicados em 22 de janeiro de 2026.
Entre os títulos selecionados está "A Melhor Mãe do Mundo", de Anna Muylaert, que narra a jornada de Gal, uma recicladora de lixo que foge de um marido violento levando os filhos pequenos em uma carroça pelas ruas de São Paulo, transformando a fuga em uma suposta aventura aos olhos das crianças.
Outro destaque é "A Praia do Fim do Mundo", de Petrus Cariry, sobre mãe e filha que vivem em uma casa ameaçada pelo avanço do mar e precisam decidir entre partir ou permanecer na cidade litorânea. Já "Baby", de Marcelo Caetano, conta a história de Wellington, um jovem de 18 anos recém-saído de um centro de detenção juvenil, que encontra apoio e conflito na relação com um homem mais velho.
Na lista também aparece "Homem com H", de Esmir Filho, que recria a trajetória artística e pessoal de Ney Matogrosso, e "Kasa Branca", de Luciano Vidigal, que acompanha um adolescente da periferia carioca diante da doença terminal da avó.
Entre os dramas familiares, "Malu", de Pedro Freire, aborda o conflito de gerações entre mãe, filha e avó; e "Manas", de Marianna Brennand, retrata a vida de uma adolescente na Ilha do Marajó e sua luta contra um ciclo de abusos familiares.
A relação também inclui documentários, como "Milton Bituca Nascimento", de Flavia Moraes, sobre a turnê de despedida do cantor, e thrillers como "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, ambientado no Brasil de 1977 e estrelado por Wagner Moura.
Produções como "O Filho de Mil Homens", de Daniel Rezende, exploram o conceito de família a partir de um pescador que adota um menino órfão. "O Último Azul", de Gabriel Mascaro, traz um olhar distópico sobre idosos deslocados compulsoriamente para colônias habitacionais na Amazônia.
Há também o sertanejo "Oeste Outra Vez", de Erico Rassi; o suspense criminal "Os Enforcados", de Fernando Coimbra; e o drama histórico "Retrato de Um Certo Oriente", de Marcelo Gomes, sobre a saga de imigrantes libaneses na Amazônia.
A lista se completa com "Um Lobo Entre os Cisnes", de Marcos Schechtman e Helena Varvaki, sobre a trajetória de Thiago Soares até o Royal Ballet de Londres; e "Vitória", de Andrucha Waddington, inspirado em história real estrelada por Fernanda Montenegro, sobre uma aposentada que desmantela uma quadrilha com filmagens feitas da janela de casa.
A escolha do representante brasileiro para o Oscar será feita pela Academia Brasileira de Cinema, com o vencedor integrando a lista de pré-selecionados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.

Laís Gouveia

original

610x380

300x400

500x240

321x200

thumbnail

viewImage

Cultura

Conheça os filmes brasileiros que disputam vaga no Oscar 2026

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou neste sábado (31) para o ator Wagner Moura, ao lado da socióloga Janja Lula da Silva, para parabenizá-lo pela conquista histórica no Festival de Cannes. A informação foi divulgada pelo próprio presidente em sua conta no X (antigo Twitter), após a vitória do filme O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, que recebeu a Palma de Ouro de melhor diretor e o prêmio de melhor ator para Moura.
“Hoje foi dia de ligar para o grande Wagner Moura, junto com minha querida Janja, e parabenizá-lo pelo prêmio em Cannes. Wagner é um orgulho para a cultura do Brasil. E já está convidado para a sessão de O Agente Secreto no Alvorada, em agosto. Viva o cinema brasileiro!”, escreveu Lula.
A conquista representa um marco para o cinema nacional. Foi a primeira vez que um longa-metragem brasileiro venceu dois dos principais prêmios do Festival de Cannes: a Palma de Ouro de melhor direção, concedida a Kleber Mendonça Filho, e o de melhor ator, entregue a Wagner Moura, protagonista da obra. O reconhecimento internacional veio na mostra principal do festival, consolidando o Brasil como um dos grandes nomes da produção cinematográfica contemporânea. Confira:
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Hoje foi dia de ligar para o grande Wagner Moura, junto com minha querida Janja, e parabenizá-lo pelo prêmio em Cannes. Wagner é um orgulho para a cultura do Brasil. E já está convidado para a sessão de O Agente Secreto no Alvorada, em agosto. Viva o cinema brasileiro! <a href="https://t.co/tERCzz6yvO">pic.twitter.com/tERCzz6yvO</a>&mdash; Lula (@LulaOficial) <a href="https://twitter.com/LulaOficial/status/1928974658210087258?ref_src=twsrc%5Etfw">June 1, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

Redação Brasil 247

Com O agente secreto, Kleber Mendonça Filho reafirma seu compromisso com obras que combinam crítica social

1250x600

1280x490

square

360x640

320x320

Lula felicita Wagner Moura pela palma de ouro em Cannes

247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 25 milhões para a Paris Filmes, com o objetivo de fortalecer e ampliar sua atuação como distribuidora no setor audiovisual. A iniciativa, segundo a coluna da jornalista <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2025/05/bndes-aprova-financiamento-de-r-25-mi-para-distribuidora-brasileira-de-filmes.shtml">Mônica Bergamo</a>, da Folha de S. Paulo, tem como meta viabilizar a entrada da empresa em novos mercados da América Latina e em países de língua portuguesa.
Sediada em Barueri (SP), a Paris Filmes é reconhecida como a maior distribuidora brasileira independente. A empresa tem no portfólio a distribuição de produções internacionais de grande repercussão, como as sagas Crepúsculo e Jogos Vorazes, além de títulos como La La Land e Meia-Noite em Paris. No cenário nacional, destacam-se sucessos como De Pernas Pro Ar, Turma da Mônica e Minha Irmã e Eu.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a liberação da linha de crédito representa um estímulo à cadeia produtiva do audiovisual. “Com a oferta de crédito, fortalecemos a indústria do audiovisual, garantindo mais autonomia a todos os elos da cadeia, da produção à exibição, gerando mais empregos, renda e competitividade”, afirmou.
O diretor da Paris Filmes, Marcio Fraccaroli, também destacou a importância da medida para o setor: “Historicamente, o fomento à cultura no Brasil tem priorizado a produção - o que é positivo e necessário -, mas sempre houve pouco incentivo à distribuição. Essa linha de crédito surge em um momento crucial e será fundamental para ampliarmos o alcance das nossas obras audiovisuais, tanto no Brasil quanto no exterior”, declarou.
Somente em 2023, a distribuidora foi responsável pelo lançamento de 36 filmes, que juntos venderam mais de 9,3 milhões de ingressos, o equivalente a aproximadamente 8% do total de público nas salas de cinema do país.
O apoio financeiro integra o programa BNDES FSA Audiovisual, que é conduzido em parceria com a Agência Nacional de Cinema (Ancine) e o Ministério da Cultura. Em março deste ano, o mesmo programa já havia destinado R$ 32 milhões à Conspiração Filmes, produtora de “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de melhor filme internacional.

Paulo Emilio

BNDES aprova R$ 25 milhões para Paris Filmes expandir distribuição no Brasil e no exterior

247 - Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o cineasta e roteirista Neville d’Almeida fez uma avaliação contundente sobre o modelo de produção cinematográfica dominante no Brasil e no mundo. Em tom crítico e provocador, defendeu a autonomia artística frente ao que chama de um sistema baseado em privilégios, relações familiares e busca por recursos, e não em talento ou conteúdo.
Segundo ele, “o cinema é um negócio de família. Uma família importante porque é primo do banqueiro, outra porque é filho do ministro, o outro pai é senador, o outro foi prefeito”. Para Neville, esse modelo de financiamento baseado em relações de poder impede o surgimento de novas vozes e restringe a verdadeira expressão artística. “Esse cinemão, o que aparece mais, o que tem mais visibilidade, é um negócio de armação para arrumar o dinheiro ali, para buscar o dinheiro aqui”, afirmou.
Ao descrever sua própria trajetória, o diretor de A Dama do Lotação e Rio Babilônia explicou que nunca quis seguir esse caminho: “Desde o primeiro dia eu resolvi que não faria nada do que fazem. Eu quero fazer o que eu não vejo”. Ele relembrou sua formação autodidata e cultural intensa, que começou nos cineclubes de Belo Horizonte, onde, ainda adolescente, participava de sessões de cinema soviético, sueco e japonês, seguidas de debates. “O nosso negócio era ver quem lia mais, quem conhecia mais música, mais cinema, mais arte. Nós fomos criados assim.”
Neville denunciou o que considera uma distorção da lógica artística no cinema contemporâneo: a centralidade do orçamento. “Hoje o artista quer arranjar o dinheiro. Acha que a coisa mais importante para fazer um bom filme é o dinheiro. Não é o dinheiro, porque nunca foi o dinheiro.” Em contraponto, citou cineastas como Eisenstein, Visconti, Buñuel e Bertolucci, que teriam feito obras-primas pela potência das ideias, não pela abundância de recursos. “Foi a ideia, foi o gênio.”
Ele também ironizou a lógica dos grandes orçamentos no mercado internacional. “Americano faz filme com 100 milhões de dólares. Acha que americano é bobo? Deve ter pelo menos uns 30 milhões roubados aí. É serviço da máfia, comissão da máfia, assessoria, assistência, comunicação.”
Para o cineasta, essa lógica contamina não apenas a indústria, mas também a percepção sobre o que é arte. “Vivemos nessa coisa do cinema e a arte do cinema em decadência”, disse. E acrescentou: “Eles acham que se custar muito pode dar dinheiro. E se custar muito, você dobra o investimento em distribuição, dobra em publicidade, dobra em promoção... e puxa o dinheiro”.
Neville reforçou que sua motivação sempre foi estética e ética, não financeira. “Eu quero ser um artista. O importante é o talento, talento, talento. Essa é a nossa marca, essa é a minha característica.” Para ele, o problema não está na ausência de talentos, mas na falta de um sistema estruturado de valorização e financiamento da arte: “Tem tudo, mas aí quando bate no talvez, ai, não, fui atingido, morri, acabei.”
Ao longo da conversa, destacou a necessidade de resgatar a cultura como fundamento da criação cinematográfica. “O que falta é cultura. Falta cultura. Eu vejo as pessoas querendo fazer filme, querendo aumentar o orçamento, achando que o mais importante é o dinheiro. O mais importante é e vai continuar sendo o talento.”
Mesmo diante do cenário desafiador, Neville defendeu que há saídas possíveis. “Tem solução. Existem soluções modernas, inteligentes, criativas, audaciosas”, disse, indicando que tem um projeto capaz de transformar essa realidade, mas sem entrar em detalhes. “Eu não posso falar até agora.” Assista:&nbsp;
<div class="embed-block"><div><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 56.25%;"><iframe src="https://cdn.iframe.ly/api/iframe?url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Flive%2FxAvq4k_DMiY%3Fsi%3DDvg5hU39KvGM-gEV&key=87ca3314a9fa775b5c3a7726100694b0" style="top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute; border: 0;" allowfullscreen scrolling="no" allow="accelerometer *; clipboard-write *; encrypted-media *; gyroscope *; picture-in-picture *; web-share *;"></iframe></div></div></div>
&nbsp;

Dafne Ashton

3000x1800

Entrevistas

“O cinema é um negócio de família, de armação, de grana. Não tem nada a ver com arte”, diz Neville d’Almeida

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou nesta quarta-feira (5) que conversou por telefone com o cineasta Walter Salles para felicitá-lo pelo Oscar de Melhor Filme Internacional conquistado por Ainda Estou Aqui. O longa, que estreou em 2024 e atraiu mais de 5 milhões de espectadores nos cinemas brasileiros, reafirma a força do cinema nacional e resgata a memória histórica do país. A informação foi divulgada pela Agência Gov.
Durante a conversa, Lula destacou a importância do filme e a forma como a história de Eunice Paiva e Rubens Paiva impacta a sociedade brasileira. "Vocês conseguiram lavar a alma do povo brasileiro", afirmou o presidente. O longa, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, retrata a luta de Eunice Paiva para esclarecer a prisão, tortura e assassinato de seu marido, o ex-deputado federal Rubens Paiva, pela ditadura militar em 1971.
Walter Salles retribuiu os elogios, reforçando que a conquista do Oscar é fruto do trabalho coletivo. "Suas palavras eu compartilho com uma equipe talentosíssima, extraordinária, à frente e atrás das câmeras. Eu tive muita sorte de poder contar essa história e tentei honrá-la com a ajuda dessas pessoas", afirmou o cineasta.
O elenco também foi elogiado por Lula. Ainda Estou Aqui é estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que interpretam Eunice Paiva em diferentes fases da vida, e por Selton Mello no papel de Rubens Paiva. "Fernanda (filha), dona Fernanda e Eunice são três mulheres únicas e representam o que temos de mais forte na nossa memória coletiva", acrescentou Walter Salles.
<h3>Reconhecimento internacional</h3>
O sucesso de Ainda Estou Aqui vai além do Oscar. O filme conquistou prêmios em diversos festivais internacionais, consolidando-se como um dos maiores fenômenos recentes do cinema brasileiro. No Festival de Veneza, recebeu o prêmio de Melhor Roteiro e o Green Drop Award. Também levou o Prêmio do Público em eventos como o Vancouver International Film Festival, Mill Valley Film Festival e Miami Film Festival GEMS.
Na França, durante o Festival de Pessac, venceu o Prêmio Danielle Le Roy e o Prêmio do Público. Em janeiro, Fernanda Torres foi consagrada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz, reafirmando a qualidade da atuação e da produção.
<h3>A história por trás do filme</h3>
O enredo de Ainda Estou Aqui acompanha Eunice Paiva em sua busca incansável pela verdade sobre o desaparecimento do marido. O ex-deputado Rubens Paiva foi levado de casa em 1971 por agentes da ditadura militar e morto sob tortura. Durante décadas, Eunice enfrentou a censura, o silenciamento e as ameaças, tornando-se um símbolo da luta pelos direitos humanos e pela justiça histórica no Brasil.
O filme, além de emocionar o público, reaviva um período sombrio da história nacional e reforça a necessidade de manter viva a memória sobre os crimes cometidos durante o regime militar. Com uma abordagem sensível e uma narrativa envolvente, Ainda Estou Aqui reafirma a força do cinema brasileiro como instrumento de reflexão e conscientização.

'Seu telefonema honra toda a equipe que esteve à frente e atrás das câmeras', diz Walter Salles a Lula

247 – Durante o programa Boa Noite 247, os advogados Arnóbio Rocha e Ecila Meneses abordaram o impacto histórico e político de um filme que reacendeu o debate sobre os horrores da ditadura militar no Brasil. Para Ecila Meneses, que além de jurista é atriz, a obra vai além da política: “O filme fala de dor. Ele mostra uma família destruída não apenas pela perda de um ente querido, mas pela violência do desaparecimento e do silenciamento imposto pelo regime”. Segundo ela, a produção toca profundamente tanto aqueles que viveram os anos de chumbo quanto os que herdaram esse trauma geracional.
Arnóbio Rocha destacou a força do resgate histórico promovido pela obra: “Raramente se consegue uma construção tão impactante. O filme traz à luz aquilo que os bolsonaristas e os fascistas querem esconder: que a ditadura não foi um tempo de valentia, mas de covardia e crueldade. Ditadura é coisa de gente degenerada”.
Os advogados também discutiram a relação entre memória histórica e o atual momento político do Brasil. Para Ecila, a juventude está cada vez mais consciente da necessidade de justiça histórica, o que se reflete em manifestações e mobilizações em todo o país: “Hoje, não se canta apenas samba no Carnaval, se canta 'Sem anistia' de norte a sul do Brasil. Isso é um sinal de que a memória resiste e de que ainda há uma conta a acertar com a história”.
Arnóbio Rocha ampliou a discussão para os reflexos recentes do autoritarismo no país, citando a pandemia como um dos exemplos mais cruéis da negligência do Estado: “Distribuíram cloroquina aos milhões enquanto pessoas morriam sem oxigênio em Manaus. A falta de dignidade em enterrar os mortos, a pressão para um novo golpe dentro das instituições militares, tudo isso nos mostra que a história da violência política no Brasil não está tão distante assim”.
Os advogados também destacaram o papel do cinema como ferramenta de reflexão política e social. Para Ecila, a arte tem o poder de provocar emoções e debates que vão além das discussões racionais: “O impacto que essa história está causando mostra o quanto ainda precisamos falar sobre o que aconteceu no Brasil”.
Com forte engajamento do público e repercussão crescente, a produção cinematográfica discutida no programa se consolidou como um marco na disputa pela memória histórica do país. Para Arnóbio Rocha, a anistia irrestrita concedida aos agentes da ditadura precisa ser revisitada e, acima de tudo, questionada: “O Brasil tem uma dívida histórica e precisa encarar essa realidade. Sem justiça, não há democracia plena”. Assista:&nbsp;
<div class="embed-block"><div><div style="left: 0; width: 100%; height: 0; position: relative; padding-bottom: 56.25%;"><iframe src="//cdn.iframe.ly/api/iframe?url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3Dbgxwrxf3N3I&key=87ca3314a9fa775b5c3a7726100694b0" style="top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; position: absolute; border: 0;" allowfullscreen scrolling="no" allow="accelerometer *; clipboard-write *; encrypted-media *; gyroscope *; picture-in-picture *; web-share *;"></iframe></div></div></div>
&nbsp;

"O Brasil tem uma dívida histórica que precisa ser cobrada: sem justiça, não há democracia plena", diz Arnóbio Rocha

247 – O cinema brasileiro celebrou uma conquista histórica com a vitória de "Ainda Estou Aqui" no Oscar 2025, consolidando-se como um dos maiores sucessos da cinematografia nacional. De acordo com dados inéditos da Agência Nacional do Cinema (Ancine), divulgados pela Agência Gov, o longa dirigido por Walter Salles não apenas atingiu a marca de 5 milhões de espectadores e arrecadou R$ 104,7 milhões, mas também foi responsável por impulsionar significativamente o mercado de exibição no Brasil.
Desde sua estreia no Festival de Veneza, em setembro de 2024, onde conquistou o prêmio de Melhor Roteiro, "Ainda Estou Aqui" trilhou uma trajetória impressionante. O filme começou com exibição restrita a uma única sala em Salvador (BA) e, pouco tempo depois, já estava presente em centenas de cinemas pelo país. Seu impacto se tornou ainda mais evidente após a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, em janeiro de 2025, que resultou em um crescimento expressivo da audiência: aumento de 57% na semana seguinte e um salto de 122% na posterior.
A aclamação internacional teve reflexo direto no público. A indicação ao Oscar, anunciada em 23 de janeiro, gerou nova alta de 89% na bilheteria semanal. No mês seguinte, durante a Semana do Cinema, o longa registrou um aumento impressionante de 174% no público, alcançando a segunda maior semana de exibição desde a estreia.
O desempenho de "Ainda Estou Aqui" foi determinante para a retomada da indústria cinematográfica brasileira. Apenas em 2025, o filme respondeu por 32% do público dos filmes nacionais, elevando o market share do cinema brasileiro para 30,1%. Sem ele, a participação cairia para 22,1%. Esses números reforçam a importância de produções nacionais de grande alcance e a relevância das políticas públicas de incentivo ao audiovisual.
O reconhecimento da crítica também foi avassalador. Além do Globo de Ouro, o filme conquistou prêmios como Melhor Filme Ibero-Americano no Goya e Melhor Filme no Festival de Cinema de Roterdã. Em fevereiro, foi um dos grandes vencedores do Gold Derby Film Awards, levando quatro prêmios: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional, Melhor Roteiro e Melhor Atriz para Fernanda Torres.
No dia 2 de março de 2025, "Ainda Estou Aqui" escreveu definitivamente seu nome na história ao vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional. Com isso, reafirmou a força do cinema brasileiro no cenário global, abrindo caminho para futuras produções e fortalecendo a presença do Brasil na indústria audiovisual mundial.
A Ancine destacou o impacto desse sucesso, ressaltando que o desempenho do longa marca "um novo encontro do cinema brasileiro com a sociedade", ao atrair o público de volta às salas e contribuir para a descentralização da exibição cinematográfica, levando o cinema a novas cidades e regiões. A agência também parabenizou a equipe do filme, incluindo Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello, celebrando "o talento e a maestria do cinema brasileiro".
Com essa trajetória brilhante, "Ainda Estou Aqui" se torna um marco do cinema nacional, provando que as produções brasileiras têm não apenas qualidade técnica e artística, mas também enorme apelo junto ao público. Seu sucesso reforça a importância de continuar investindo no setor, garantindo que mais histórias brasileiras conquistem o mundo.

'Ainda estou aqui' faz história no cinema brasileiro e arrecada mais de R$ 100 milhões em bilheteria

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, celebrou nesta segunda-feira (03) a vitória do Brasil no Oscar 2025, realizado na noite de domingo (2). O longa-metragem Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, venceu na categoria "Melhor Filme Internacional", tornando-se o primeiro filme brasileiro a conquistar a estatueta. "Uma vitória que destaca a força e a resiliência de nossa cultura no mundo", escreveu o ministro em suas redes sociais, de acordo com a <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/politica/vitoria-que-destaca-a-forca-e-a-resiliencia-diz-gilmar-mendes-sobre-oscar/">CNN Brasil</a>.
O filme narra a história do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar no Brasil e foi a quarta produção brasileira a ser indicada na categoria. Além do reconhecimento do longa, a atriz Fernanda Torres também fez história ao se tornar a segunda brasileira indicada ao prêmio de "Melhor Atriz".

"Vitória da cultura brasileira", diz Gilmar Mendes sobre Oscar de "Ainda Estou Aqui"

247 - No programa Boa Noite 247, os advogados Arnóbio Rocha e Ecila Menese debateram o impacto de um filme que trouxe à tona as feridas da ditadura militar no Brasil. Durante a entrevista, conduzida por Sara Vivacqua, os convidados enfatizaram como a obra resgata uma história de sofrimento e lutas que ainda hoje reverberam no país.
"O filme fala de política, mas também fala de dor", destacou Ecila Menese, que além de jurista, é atriz. "Ele mostra uma família destruída não apenas pela perda de um ente querido, mas pela violência do desaparecimento e do silenciamento imposto pelo regime." Para a advogada, a produção toca profundamente aqueles que viveram o terror da ditadura e os que herdaram esse trauma geracional.
Arnóbio Rocha ressaltou a força do resgate histórico promovido pela obra: "Raramente se consegue uma construção tão impactante. O filme traz à luz o que os bolsonaristas e os fascistas não querem que seja mostrado: que a ditadura não é coisa de coragem, mas sim de covardia e crueldade. Ditadura é coisa de gente degenerada".
A discussão também abordou a relação entre a memória histórica e o atual momento político do Brasil. Segundo Ecila, a juventude está cada vez mais consciente da necessidade de justiça histórica, o que se reflete em manifestações e mobilizações em todo o país: "Hoje, não se canta apenas samba no Carnaval, se canta 'Sem anistia' de norte a sul do Brasil. Isso é um sinal de que a memória resiste e de que ainda há uma conta a acertar com a história".
Arnóbio lembrou também dos impactos recentes do autoritarismo no país, citando a pandemia como um dos exemplos mais cruéis da negligência do Estado: "Distribuíram cloroquina aos milhões enquanto pessoas morriam sem oxigênio em Manaus. A falta de dignidade em enterrar os mortos, a pressão para um novo golpe dentro das instituições militares, tudo isso nos mostra que a história da violência política no Brasil não está tão distante assim".
Os convidados ainda comentaram a dimensão simbólica do cinema como ferramenta de reflexão política e social. "O filme veio na hora certa", avaliou Ecila. "A arte tem essa capacidade de provocar emoções e debates que vão além das discussões racionais. O impacto que essa história está causando mostra o quanto ainda precisamos falar sobre o que aconteceu no Brasil".
Com um forte engajamento do público e repercussão crescente, a produção cinematográfica em questão se consolidou como um marco na disputa pela memória histórica do país. Para os advogados entrevistados, a anistia irrestrita concedida aos agentes da ditadura precisa ser revisitada e, acima de tudo, questionada: "O Brasil tem uma dívida histórica e precisa encarar essa realidade. Sem justiça, não há democracia plena", concluiu Arnóbio Rocha.

Brasil

"Impacto que essa história está causando mostra o quanto ainda precisamos falar sobre o que aconteceu no Brasil", dizem juristas

247 - O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, fez história ao vencer, na noite de domingo (2), o Oscar de Melhor Filme Internacional. No entanto, a premiação da produção brasileira não passou sem críticas da oposição ao governo. Segundo o <a href="https://www.metropoles.com/brasil/bolsonaristas-parabenizam-ainda-estou-aqui-mas-criticam-politizacao">Metrópoles</a>, parlamentares bolsonaristas parabenizaram a conquista, mas questionaram um suposto viés político do longa.
Enquanto a base governista comemorou amplamente a vitória, poucos congressistas bolsonaristas se manifestaram sobre o prêmio. O o líder do PL no Senado, Carlos Portinho, celebrou a conquista, mas criticou o que chamou de "mistura entre cultura e política". "A cultura é uma política de Estado e não deve ter lado, sendo a identidade da nossa nação. Não pertence a um grupo político. Não queiram se apropriar", escreveu Portinho em sua conta na rede social X antigo Twitter.
Já o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) foi além. Apesar de elogiar a produção e as atuações, minimizou a importância da categoria de Melhor Filme Internacional e sugeriu que a politização do longa teria prejudicado suas chances de vencer em outras categorias.
"O filme brasileiro Ainda Estou Aqui infelizmente perdeu as duas mais importantes e mais esperadas estatuetas: a de melhor atriz e a de melhor filme. Se não tivesse sido tão politizado, quem sabe não teria levado as demais [categorias]?", disse o bolsonarista.
A produção brasileira também concorreu a Melhor Filme e Melhor Atriz, com Fernanda Montenegro indicada ao prêmio. No entanto, nessas duas categorias, o Brasil acabou derrotado.

“Ainda estou aqui” vence o Oscar, mas vira alvo de críticas da oposição bolsonarista

247 – A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que no dia 10 de março assume o cargo de ministra das Relações Institucionais do governo Lula, comemorou a vitória histórica de Ainda Estou Aqui no Oscar de Melhor Filme Internacional. Em uma publicação nas redes sociais, Gleisi celebrou o feito e ressaltou o simbolismo do prêmio para a democracia brasileira. “Ganhamos! Brasil tem o Oscar! Estamos aqui! Vitória da democracia!!! Maior orgulho! Viva Walter Salles! Viva Fernanda Torres! Entre nós, Eunice Paiva e Rubens Paiva!”, escreveu Gleisi.
A deputada, que em breve será responsável pela articulação política do governo Lula, reforçou o impacto do filme para a memória do país e a importância de sua premiação. Para ela, a história de resistência retratada no longa resgata uma parte fundamental da luta pela justiça e pela verdade no Brasil.
<h3>O Oscar e a memória da ditadura</h3>
A vitória de Ainda Estou Aqui marca a primeira vez que o Brasil conquista a estatueta de Melhor Filme Internacional. Dirigido por Walter Salles, o longa-metragem retrata a trajetória de Eunice Paiva, advogada e ativista dos direitos humanos, que enfrentou o desaparecimento forçado e o assassinato de seu marido, Rubens Paiva, um dos casos mais emblemáticos da ditadura militar.
No palco do Oscar, Walter Salles dedicou o prêmio à protagonista da história. "Uma honra tão grande. Isso vai para uma mulher que teve uma perda tão grande. Esse prêmio vai para ela, Eunice Paiva, e para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro", declarou o cineasta.
Antes dessa conquista, o Brasil já havia sido indicado quatro vezes na categoria, com O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999), mas nunca havia levado o prêmio.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Ganhamos! Brasil tem o Oscar! Estamos aqui! Vitória da democracia!!! Maior orgulho! Viva Walter Sales! Viva Fernanda Torres! Entre nós Eunice Paiva e Rubens Paiva!&mdash; Gleisi Hoffmann (@gleisi) <a href="https://twitter.com/gleisi/status/1896397666126565628?ref_src=twsrc%5Etfw">March 3, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

“Vitória da democracia", diz Gleisi Hoffmann

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a conquista histórica do Oscar de Melhor Filme Internacional pelo Brasil. O longa Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, tornou-se o primeiro filme brasileiro a vencer a categoria na premiação da Academia de Hollywood. Em uma publicação nas redes sociais, Lula celebrou o feito e enalteceu a relevância da obra.
“Hoje é o dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. Orgulho do nosso cinema, dos nossos artistas e, principalmente, orgulho da nossa democracia. Eu e Janja estamos muito felizes assistindo tudo ao vivo”, escreveu o presidente. Lula também exaltou os envolvidos na produção e ressaltou a mensagem política do filme. “O Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui é o reconhecimento do trabalho de Walter Salles e toda equipe, de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, Selton Mello, do Marcelo Rubens Paiva e família e todos os envolvidos nessa extraordinária obra que mostrou ao Brasil e ao mundo a importância da luta contra o autoritarismo. Parabéns! Viva o cinema brasileiro, viva Ainda Estou Aqui.”
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Hoje é o dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. Orgulho do nosso cinema, dos nossos artistas e, principalmente, orgulho da nossa democracia. Eu e Janja estamos muito felizes assistindo tudo ao vivo. O Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui é o… <a href="https://t.co/Boi8KQzwxJ">pic.twitter.com/Boi8KQzwxJ</a>&mdash; Lula (@LulaOficial) <a href="https://twitter.com/LulaOficial/status/1896394845968560186?ref_src=twsrc%5Etfw">March 3, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
Um marco para o cinema brasileiro
A vitória de Ainda Estou Aqui representa a primeira conquista do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional. Em seu discurso de agradecimento, o cineasta Walter Salles dedicou o prêmio a Eunice Paiva, personagem central da trama. "Uma honra tão grande. Isso vai para uma mulher que teve uma perda tão grande. Esse prêmio vai para ela, Eunice Paiva, e para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro", declarou.
O filme retrata a história de Eunice Paiva, que enfrentou o desaparecimento e assassinato de seu marido, o engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva, durante a ditadura militar. O roteiro é baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho do casal, que transformou a trágica trajetória da família em um relato emblemático sobre os crimes cometidos pelo regime.
Antes desta conquista, o Brasil já havia sido indicado quatro vezes ao Oscar na categoria: O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999), mas nunca havia levado a estatueta.
<h3>Reconhecimento global e impacto político</h3>
A vitória de Ainda Estou Aqui também carrega um simbolismo político, ao destacar um período de repressão e autoritarismo que marcou a história do Brasil. Ao narrar a resistência de Eunice Paiva e expor os horrores da ditadura militar, a obra reacende o debate sobre memória, verdade e justiça no país.
Embora seja a primeira vitória de um filme exclusivamente brasileiro na categoria, Orfeu Negro (1960), uma coprodução entre Brasil, França e Itália, já havia vencido o prêmio, mas representando oficialmente a França.
Com a conquista de Ainda Estou Aqui, o cinema nacional ganha reconhecimento global, reafirmando sua capacidade de produzir narrativas potentes e impactantes. A celebração de Lula reflete o sentimento de um país que vê sua história ser contada e reconhecida na maior premiação do cinema mundial.

Juca Avelino (neto de Eunice e Rubens Paiva), Hugo Motta, Hugo Motta, Lula, Chico Rubens Paiva e Davi Alcolumbre

Tudo sobre cinema-nacional